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Esta moça aí em cima é Oona Chaplin, filha de Geraldine e, portanto, neta de Charles.
Ela tem 28 anos e segue os passos da mãe e do avô e é atriz de cinema. É de Madrid – Geraldine viveu e trabalhou muitos anos na Espanha, onde teve um longo relacionamento com o diretor Carlos Saura e, depois, com o diretor de fotografia Patricio Castilla, pai de Oona.
O nome fora do comum foi herdado da avó, Oona O’Neill, última esposa de Chaplin (é, portanto, bisneta do dramaturgo Eugene O’Neill). Nascida em 1986, ela não conheceu o avô, que morreu em 1977, e viu pouco a avó, que morreu em 1991. Como terá sido quando ela tomou consciência de que é neta de Carlitos?
Bem, por que estou falando dela? Bem, esbarrei com seu nome ontem, ao perceber que estava no elenco de Será Que?, comédia romântica em cartaz em João Pessoa. Mas ela estava por aí. Fez alguma coisa na Espanha e fora, apareceu rapidamente em 007 – Quantum of Solace (2008). Ela também é a namorada de Watson no primeiro episódio da segunda temporada de Sherlock (2012). Em Game of Thrones, ela teve um papel fixo: Talysa Maegyr, em 11 episódios em 2012 e 2013.
Agora, está no elenco de Será Que?. Formada pela Royal Academy of Dramatic Arts, vamos ver como ela constrói sua carreira.
1 – MARILYN MONROE, por O Pecado Mora ao Lado
Anteriormente em Musas retroativas: 4ª em 1952, por O Inventor da Mocidade, por Almas Desesperadas, por Só a Mulher Peca, por Travessuras de Maridos e por Páginas da Vida; 3ª em 1953, por Os Homens Preferem as Louras, por Torrentes de Paixão e por Como Agarrar um Milionário; 3ª em 1954, por O Mundo da Fantasia e por O Rio das Almas Perdidas. Posteriormente em Musas retroativas: 4ª em 1956, por Nunca Fui Santa; 3ª em 1957, por O Príncipe e a Corista; 2ª em 1959, por Quanto Mais Quente Melhor; 11ª em 1960, por Adorável Pecadora; 2ª em 1961, por Os Desajustados; 1ª em 1962, por Something’s Got to Give.
Marilyn nota o vento do metrô escapando na calçada e resolve se refrescar do verão terrível de Nova York, como competir? É o máximo da mistura de inocência e sensualidade que fez da atriz o maior símbolo sexual do cinema. Em O Pecado Mora ao Lad0, seu personagem nem precisava de nome: era só “A Garota”, a vizinha que enlouquecia o marido que ficou sozinho uns dias em casa. É a musa do ano, em um ano fortíssimo – aliás, os anos 1950 são fortíssimos em supermusas. Na segunda posição, “apenas” Grace Kelly seduzindo Cary Grant em Ladrão de Casaca (“Você prefere peito ou coxa?”). Depois, Doris Day deslumbrante em Ama-me ou Esquece-me. E ainda havia Kim Novak e Cyd Charisse no auge. Hollywood domina a lista quase completamente, mas esse top 5 é dos melhores que já se viu. Primeira aparição: Doris Day, Kim Novak, Natalie Wood, Shirley MacLaine, Anita Ekberg, Dorothy Malone, Susan Hayward, Romy Schneider, Shirley Jones, Leslie Caron. Última aparição: Maureen O’Hara. Única aparição: Ann Miller, Joan Collins, Maureen O’Hara. Brasileiras na lista: nenhuma.
2 – GRACE KELLY, por Ladrão de Casaca
Anteriormente em Musas retroativas: 2ª em 1952, por Matar ou Morrer; 8ª em 1953, por Mogambo; 1ª em 1954, por Janela Indiscreta, por Disque M para Matar, por Amar É Sofrer e por Tentação Verde. Posteriormente em Musas retroativas: 2ª em 1956, por Alta Sociedade e por O Cisne.
3 – DORIS DAY, por Ama-me ou Esquece-me
Posteriormente em Musas retroativas: 12ª em 1956, por O Homem que Sabia Demais; 7ª em 1957, por Um Pijama para Dois; 15ª em 1958, por Um Amor de Professora e por O Túnel do Amor; 9ª em 1959, por Confidências à Meia-Noite e por A Viuvinha Indomável; 18ª em 1961, por Volta, Meu Amor.
4 – KIM NOVAK, por Férias de Amor
Posteriormente em Musas retroativas: 8ª em 1956, por O Homem do Braço de Ouro e por Melodia Imortal; 4ª em 1957, por Meus Dois Carinhos; 2ª em 1958, por Um Corpo que Cai; 18ª em 1960, por O Nono Mandamento; 15ª em 1964, por Beija-me, Idiota e por Servidão Humana.
5 – CYD CHARISSE, por Dançando nas Nuvens
Anteriormente em Musas retroativas: 1ª em 1952, por Cantando na Chuva; 2ª em 1953, por A Roda da Fortuna; 6ª em 1954, por A Lenda dos Beijos Perdidos. Posteriormente em Musas retroativas: 20ª em 1956, por Viva Las Vegas; 1ª em 1957, por Meias de Seda; 5ª em 1958, por A Bela do Bas-Fond.
6 – NATALIE WOOD, por Juventude Transviada
Posteriormente em Musas retroativas: 10ª em 1958, por Até o Último Alento; 3ª em 1961, por Clamor do Sexo e por Amor, Sublime Amor; 10ª em 1962, por Em Busca de um Sonho; 3ª em 1964, por Médica, Bonita e Solteira;4ª em 1965, por A Corrida do Século; 13ª em 1966, por Esta Mulher É Proibida; 3ª em 1969, por Bob & Carol & Ted & Alice.
7 – JENNIFER JONES, por Suplício de uma Saudade
Anteriormente em Musas retroativas: 20ª em 1953, por O Diabo Riu por Último e por Quando a Mulher Erra. Posteriormente em Musas retroativas: 14ª em 1957, por Adeus às Armas.
8 – LANA TURNER, por O Filho Pródigo e por Mares Violentos
Anteriormente em Musas retroativas: 3ª em 1952, por Assim Estava Escrito; 14ª em 1954, por Atraiçoado. Posteriormente em Musas retroativas: 18ª em 1957, por A Caldeira do Diabo; 15ª em 1959, por Imitação da Vida.
9 – ANN MILLER, por Marujos e Sereias
10 – JOAN COLLINS, por Terra dos Faraós e por O Escândalo do Século
11 – SHIRLEY MACLAINE, por O Terceiro Tiro e por Artistas e Modelos
Posteriormente em Musas retroativas: 11ª em 1956, por A Volta ao Mundo em 80 Dias; 18ª em 1958, por Deus Sabe Quanto Amei, por Irresistível Forasteiro e por A Mercadora da Felicidade; 9ª em 1960, por Se Meu Apartamento Falasse e por Can Can; 12ª em 1961, por Infâmia; 11ª em 1963, por Irma la Douce; 10ª em 1969, por Charity, Meu Amor; 19ª em 1970, por Os Abutres Têm Fome.
12 – ANITA EKBERG, por Artistas e Modelos
Posteriormente em Musas retroativas: 10ª em 1960, por A Doce Vida; 9ª em 1962, por Boccaccio’70.
13 – DOROTHY MALONE, por Artistas e Modelos
Posteriormente em Musas retroativas: 6ª em 1956, por Palavras ao Vento; 13ª em 1961, por O Último Pôr-do-Sol.
14 – SUSAN HAYWARD, por Duelos de Paixões, por Eu Chorarei Amanhã e por O Aventureiro de Hong-Kong
Posteriormente em Musas retroativas: 17ª em 1956, por Sangue de Bárbaros.
15 – DEBORAH KERR, por Pelo Amor de Meu Amor
Anteriormente em Musas retroativas: 5ª em 1953, por A um Passo da Eternidade. Posteriormente em Musas retroativas: 18ª em 1956, por O Rei e Eu e por Chá e Simpatia; 10ª em 1957, por Tarde Demais para Esquecer e por O Céu É Testemunha; 17ª em 1959, por Crepúsculo Vermelho.
16 – MAUREEN O’HARA, por A Paixão de uma Vida
Anteriormente em Musas retroativas: 5ª em 1952, por Depois do Vendaval.
17 – LAUREN BACALL, por Rota Sangrenta
Anteriormente em Musas retroativas: 18ª em Como Agarrar um Milionário. Posteriormente em Musas retroativas: 19ª em 1956, por Palavras ao Vento; 5ª em 1957, por Teu Nome É Mulher.
18 – ROMY SCHNEIDER, por Sissi
Posteriormente em Musas retroativas: 15ª em 1957, por Sissi e Seu Destino; 15ª em 1962, por Boccaccio ’70; 16ª em 1965, por O que É que Há, Gatinha?; 11ª em 1972, por Ludwig, o Último Rei da Bavária.
19 – SHIRLEY JONES, por Oklahoma
Posteriormente em Musas retroativas: 17ª em 1962, por O Vendedor de Ilusões.
20 – LESLIE CARON, por Papai Pernilongo e por O Sapatinho de Cristal
Posteriormente em Musas retroativas: 7ª em 1958, por Gigi.
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A segunda maior sapateadora da história dos musicais, Ann Miller completa 90 anos hoje. A dançarina texana fez pequenos papéis na RKO e na Columbia até a MGM escalá-la para Desfile de Páscoa (1948). Ganhou um número só dela (“Shakin’ the blues away”) e arrasou. Emendou outra grande participação de Um Dia em Nova York (1949). Seu terceiro grande filme é Dá-me um Beijo (1953). Depois que a época dos grandes musicais passou, ela faz TV e Broadway. Sua última grande aparição foi como a síndica de Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch. Morreu em 2004.
PS: A maior sapateadora foi Eleanor Powell.
Eternizada como uma superlouras do cinema nos anos 1950, Kim Novak completa 80 anos – nasceu em 1933. A atriz americana será sempre lembrada pelo dúbio papel como a loura Madeleine e a morena Judy em Um Corpo que Cai (1958), um dos maiores filmes de Hitchcock. O papel em que está mais deslumbrante talvez seja o de Férias de Amor (1955) – que a transformou em estrela. Seu nome verdadeiro, Marilyn, já havia sido mudado para Kim, por razões óbvias. Mas já nos anos 1960 sua carreira começou a declinar. Hoje, está aposentada – seu último filme é de 1991. Nas Musas retroativas publicadas até esta data (a partir de 1959), Kim aparece duas vezes: em 1960 e 1964.
Se estivesse viva, Sharon Tate completaria hoje 70 anos. Mas, ao contrário, a atriz americana, uma das mulheres mais bonitas de sua época, foi brutalmente assassinada a facadas em 1969 por membros da família Manson, uma seita hippie liderada por Charles Manson. Foi um dos crimes mais chocantes da história de Hollywood: ela tinha 26 anos, era casada com Roman Polanski e estava grávida de oito meses; junto com ela, foram mortos três amigos da atriz que também estavam na casa. Sharon estava em alta, havia feito há pouco tempo o divertido A Dança dos Vampiros e indicada ao Globo de Ouro por O Vale das Bonecas.
É difícil imaginar o choque do mundo naquele 5 de agosto há 50 anos. A maior estrela do cinema por nove anos, Marilyn Monroe foi encontrada em sua cama, nua e morta. Ela tinha 36 anos. Foi o fim de uma vida que alternava o glamour e a beleza em frente às câmeras com uma vida íntima de sofrimento e solidão.
Nove anos porque foi em 1953 que Marilyn teve seu “ano mágico”: três filmes que elevaram a atriz de pequenos papéis e presença hipnotizante a superestrela. Em Torrentes de Paixão, Como Agarrar um Milionário e Os Homens Preferem as Loiras, ela ainda não era o nome principal do elenco. Mas nos três ela roubou a cena e tudo mudou.
Não que isso não acontecesse antes. Em A Malvada (1950), ela divide uma cena ao lado de astros tarimbados como Bette Davis, George Sanders e Celeste Holm, mas sua aparição luminosa é um momento muito particular do filme (veja a cena e outras da atriz).
Sua imagem de símbolo sexual de cabeça vazia a incomodava. Em O Pecado Mora ao Lado (1955), de Billy Wilder, seu personagem era apenas “The Girl”, a vizinha gostosíssima que despertava a cobiça e a culpa do homem casado do andar de baixo e o deixava observá-la enquanto o vento do metrô levantava seu vestido branco. Um coquetel de inocência e sex appeal que era um resumo do poder atrativo de Marilyn.
Foi um acontecimento, mas também marcou um passo ousado para se livrar dessa imagem. Ela se mudou para Nova York para estudar no Actor’s Studio, a respeitada escola de atores de Lee Strasberg. No ano seguinte, abriu a Marilyn Monroe Productions, para dar a si mesma papéis que a indústria não achava que eram para ela.
Daí vieram Nunca Fui Santa (1956) e O Príncipe e a Corista (1957). O primeiro envelheceu um bocado, mas Marilyn se sai bem em seu papel dramático. As filmagens do segundo, em Londres, onde ela era dirigida por e contracenava com o shakespeareano Laurence Olivier, motivaram o filme Sete Dias com Marilyn (2011), pelo qual Michelle Williams foi indicada ao Oscar.
Apesar de seus esforços, Marilyn nunca foi lembrada pela Academia. O máximo em que chegou em matéria de prêmios foi o Globo de Ouro de atriz em comédia ou musical, pela Sugar Kane de Quanto Mais Quente Melhor (1959), de novo com Billy Wilder.
O diretor não deixou de falar sobre como era um tormento filmar com Marilyn, seus problemas pessoais, atrasos, o esquecimento dos textos. Mas também dizia que, quando a câmera a captava, tudo valia a pena.
A essa altura, Marilyn já estava no terceiro casamento – com o dramaturgo Arthur Miller. Ela foi casada, primeiro, com Jimmy Dougherty, de 1942 a 1946. Ainda Norma Jeane Mortenson, se casou para não voltar para o orfanato.
Norma Jeane teve uma infância difícil. Não conheceu o pai biológico e a mãe, Gladys, era mentalmente instável e financeiramente incapaz de cuidar da filha. A garota ficou em casa de parentes, orfanatos e passou por maus bocados quando a mãe tentou reavê-la. Aos 16 anos, quando a família com quem estava iria se mudar e não iria levá-la, a saída foi se casar com Jimmy.
Eles viveram felizes, até que Jimmy foi servir a Marinha. Foi a época em que Norma Jeane foi descoberta e contratada por uma agência de modelos – e, de morena, se tornou loura. Quando o marido voltou, ela teve que optar entre ele e a carreira.
Foram muitas capas de revista até surgir a chance de um teste na 20th Century-Fox. E, com isso, veio a mudança do nome. Fez pontas sem fala até os primeiros pequenos papéis. Mas os primeiros anos foram difíceis e, em 1949, ela aceitou o convite do fotógrafo Tom Kelley para posar nua. Recebeu US$ 50 pelas fotos.
O ano seguinte foi o ano de A Malvada e a maré começou a mudar. Em 1953 começaram as cenas icônicas, como o número “Diamonds are a girl’s best friend”, imitado por Madonna no clipe de “Material girl”, em 1984. Nicole Kidman cantou a música em Moulin Rouge (2001).
Em 1954, ela se casou com o astro do beisebol Joe DiMaggio. Mas ele não suportou o status de símbolo sexual máximo da esposa, após a cena do vento no metrô em O Pecado Mora ao Lado. Dois meses após a filmagem da cena, nove após o casamento, eles se separaram.
Ela se casou com Miller em 1956. Para ela, ele adaptou um conto seu para o roteiro de Os Desajustados (1961), de John Huston, que viria a ser seu último filme. Marilyn em uma excelente performance dramática, exibindo uma fragilidade que tinha muito dela mesma.
Mas ela também passava por sérios problemas de saúde e estava se tornando dependente do álcool e das drogas que conseguia com os médicos. O divórcio de Miller veio ainda em 1961. 1962 foi o ano do impressionantemente erótico “Happy birthday, Mr. President” cantado para Kennedy na Casa Branca. E teria sido o ano de Something’s Got to Give, mas suas faltas levaram a Fox a demiti-la, mesmo com muito dele já filmado: ela compareceu a 12 dos 35 dias de filmagens. Mas mesmo assim, ela deixou um momento antológico: a cena em que nada nua em uma piscina.
Marilyn negociava vários projetos – incluindo a retomada de Something’s Got to Give – quando morreu. Posou para ensaios fotográficos – sendo o último deles na suíte 261 do Hotel Bel Air, em Los Angeles, paras lentes de Bert Stern, da Vogue, em julho. A morte veio por overdose de medicamentos. Uma morte tão chocante e inesperada, que até hoje circulam teorias da conspiração a respeito. Teria sido a CIA, a mando de seus amantes John e Robert Kennedy?
O mito de Marilyn é tão grande que nenhum filme ou peça sobre ela chegou a ser um grande sucesso. No cinema, Sete Dias com Marilyn foi o mais bem-sucedido. Na TV, a série Smash foi ainda melhor, imaginando os bastidores de um musical sobre ela. Nele, uma canção defende que, no final, os bons momentos têm mais força que os maus. Com Marilyn, esses bons momentos eram inesquecíveis.
MINHA CENA PREFERIDA
Aqui, cada convidado elege a cena de Marilyn que mais o marcou. O interessante é que todos fugiram das cenas mais óbvias, buscando um retrato mais abrangente da estrela.
SUZANA UCHÔA ITIBERÊ, editora da revista Preview
“Uma das cenas que mais me impressionam não está entre seus momentos antológicos, mas no início da carreira. É uma sequência muito breve de A Malvada, em que Marilyn surge como acompanhante de George Sanders em uma festa na casa de Betty Davis. Os três dividem a tela e logo chega a personagem de Anne Baxter – a Eve do título original. Embora a magistral Bette Davis comande a cena, é impossível tirar os olhos de Marilyn. Seu magnetismo já era pulsante. O diretor Mankiewicz com certeza notou o carisma de Marilyn e reforçou sua luz no figurino. Enquanto Bette, Sanders e Anne vestem trajes escuros, Marilyn é pura luz com um vestido e um visom branco. Inesquecível. Para mim, ali ela já era uma estrela e não sabia”.
WALTER GALVÃO, editor geral do Correio da Paraíba
“Uma cena inesquecível para mim é a de Sugar Kane, a crooner de Quanto Mais Quente Melhor, cantando no trem e tocando um cavaquinho. É difícil porque o espaço é mínimo, o instrumento exige gestual específico, a coreografia é rápida e ela tem que aproveitar luz, os limites do figurino e conjunto para ressaltar o efeito. O desempenho é ótimo, ela distribui carisma e talento, brilha como a estrela sedutora que é e age como uma atriz experimentada”.
LUIZ ZANIN, crítico de O Estado de S. Paulo
“Acho que cena dela conversando com o Tony Curtis – aliás, sussurrando com aquela voz de cio – em Quanto mais Quente Melhor, é uma das mais sensuais da história do cinema”.
JOÃO BATISTA DE BRITO, crítico, colaborador do Contraponto e de A União
“Na cena da caça aos cavalos selvagens em Os Desajustados, a angústia dela dentro do caminhão. Ali você vê como a personagem se confunde com a atriz: uma pessoa frágil, que ficava perdida com toda aquela brutalidade”.
O Artur Xexéo publicou ontem um um texto no blog dele sobre Liz Taylor. Entre outras coisas dizia que a carreira dela ficou em segundo plano frente à vida pessoal. Não concordo e até acho que foi o contrário. Como escrevi na minha matéria para o Caderno 2 de hoje, ela foi uma sobrevivente e sua carreira sobreviveu inclusive à gigante exposição de sua vida na mídia – e olhe que os paparazzi nem eram tão urubus como hoje. Mesmo com os oito casamentos, com acidentes de maridos e amigos, com a pneumonia que quase a matou no auge da carreira, com os dois (!) casamentos com Richard Burton, com as campanhas de combate à Aids e ao preconceito, mesmo com tudo isso, o que se sobressai é sua beleza acachapante e papéis fortes e ousados. Da alternância de inocência e sedução em Um Lugar ao Sol (1951), ela passou a arriscar cada vez mais: sua personagem desafiou convenções e envelheceu décadas em Assim Caminha a Humanidade (1956); foi Maggie, a gata no cio enquanto o maridão não estava nem aí em Gata em Teto de Zinco Quente (1958); a jovem atormentada após um trauma sexual em De Repente, no Último Verão (1959); apareceu nua em Cleópatra (1963); envelheceu, enfeiou-se e disparou todo tipo de imprompérios em Quem Tem Medo de Virginia Woolf?; foi a infeliz e revanchista esposa de um militar impotente e homosexual, em O Pecado de Todos Nós (1967). Não é toda estrela que teve uma carreira assim.
Londres (Inglaterra),27 de fevereiro de 1932 – Los Angeles (EUA), 23 de março de 2011
Maggie em brasas, rejeitada pelo marido em Gata em Teto de Zinco Quente:
Os seios de Jane Russell causaram uma das maiores brigas contra a censura já vistas no cinema americano. Li uma vez que o milionário, produtor e cineasta Howard Hughes – também apaixonado por aviação – chegou a desenhar (com seus engenheiros aeronáuticos) um sutiã especialmente para ressaltá-los no filme que a lançaria: O Proscrito. O Código de Produção caiu em cima, mas Hughes – que passou a dirigir o filme depois de Howard Hawks deixou a produção – acabou sendo o primeiro cineasta a enfrentar de cara aberta a censura americana. Com as filmagens terminadas em 1941, o filme só estreou em 1943. Russell mostrou, depois, ter outros talentos. Para a música e a comédia, por exemplo: ela divide em pé de igualdade com ninguém menos que Marilyn Monroe os holofotes de Os Homens Preferem as Loiras (1953). Ok, a loira era Marilyn, mas Jane era o primeiro nome nos créditos. E a continuação – com Jane, sem Marilyn – chamou-se Eles se Casam com as Morenas (1955)…
Cenas de Jane em O Proscrito:
Marilyn e Jane cantam “When love goes wrong, nothing goes right”, em Os Homens Preferem as Loiras:
Bemidji (EUA), 21 de junho de 1921 – Santa Maria (EUA), 28 de fevereiro de 2011
81. Carrie Fisher
Ela é, claro, a Princesa Léia da trilogia Guerra nas Estrelas. Filha de Debbie Reynolds (estrelinha de Cantando na Chuva, 1952) e do cantor Eddie Fisher, ela nunca decolou além do papel na saga galática de George Lucas. Teve até boas aparições como coadjuvante em filmes posteriores – principalmente em Hannah e Suas Irmãs (1986) e Harry e Sally, Feitos um para o Outro (1989). Ou, antes, em Os Irmãos Cara de Pau (1980), do mesmo ano em que O Império Contra-Ataca. Talvez as drogas no começo dos anos 1980, tenham atrapalhado sua carreira. Carrie acabou fazendo sucesso como escritora, com alguns romances, sobretudo o autobiográfico Postcards from the Edge (que chegou ao cinema como Lembranças de Hollywood, onde seu papel era interpretado por Meryl Streep). Outra de suas memórias, Wishful Drinking, virou peça na Broadway em 2009. Mas, que diabo, como esquecê-la naquele biquíni estilizado de O Retorno de Jedi (1983)?
Vá atrás: Shampoo (1975); Guerra nas Estrelas (1977); O Império Contra-Ataca (1980); Os Irmãos Cara de Pau (1980); O Retorno de Jedi (1983); O Homem do Sapato Vermelho (1985); Hannah e Suas Irmãs (1986); Harry e Sally, Feitos um para o Outro (1989); Fanboys (2008).
Cena abaixo: todo mundo já a conhece como a Princesa Léia, então vamos a uma cena anterior a Guerra nas Estrelas, em Shampoo.
Atriz anterior: Maggie Smith