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20 – UM GATO EM PARIS (Une Vie de Chat)
Uma animação estilosa sobre um gato que se divide entre dois donos: uma menina que é filha de uma delegada de polícia; e um ladrão super habilidoso.
França/ Bélgica. Direção: Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol. Roteiro: Alain Gagnol e Jacques-Rémy Girerd (diálogos). Vozes na dublagem original: Dominique Blanc, Bernadette Lafont, Bruno Salomone. Vozes na dublagem brasileira: Denise Reis, Arlette Montenegro, César Marcheti.
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19 – INCONTROLÁVEL (Unstoppable)
Geralmente exagerado, Tony Scott foi na medida neste ótimo filme de ação sobre dois maquinistas tentando parar um trem desgovernado.
Estados Unidos. Direção: Tony Scott. Roteiro: Mark Bombach. Elenco: Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson, Kevin Dunn.
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18 – SENNA (Senna)
Documentário sobre o piloto, que consegue expressar muito bem as rivalidades e velocidade da Fórmula-1.
Reino Unido/ França/ Estados Unidos. Direção: Asif Kapadia. Roteiro: Manish Pandey.
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17 – O PRIMEIRO AMOR (Flipped)
Rob Reiner faz uma espécie de Harry & Sally juvenil: menina e menino nos anos 1960 vivem um relacionamento complicado, que é visto pelo espectador ora na visão dela, ora na visão dele.
Estados Unidos. Direção: Rob Reiner. Elenco: Rob Reiner e Andrew Scheinman, baseado em romance de Wendelin Van Draanen. Elenco: Madeline Carroll, Callan McAuliffe, Rebecca De Mornay, Anthony Edwards, John Mahoney, Penelope Ann Miller, Aidan Quinn.
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16 – COMO TREINAR O SEU DRAGÃO (How to Train Your Dragon)
A animação da DreamWorks é dirigida pelos cineastas de Lilo & Stitch e, embora agora seja um trabalho digital, há bastante aqui do charme do que a dupla havia feito na Disney.
Estados Unidos. Direção: Dean DeBlois e Chris Sanders. Roteiro: William Davies, Dean DeBlois e Chris Sanders, com Adam F. Goldberg (material adicional) e Marc Hyman (colaborador), baseado no livro de Cressida Cowell. Vozes na dublagem original: Jay Baruchel, Gerard Butler, America Ferrera, Jonah Hill, Kristen Wiig, David Tennant. Vozes na dublagem brasileira: Gustavo Pereira, Mauro Ramos, Luisa Palomanes.
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15 – UMA NOITE EM 67
O documentário sobre a espetacular final do Festival de Música Popular Brasileira de 1967 não se afasta do formato entrevistas mais cenas de arquivo. E nem precisava: as cenas da nata da MPB no palco são impressionantes e as curiosas entrevistas nos bastidores são uma delícia de assistir.
Brasil. Direção: Ricardo Calil e Renato Terra.
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14 – NAMORADOS PARA SEMPRE (Blue Valentine)
Apesar do título brasileiro enganoso, o filme é um drama melancólico sobre um amor se desfazendo, apoiado em dois atores ótimos.
Estados Unidos. Direção: Derek Cianfrance. Roteiro: Derek Cianfrance, Joey Curtis e Cami Delavigne. Elenco: Ryan Gosling, Michelle Williams, Faith Wladyka.
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13 – 127 HORAS (127 Hours)
Danny Boyle conta a história de um montanhista que fica preso num canyon e tenta sobreviver do jeito que puder. James Franco segura bem o filme atuando praticamente sozinho o tempo todo.
Estados Unidos/ Reino Unido/ França. Direção: Danny Boyle. Roteiro: Danny Boyle e Simon Beaufoy, baseado no livro de Aron Ralston. Elenco: James Franco, Kate Mara, Amber Tamblyn, Treat Williams.
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12 – ILHA DO MEDO (Shutter Island)
Scorsese adapta o livro de Dennis Lehane, viaja ao filme noir e encontra espaço para citar visualmente o Expressionismo Alemão em geral e O Gabinete do Dr. Caligari em particular. Quem já tem alguma estrada nesse negócio de ver filmes sabe que o mistério que se apresenta não tem muitas opções de conclusão. Mas o diálogo na cena final, que maravilha. Leia mais: crítica.
Estados Unidos. Direção: Martin Scorsese. Roteiro: Laeta Kalogridis, baseado no romance de Dennis Lehane. Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley.
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11 – VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO
Uma experiência curiosa de um road movie onde nunca vemos o protagonista, apenas ouvimos sua voz. Assim, ele vai apresentando e refletindo o interior do Nordeste.
Brasil. Direção: Karim Ainouz e Marcelo Gomes. Narração: Irandhir Santos.
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10 – O DISCURSO DO REI (The King’s Speech)
O rei gago vai tomar aulas de dicção com um professor que não está muito aí para sua realeza. Ele vai precisar ajudar o monarca a fazer um discurso importante incentivando o país na guerra contra os nazistas. Dentro de uma narrativa tradicional, o diretor Hooper tem uma preferência visual interessante por enquadramentos fora do padrão, mas que não “gritam”. Leia mais: crítica.
Reino Unido/ Estados Unidos/ Austrália. Direção: Tom Hooper. Roteiro: David Seidler. Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Michael Gambon, Guy Pearce, Claire Bloom, Derek Jacobi, Timothy Spall.
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9 – TROPA DE ELITE 2 – O INIMIGO AGORA É OUTRO
O Capitão Nascimento retorna, agora às voltas com as ligações entre política e o crime organizado. O diretor Padilha se queimou depois com a equivocada série O Mecanismo, e um pouco daquele simplismo está aqui, mas o filme questiona um pouco mais e mais claramente o papel de Nascimento, o que é muito bom. Leia mais: crítica.
Brasil. Direção: José Padilha. Roteiro: Bráulio Mantovani e José Padilha, de argumento de Mantovani, Padilha e Rodrigo Pimentel. Elenco: Wagner Moura, Irandhir Santos, André Ramiro, Milhem Cortaz, Maria Ribeiro, Seu Jorge, Sandro Rocha, Tainá Muller, André Mattos.
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8 – CÓPIA FIEL (Copie Conforme)
Kiarostami na Itália. Na história do escritor britânico que conhece uma mulher francesa, uma dicussão sobre se a cópia da arte também é arte evolui para os recém-conhecidos se comportando como se fossem casados. O fingimento, se bem vivido, vira uma realidade?
França/ Itália/ Bélgica/ Irã. Direção: Abbas Kiarostami. Roteiro: Abbas Kiarostami, com Caroline Eliacheff (colaboradora). Elenco: Juliette Binoche, William Shimell, Jean-Claude Carrière.
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7 – INCÊNDIOS (Incendies)
Na jornada de um casal de gêmeos pela história da mãe no Líbano, os segredos vão revelando quem era essa mulher. O destino é encontrar o pai que não conhecem e um irmão que não sabiam que existia. O filme lida bem demais com seus segredos e revelações e a vida que se vira no meio da violência.
Canadá/ França. Direção: Denis Villeneuve. Roteiro: Denis Villeneuve, com Valérie Beaugrand-Champagne (colaboradora), baseado na peça de Wajdi Mouawad. Elenco: Lubna Azabal, Mélissa Désormeaux-Poulin, Maxim Gaudette.
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6 – A REDE SOCIAL (The Social Network)
Um filme de tribunal que conta a origem do Facebook e explora a personalidade muito particular de seu fundador, Mark Zuckerberg. Um estudo de personagem, que tem milhões de amigos virtuais, mas não consegue manter nenhum em um nível pessoal. E um final brilhante, que é um pequeno “Rosebud”. Leia mais: crítica.
Estados Unidos. Direção: David Fincher. Roteiro: Aaron Sorkin, baseado no livro de Ben Mezrich. Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Rashida Jones, Armie Hammer, Rooney Mara, Dakota Johnson, Aaron Sorkin.
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5 – HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE – PARTE 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 1)
O sétimo filme da franquia é um dos melhores, com o jovem trio de protagonistas em uma busca que os mantém sozinhos boa parte do filme, relações com uma estética nazista acentuando o tom político, um conto narrado em bela animação, emoções mais intensas. É O Império Contra-Ataca da série Harry Potter. Leia mais: crítica.
Reino Unido/ Estados Unidos. Direção: David Yates. Roteiro: Steve Kloves, baseado no romance de J.K. Rowling. Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Julie Walters, Robbie Coltrane, Helena Bonham Carter, Bonnie Wright, Evana Lynch, Tom Felton, Brendan Gleeson, Timothy Spall, Helen McCrory, Jason Isaacs, Richard Griffiths, Bill Nighy, Rhys Ifans, Fiona Shaw, Michael Gambon, John Hurt, Imelda Staunton. Voz: Toby Jones.
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4 – CISNE NEGRO (Black Swan)
Uma bailarina sob pressão, em uma turbulência psicológica. Aronofsky usa e abusa dos maneirismos para esse mergulho na psiquê de uma artista atormentada por sua arte e por seu lado ‘cisne negro’. Leia mais: crítica.
Estados Unidos. Direção: Darren Aronofsky. Roteiro: Mark Heyman, Andres Heinz e John J. McLaughlin, de argumento de Heinz. Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Barbara Hershey, Winona Ryder.
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3 – TOY STORY 3 (Toy Story 3)
Dez anos depois do segundo filme, o terceiro expandiu um tema que já estava no segundo: brinquedos órfãos de sua criança que cresceu. Isso, combinado com um “filme de prisão”, que leva a uma reta final sensacional, com suspense e lágrimas. Leia mais: crítica.
Estados Unidos. Direção: Lee Unkrich. Roteiro: Michael Arndt, com argumento de John Lasseter, Andrew Stanton e Lee Unkrich. Vozes na dublagem original: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Ned Beatty, Michael Keaton, Jodi Benson, Wallace Shawn, Don Rickles, Estelle Harris, Laurie Metcalf, Timothy Dalton, Bonnie Hunt, Whoopi Goldberg, R. Lee Ermey.
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2 – BRAVURA INDÔMITA (True Grit)
Os irmãos Coen revisitam o faroeste clássico e fazem uma versão melhor que a original, estrelada por John Wayne em 1969. Um road movie do faroeste, com excelentes atuações de Jeff Bridges e Hailee Steinfeld. Ela, em particular, simboliza o espírito do filme: entre o deslumbramento e a descrença dos mitos. Leia mais: crítica.
Estados Unidos. Direção e roteiro: Joel Coen e Ethan Coen, baseado no romance de Charles Portis. Elenco: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin.
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1 – A ORIGEM (Inception)
Um filme sobre sonhos dentro de sonhos, misturado com espionagem, vertiginoso nas imagens e na narrativa. Uma equipe em um plano para implantar uma ideia em um sujeito através dos sonhos. Explicações complicadas para não levar muito a sério: um truque engenhoso, delirante e sofisticado. Leia mais: crítica.
Estados Unidos/ Reino Unido. Direção e roteiro: Christopher Nolan. Elenco: Leonardo DiCaprio, Elliot Page, Joseph Gordon Levitt, Marion Cotillard, Michael Caine, Tom Hardy, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Tom Berenger, Pete Postlethwaite.
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* Esta é uma lista pessoal. Com 100% de certeza, você não vai concordar com 100% dela. Tudo bem — eu gostaria de saber a sua lista, que filmes você tiraria e quais incluiria (me diga nos comentários!). Outra coisa: a percepção sobre os filmes mudam com o tempo. Esta é a minha percepção agora, limitada ao que vi, naturalmente — esta lista pode mudar à medida em que for revisitando alguns filmes ou assistir a outros que ainda não conheço deste ano específico.
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OUTRAS LISTAS DE MELHORES:
MONSTROS S.A. (Pete Docter, 2001)
⭐⭐⭐⭐⭐
Diário de Filmes 2019: 42
Monstros S.A. parece que acabou, com o tempo, meio eclipsado pelas obras-primas da Pixar que vieram logo depois (Procurando Nemo, Ratatouille, Wall-E). Mas que filme ótimo! Ele se apoia na ideia recorrente de uma realidade alternativa fantástica que adapta a nossa própria, mas é um dos melhores filmes a fazer isso. Desde a ideia já engraçada de monstros com nomes absolutamente humanos e banais até a crise de energia.
A partir da premissa de que a energia do mundo dos monstros vem dos gritos de medo das crianças e que as portas dos armários são portais por onde assustadores profissionais fazem o trabalho, inverte-se o drama: o trabalho precisa ser feito, mas os monstros, na verdade, morrem de medo das crianças, que seriam tóxicas.
A confusão começa mesmo quando uma menininha passa para o outro lado. Personagens ótimos, narração ótima (a sequência no depósito das portas é um primor), piadas ótimas (“Temos um 2319! Temos um 2319!”).
TOY STORY 3 (Lee Unkrich, 2010)
⭐⭐⭐⭐⭐
Diário de Filmes 2019: 26
11 anos depois do segundo filme, há a recuperação e expansão de um tema que já envolvia a personagem Jessie: brinquedos que precisam encarar uma criança que cresce e os vai deixando de lado. A derivação disso leva ao cenário de uma creche onde a animação ganha ares de filme de prisão. Um “Fugindo do Inferno” com bonecos. O Ken é um ótimo acréscimo, e os resets no Buzz Lightyear são sempre divertidos (chamando os outros de “metrossexual de plástico” ou a versão amante espanhol). A reta final é sensacional (e o momento da aceitação da morte não se vê todo dia numa animação infantil). E a sequência final é uma das melhores já feitas no cinema, sem exagero.
VIVA – A VIDA É UMA FESTA (Lee Unkrich e Adrian Molina, 2017)
⭐⭐⭐⭐½
Diário de Filmes 2019: 12
É sempre um prazer rever a bela animação da Disney, que imagina um mundo dos mortos e trata da importância da saudade.
Para mais, leia minha crítica do filme.
E leia também minha matéria sobre a arquitetura do filme na revista AE.
A última impressão é a que fica? Aqui está uma lista de meus 50 finais preferidos de filmes.
50. NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA. Woody Allen, 1977
ALVY: “Eu, eu pensei naquela velha piada, sabe, um, um cara vai a um psiquiatra e diz: ‘Doutor, hã, meu irmão está louco. Ele pensa que é uma galinha’. E, hã, o doutor diz: ‘Bem, por que você não o interna?’. E o cara diz: ‘Eu ia, mas eu preciso dos ovos’. Bem, acho que isso é muito como eu me sinto sobre relacionamentos. Você sabe, eles são totalmente irracionais e loucos e absurdos e… mas, hã, acho que continuamos com eles porque, hã, a maioria de nós precisa dos ovos”.
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49. O BEBÊ DE ROSEMARY. Roman Polanski, 1968
ROSEMARY: “Você está balançando muito rápido”.
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48. A DOCE VIDA. Federico Fellini, 1960
MARCELLO: “Não consigo escutar!”.
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47. O SÉTIMO SELO. Ingmar Bergman, 1957
JOF: “E a Morte, a mestre severa, os convida para dançar”.
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46. OS INTOCÁVEIS. Brian de Palma, 1987
ELLIOT NESS: “Acho que vou tomar um drinque”.
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45. CHINATOWN. Roman Polanski, 1974
WALSH: “Esqueça, Jake. É Chinatown”.
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44. BONEQUINHA DE LUXO. Blake Edwards, 1961
HOLLY: “O Gato… Onde está o Gato?…”
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43. A SEPARAÇÃO. Asghar Farhadi, 2011
JUIZ: “Você quer que eles esperem lá fora, se for difícil para você?
TERMEH: “Eles podem?”
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42. A VIDA DE BRIAN. Terry Jones, 1979
SR. FRISBEE: “Olhe sempre o lado bom da vida”.
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41. CLUBE DOS CINCO. John Hughes, 1985
BRIAN: “Mas o que descobrimos é que cada um de nós é um cérebro…”
ANDREW: “…e um atleta…”
ALLISON: “…e uma inútil…”
CLAIRE: “…e uma princesa…”
BENDER: “…e um criminoso.”
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41. PACTO DE SANGUE. Billy Wilder, 1944
KEYES: “Você não vai chegar nem ao elevador”.
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40. BUTCH CASSIDY. George Roy Hill, 1969
BUTCH: “Tenho uma grande ideia de onde deveríamos ir depois daqui”.
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39. A MONTANHA DOS SETE ABUTRES. Billy Wilder, 1951
CHUCK: “Gostaria de ganhar mil dólares por dia, Sr. Boot? Sou um jornalista que vale mil dólares por dia. Pode ficar comigo por nada”.
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38. DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL. Glauber Rocha, 1964
CORISCO: “Mais fortes são os poderes do povo!”.
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37. OS BONS COMPANHEIROS. Martin Scorsese, 1990
HENRY: “Sou um ninguém. Vou viver o resto da minha vida como um merda”.
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36. TOY STORY 3. Lee Unkrich, 2010
WOODY: “Até mais, parceiro”.
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35. CAVADORAS DE OURO DE 1933. Mervyn LeRoy, 1933
CAROL: “Lembre-se do meu homem esquecido”.
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34. HOMEM DE FERRO. Jon Favreau, 2008
TONY STARK: “Eu sou o Homem de Ferro”.
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33. DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS. Bruno Barreto, 1976
TRILHA SONORA: “O que será, que será, que andam suspirando pelas alcovas?”
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32. SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. Peter Weir, 1989
KEATING: “Obrigado, garotos. Obrigado”.
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31. OURO E MALDIÇÃO. Erich von Stroheim, 1924
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29. A PRINCESA E O PLEBEU. William Wyler, 1953
ANN: “Muito feliz, Sr. Bradley”.
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28. A MALVADA. Joseph L. Mankiewicz, 1950
ADDISON: “Você deve perguntar à Srta. Harrington como conseguir um. A Srta. Harrington sabe tudo sobre isso”.
Assista!
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27. 8 ½. Federico Fellini, 1963
GUIDO: “Esta confusão… sou eu”.
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26. INIMIGO PÚBLICO. 1931
MIKE: “Mãe, estão trazendo Tom para casa!”.
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25. OS INCOMPREENDIDOS. François Truffaut, 1959
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24. THELMA & LOUISE. Ridley Scott, 1991
THELMA: “Apenas vamos em frente”.
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23. TEMPOS MODERNOS. Charles Chaplin, 1936
CARLITOS: “Sorria!”
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22. OS SUSPEITOS. Bryan Singer, 1995
VERBAL: “O maior truque do diabo foi convencer o mundo de que ele não existe”.
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21. CINEMA PARADISO. Giuseppe Tornatore, 1988
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20. …E O VENTO LEVOU. Victor Fleming, 1939
RHETT: “Francamente, minha querida, estou cagando pra isso”.
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19. OS PÁSSAROS. Alfred Hitchcock, 1963
CATHY: “Posso levar os periquitos, Mitch? Eles não machucaram ninguém”.
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18. LADRÕES DE BICICLETA. Vittorio de Sica, 1948
BRUNO: “Papai! Papai!”
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17. SE MEU APARTAMENTO FALASSE. Billy Wilder, 1960
FRAN KUBELIK: “Cale a boca e dê as cartas”.
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16. CASABLANCA. Michael Curtiz, 1942
RICK: “Louis, acho que este é o início de uma bela amizade”.
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15. O PLANETA DOS MACACOS. Franklin J. Schaffner, 1968
GEORGE TAYLOR: “Seus maníacos! Vocês estragaram tudo! Malditos sejam!”.
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14. A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM. Mike Nichols, 1967
TRILHA SONORA: “Olá, escuridão, velha amiga”.
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13. DE VOLTA PARA O FUTURO. Robert Zemeckis, 1985
DOUTOR BROWN: “Ruas? Para onde vamos não precisamos… de ruas”.
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12. 2001 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO. Stanley Kubrick, 1968
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11. BONNIE AND CLYDE – UMA RAJADA DE BALAS. Arthur Penn, 1967
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10. RASTROS DE ÓDIO. John Ford, 1956
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9. CIDADÃO KANE. Orson Welles, 1941
JERRY THOMPSON: “Talvez ‘Rosebud’ seja alguma coisa que ele não conseguiu. Ou algumas coisa que ele perdeu”.
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8. PSICOSE. Alfred Hitchcock, 1960
NORMA BATES: “Ele vão dizer: ‘Ela não mataria uma mosca’…”.
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7. QUANTO MAIS QUENTE MELHOR. Billy Wilder, 1959
OSGOOD: “Ninguém é perfeito”.
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6. NOITES DE CABÍRIA. Federico Fellini, 1957
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5. MANHATTAN. Woody Allen, 1979
TRACY: “Nem todo mundo se corrompe. Você tem que ter um pouco de fé nas pessoas”.
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4. A FELICIDADE NÃO SE COMPRA. Frank Capra, 1946
HARRY: “Ao meu irmão George: o homem mais rico da cidade”.
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3. O PODEROSO CHEFÃO. Francis Ford Coppola, 1972
KAY: “É verdade? É?”
MICHAEL: “Não”.
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2. CREPÚSCULO DOS DEUSES. Billy Wilder, 1950
NORMA DESMOND: “Está bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up”.
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1. LUZES DA CIDADE. Charles Chaplin, 1931
CARLITOS: “Você consegue ver agora?”
FLORISTA: “Sim, eu consigo ver agora”.
DIÁRIO DE FILMES 2018: 15 – WALL-E
A Terra tomada pelo lixo e deserta: apenas um robozinho permanece limpando lixo, que forma montanhas maiores que os arranha-céus. Como uma animação de premissa tão deprê poderia funcionar numa produção a princípio infantil? Mas o protagonista tem tanto de Chaplin e de Buster Keaton que sustenta 40 minutos praticamente sem falas. Uma visão do futuro tão aterradora quanto divertida. Uma obra-prima desde o primeiro segundo, estabelecendo a relação com o musical Alô, Dolly (1969) que depois vai nortear a relação romântica com a mais avançada Eva.
Wall-E. Wall-E. Estados Unidos, 2008. Direção: Andrew Stanton. Elenco: Fred Willard. Vozes na dublagem original: Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin, John Ratzenberger, Kathy Najimi, Sigourney Weaver. Vozes na dublagem brasileira: Cláudio Galvan, Sylvia Salustti, Reginaldo Primo, Guilherme Briggs, Priscila Amorim. Em DVD.
DIÁRIO DE FILMES 2018: 14 – RATATOUILLE
Mais de dez anos após o lançamento, Ratatouille permanece um dos melhores filmes da Pixar. Há originalidade na história de um ratinho cozinheiro, mas, sobretudo, há um roteiro bem desenhado e uma narrativa com momentos brilhantes. Como a sequência em que em um plano rápido o filme mostra que os diálogos que ouvimos dos ratinhos são “traduzidos”, a sequência em que Remy sobe por dentro das paredes de um prédio, a fuga com os documentos pelas ruas de Paris, o momento proustiano do crítico Anton Ego, sua crítica e as imagens que a acompanham.
Ratatouille. Ratatouille. Estados Unidos, 2007. Direção: Brad Bird. Vozes na dublagem original: Patton Oswalt, Lou Romano, Ian Holm, Janeane Garofalo, Peter O’Toole, Brian Dennehy. Vozes na dublagem brasileira: Philippe Maia, Thiago Fragoso, Márcio Simões, Samara Felippo, Lauro Fabiano, Carlos Gesteira. Em DVD.

Miguel e a bisavó Lupita: indo além do esperado
VIVA – A VIDA É UMA FESTA
Saudade é vida
. por Renato Félix
Se existe vida além da morte, o que seria “a morte da morte”? Viva – A Vida É uma Festa (2017) dá sua visão: é o esquecimento. Nossos mortos continuam vivos em nossas memórias. Se nos esquecemos deles, eles deixam de existir. Com essa base, o estúdio de animação – que tem alternado seus melhores momentos com continuações meio no piloto automático – volta à sua melhor forma.
E essa melhor forma vem principalmente da combinação de roteiro e animação para esculpir personagens que conseguem transmitir grandes e complexas emoções, por mais que o filme não perca de vista o público infantil e o alto astral. Então, mais uma vez, humor, música e cores (mesmo no mundo dos mortos) são colocados como a base em que, quando menos se percebe, é construído algo que vai além.
O tema – a morte – é delicado e complexo, tanto que o marketing tentou desviar do assunto o melhor que pôde. O título brasileiro, então, exagera desnecessariamente na alegria. A vida não é uma festa para Miguel, o protagonista. O garoto quer ser músico, mas a família é contra: quer que ele siga a tradição sem graça dos parentes e seja um sapateiro.
O que ajuda o filme é que evidentemente a trama se passa no México, onde o Dia de Finados é encarado de uma maneira muito particular. Segundo a tradição, é o dia em que os mortos têm a permissão de visitar os parentes e amigos vivos. Enquanto a família tem um altar com fotos dos parentes que já se foram, Miguel tem o seu particular para Ernesto de la Cruz, um antigo ídolo da música.
Uma situação limite o leva, vivo, ao mundo dos mortos. E para voltar antes do fim do dia, o garoto vai ter que repensar valores familiares, sua vocação e descobrir segredos do passado. Conhece os antepassados, mas sua volta está ligada ao seu futuro e o levará ao encontro do ídolo em quem se espelha. Na jornada, terá a ajuda de Hector, uma caveira que parece ser apenas um alivio cômico, mas é o personagem em que Viva vai se apoiar para chegar mais longe.
O visual do mundo dos mortos é impressionante, começando pela ponte de pétalas que o liga ao mundo dos vivos e as plataformas inspiradas nas pirâmides astecas. Ter que conseguir o “visto de imigração” para passar “para o nosso lado” é uma situação que não pode estar ali por acaso.
E a animação aproveita para muitas brincadeiras visuais, lembrando tanto clássicos da Warner Bros. quanto o curta A Dança dos Esqueletos (1929), uma das primeiras Silly Symphonies da Disney.
A aventura misturada com comédia familiar começa a abraçar outras emoções quando entra em cena a possibilidade do esquecimento desses personagens mortos, mas com tanta vida, por parte de quem ficou por aqui (através da saudade). Coco, o título original (de que a Disney Brasil teve tanto medo de um trocadilho infame), se refere a personagem da bisavó, já sofrendo do mal de Alzheimer. É uma pena que o título brasileiro tenha desperdiçado essa relação com a personagem.
Linhas se cruzam e surgem algumas soluções que são mais fáceis e certos segredos que podem ser previstos a uma boa distância pelo espectador. Mas nada disso chega a ser um problema. As qualidades do filme de Lee Unkrich (é se segundo longa como diretor; o primeiro foi Toy Story 3) compensam, como centrar em dois personagens até então coadjuvantes (Hector e Coco, que aqui no Brasl foi rebatizada como Lupita) para construir uma cena de dimensão tão grande, que já está no rol daquelas da Pixar que arrancam lágrimas do espectador.
Viva! – A Vida É uma Festa. Coco. EUA, 2017. Direção: Lee Unkrich, Adrian Molina. Vozes na dublagem original: Anthony Gonzalez, Gael García Bernal, Benjamin Bratt, Alanna Ubach, Renee Victor, Alfonso Arau. Vozes na dublagem brasileira: Arthur Salerno, Leandro Luna, Nando Prado, Adriana Quadros.
* Crítica estendida da original publicada no Correio da Paraíba, em 13 de janeiro de 2018.
DIÁRIO DE FILMES 2018: 5 – VIVA – A VIDA É UMA FESTA
A Pixar hoje parece dividida em dois modelos de produção: as continuações feitas meio no piloto automático para lucrar com os personagens já conhecidos; e a pérolas genuínas do estúdio, feitas com risco e aprofundamento. Viva está no segundo tipo, que já nos deu obras-primas como Procurando Nemo (2003), Ratatouille (2007), Wall-E (2008) e Divertida Mente (2015). A trama sobre um garoto mexicano que quer ser músico contra a posição da família e vai parar no mundo dos mortos, com muita cor e humor, vai se desenrolando sobre temas mais complexos, como saudade e o que seria “a morte dos mortos”: o esquecimento. Visualmente, é bem elaborado, e há momentos especialmente tocantes.
Viva! – A Vida É uma Festa – Coco. EUA, 2017. Direção: Lee Unkrich, Adrian Molina. Vozes na dublagem original: Anthony Gonzalez, Gael García Bernal, Benjamin Bratt, Alanna Ubach, Renee Victor, Alfonso Arau. Vozes na dublagem brasileira: Arthur Salerno, Leandro Luna, Nando Prado, Adriana Quadros. No cinema.
Chega ao fim nossa 10ª eleição dos Melhores do Ano. Nela, nós (eu e quem mais quis votar) os melhores filmes exibidos nos cinemas de João Pessoa em 2015. O resultado consagrou a animação Divertida Mente, da Pixar – que também ficou em primeiro na minha lista pessoal de melhores do ano.
Veja na imagem o top 10 de 2015 e confira na página da eleição um pouco sobre cada um e a relação completa dos filmes e suas médias. Sabe em que posição terminou o novo Star Wars? E o segundo Vingadores?
Procurado Dory, a continuação de Procurando Nemo (2003), ganhou seu primeiro teaser trailer nacional (não sei qual a diferença desse pra um trailer mesmo). A animação segue um deslumbre, mas tudo ainda tem cara de repetição. Vamos ver. O filme, agora, é centrado na busca da peixinha que vive com falta de memória pela família que um dia esqueceu e da qual agora lembrou. Estreia no Brasil em 30 de junho.
A seguir, os meus melhores filmes de 2015, apenas entre os que estiveram em cartaz nos cinemas de João Pessoa. Antes, como em todo ano, a numeralha em torno do circuitão pessoense.
– 163 filmes estiveram em cartaz nos cinemas de João Pessoa em 2014 (419 estrearam no Brasil, segundo o levantamento da Abraccine). É um a menos que no ano passado, pertinho do recorde de 2007 (165), marca de antes do fechamento do primeiro multiplex do MAG. O Boulevard faz esse acompanhamento desde 2006.
– A participação do cinema brasileiro foi de 25,76% dos filmes em cartaz, só um pouco menor que no ano passado, quando chegou a 26,8%, melhor marca desde que começamos a contar. Em números brutos, são 42 este ano contra 44 em 2014. Em 2013, foram 32.
1 – DIVERTIDA MENTE, de Pete Docter
A Pixar deu uma aula de emoção dentro da mente de uma pré-adolescente. Acompanha ao mesmo tempo a vida dessa menina cujo mundo vira de cabeça para baixo quando a família se muda de cidade e suas emoções básicas personificadas. Tudo vira uma bagunça quando a Alegria e a Tristeza somem da sala de comando. O lance genial é justamente descobrir a beleza e a importância da Tristeza na vida de todos nós. Crítica no Boulevard
2 – QUE HORAS ELA VOLTA?, de Anna Muylaert
Conseguiu combinar algo dificílimo no cinema brasileiro: a crítica social e o drama de personagens que conquistam o espectador. Regina Casé lembra a grande atriz que é como a Val, empregada em uma casa rica, que recebe a filha que vai prestar o vestibular. A outra mentalidade da moça, que não se acha inferior a ninguém, sacode a vida de patrões e empregados e ajuda o filme a colocar em xeque uma herança social incômoda . Crítica no Boulevard
3 – BIRDMAN (OU A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), de Alejandro González Iñarritu
O falso plano-sequência único (construído a partir de diversos planos-sequência de verdade e efeitos visuais) é de embasbacar. Mas além disso o filme transpira a angústia de seu protagonista e possui grandes interpretações de todo o elenco (Michael Keaton, Edward Norton e Emma Stone à frente) para um mergulho na necessidade e perigos de fazer arte.
4 – STAR WARS – O DESPERTAR DA FORÇA, de J.J. Abrams
Com cerca de meia hora já adentradas do episódio VII de Guerra nas Estrelas, o espectador pode se dar conta de que nenhum dos personagens clássicos apareceu ainda e ele está acompanhando apenas as aventuras do novos rostos da série (Daisy Ridley, John Boyega, Adam Driver e, claro, o andróide BB-8). Um início corajoso que compensa muito uma rendição excessiva à trilogia original na repetição de certas situações. No fim, há um equilíbrio admirável entre essa herança que nos fez esquecer a trilogia-prelúdio e esperar ansiosamente pelo que o futuro reserva. Crítica no Boulevard
5 – MAD MAX – ESTRADA DA FÚRIA, de George Miller
É incrível pensar que, 30 anos depois, a franquia Mad Max voltaria com o mesmo diretor e uma disposição de se reinventar radicalmente. Semelhante ao segundo filme, o personagem principal é metido em uma situação onde ele é quase testemunha: a fuga de mulheres usadas como reprodutora pelo líder de uma cidade que detém o poder através da posse de um líquido precioso. O que nos anos 1980 era a gasolina, refletindo a crise do petróleo, agora é água. As fugitivas são lideradas por uma feroz Charlize Theron com um braço só. A trama se resume a uma gigantesca fuga sobre rodas pelo deserto, uma estilizada ode ao movimento com o visual alucinado do qual Miller é mestre. Diário de filmes no Boulevard
6 – O PEQUENO PRÍNCIPE, de Mark Osborne
Em geral, a decisão de dividir a história original com uma atual, sobre uma garotinha adultizada pela mãe e que conhece seu vizinho, um velho aviador, seria de torcer o nariz. Mas a verdade é que a nova história se alimenta bem do conto de Saint Exupèry e visualmente o filme acerta muito ao separar a animação digital para a nova história e o stop-motion para a trama do livro. E ainda há trilha irrestistível, com canções de Camille.
7 – MISTRESS AMERICA, de Noah Baumbach
Em geral, a decisão de dividir a história original com uma atual, sobre uma garotinha adultizada pela mãe e que conhece seu vizinho, um velho aviador, seria de torcer o nariz. Mas a verdade é que a nova história se alimenta bem do conto de Saint Exupèry e visualmente o filme acerta muito ao separar a animação digital para a nova história e o stop-motion para a trama do livro. E ainda há a trilha irresistível, com canções de Camille.
8 – PERDIDO EM MARTE, de Ridley Scott
Não é de hoje que Hollywood é fascinada com a paisagem marciana. E Scott não deixa de usar o que pode dessa paisagem em um filme que também se arrisca e acerta ao passar um tempo considerável apenas com Matt Damon em cena. O bom humor de seu personagem faz não só sua vida menos difícil como ajuda também o espectador nessa travessia.
9 – O CONTO DA PRINCESA KAGUYA, de Isao Takahata
A história da princesinha que nasce em um broto de bambu e é encontrada por um lavrador é contada por delicadeza ímpar nessa produção do Studio Ghibli. Um dos filmes mais bonitos do ano.
10 – PONTE DOS ESPIÕES, de Steven Spielberg
No auge da guerra fria, o advogado de uma companhia de seguros é jogado dentro de uma trama em que precisa defender um espião soviético capturado nos EUA e depois negociar sua troca por outro, americano, preso na Alemanha Oriental. A recriação de um clima paranoico dos dois lados e descobrir a humanidade no “inimigo” são alguns dos méritos desse thriller.
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MAIS RETROSPECTIVA 2015
Saiu o primeiro trailer do próximo filmes da Disney/ Pixar: O Bom Dinossauro. O filme parte da seguinte premissa: e se o meteroro que erradicou os dinossauros tivesse errado o alvo? O trailer é um clipe emotivo focando a amizade entre um dinossauro desengonçado e uma criança humana das cavernas. Parece meio convencional, por enquanto, mas a premissa dá pano pra manga. Mas depois de Divertida Mente, a responsabilidade é grande. É o longa filme de Peter Sohn dirigindo. A estreia no Brasil é 17 de dezembro.

Raiva (Léo Jaime), Nojinho (Dani Calabresa), Alegria (MIá Mello), Medo (Otaviano Costa) e Tristeza (Katiuscia Canoro): a sala de controle da mente está prestes a sair do controle
Roda viva de emoções
Na sala de controle da mente de uma menina de 11 anos, as emoções trabalham juntas para manter tudo sobre controle. Riley é uma criança feliz, então a Alegria domina a cena, secundada pela Raiva, o Nojinho e o Medo, enquanto a Tristeza é sempre deixada meio de escanteio, sem muito o que fazer. Mas a menina precisa enfrentar uma nova realidade, o que balança o coreto de suas emoções, que viram uma bagunça. É o tema de Divertida Mente (Inside Out, Estados Unidos, 2015), animação da Disney/ Pixar atualmente em cartaz.
Depois de alguns filmes meio no piloto automático, a Pixar entrega um filme no nível de excelência de Procurando Nemo (2003), Ratatouille (2007), Wall-E (2008) e Toy Story 3 (2010). Na direção, o mesmo Pete Docter que supera seus já ótimos Monstros S.A. (2001) e Up – Altas Aventuras (2009).
A imaginação do que acontece por dentro de Riley quando ela muda de Minnesota, onde viveu a infância, para uma desconhecida e a princípio problemática San Francisco, é nada menos que brilhante. É uma mudança difícil, para não dizer traumática.
Agora pense nos seus filhos: se tudo correr bem, as crianças são mesmo dominadas pela alegria em seus primeiros anos. Mas chega inevitavelmente o momento em que as coisas ficam confusas e é preciso encarar a tristeza por alguma coisa. Nós, claro, evitamos como podemos que a tristeza domine nossos pequenos. É dessa forma que a Alegria age no filme: ela nem mesmo entende por que a Tristeza está ali e, para evitar que Riley fique para baixo, a todo custo impede a Tristeza de fazer alguma coisa.
O filme, no fundo, é sobre isso: descobrir a importância (e até a beleza) da tristeza em nossas vidas. Entender que – apesar de querermos – ninguém é feliz sempre e ficar triste faz parte da vida, e uma parte importante. Como cenário está o momento de mudança dessa garota, em que sua personalidade (visível através das “ilhas” de honestidade, família, hóquei e bobeira) está mudando e as memórias de infância vão ficando para trás.
Crescer não é fácil pra ninguém, mas aqui isso é mostrado de maneira até épica (já que as escalas são maiores no mundo “dentro da mente”). Acidentalmente expulsas da sala de controle, Alegria e Tristeza precisam voltar com memórias fundamentais de Riley. Enquanto isso, as emoções da garota ficam confusas e a levam a atitudes extremas que ela não tinha antes. O que é mostrado em cenas grandiosas, como uma ilha de personalidade ruindo ou em detalhes como a cor do “céu” em sua mente.
A dupla passa pelo arquivo de memórias, a terra da imaginação, o trem do pensamento, a escuridão do subconsciente, os sonhos e pelas memórias que vão sendo apagadas para sempre. Tudo é orquestrado por um roteiro firme e ostentando um design elaborado.
Sem dúvida, é um filme que tem o mérito de não tentar agradar as crianças pelo caminho mais fácil. Embora não deixe de ter personagens fofinhos e cores vivas, ele não se acomoda no encantamento infantil e busca um “algo a mais” muito bem-vindo. Mesmo que o filme vá em direção àquele clímax grandiloquente já esperado da aventura, a resolução é inteligente e o conjunto é um primor.
E vale lembrar que a dublagem brasileira também faz um ótimo trabalho, com Miá Mello (Alegria), Katiuscia Canoro (Tristeza), Dani Calabresa (Nojinho), Léo Jaime (Raiva) e Otaviano Costa (Medo) sempre soando como personagens e nunca como celebridades contratadas.
Divertida Mente é uma animação que torna visíveis conceitos complexos e abstratos. Não possui romance ou vilões propriamente ditos. E mostra a incrível roda viva interna que todos nós acabamos sendo uma vez ou outra.
Divertida Mente. Inside Out. Estados Unidos, 2015. Direção: Pete Docter. Vozes na dublagem brasileira: Miá Mello, Katiuscia Canoro, Dani Calabresa, Otaviano Costa, Léo Jaime.
O Lobo de Wall Street estreou em janeiro e, na nossa votação em que cada mês vai sendo votado de cada vez, ele assumiu a primeira posição já ali e nunca mais a largou. O filme de Martin Scorsese chegou a ter O Passado e Garota Exemplar empatados com ele, mas sempre desempatou à frente e chegou confortável à vitória.
Veja a lista completa e comentada dos 114 filmes na página da votação.
Ele agora integra o rol de que fazem parte Boa Noite e Boa Sorte, de George Clooney (2006), Ratatouille, de Brad Bird (2007), Batman, o Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan (2008), Quem Quer Ser um Milionário?, de Danny Boyle (2009), Toy Story 3, de Lee Unkrich (2010), Meia-Noite em Paris, de Woody Allen (2011), A Separação, de Asghar Farhadi (2012), e A Caça, de de Thomas Vinterberg (2013).
Até outubro, quando vai começar o nosso 10º Melhores do Ano.
— MAIS RETROSPECTIVA 2014:
– Meus melhores filmes de 2014
– Musas/ cinema em JP
– 50 filmes que não foram exibidos em João Pessoa