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O livro Hitchcock/ Truffaut é um dos grandes tesouros da literatura sobre o cinema. Ele edita a série de entrevistas que Truffaut fez com Hitch durante oito dias em 1962, esmiuçando a obra dele até então em detalhes, filme a filme. Temos aí suas ideias, seu método de criação e de filmagem. Em 1993, foram encontradas as gravações da conversa (que vêm partidas como um extra em alguns blu-rays de filmes de Hitchcock) e, a partir delas, Kent Jones dirige o documentário sobre esse encontro. Cineastas como Martin Scorsese e Wes Anderson dão depoimentos. O filme estreou nos EUA em dezembro passado e não há informações sobre distribuição no Brasil. Há uma matéria muito boa sobre o filme e o encontro entre os dois gênios no El País.

 

421 filmes estrearam oficialmente no circuito comercial brasileiro no ano passado. Ou seja: ao menos uma sessão diária, cobrando ingresso. Na Paraíba, foram 163 estreias. Ou seja: 258 filmes deixaram de passar por aqui. Destes, aqui vai nossa tradicional lista de 50 que não tiveram lugar no nosso circuitinho.

PS: Eu sei que um ou outro desses filmes acabou passando este ano (no novo Bangüê, por exemplo), mas a lista refere-se a estreia do ano passado que não passaram ano passado.

Adeus a Linguagem

1. ADEUS À LINGUAGEM [Adieu Au Langage, França, 2014], de Jean-Luc Godard (Imovision).

Um dos maiores cineastas da história experimente o 3D, mas do seu jeito. Ganhou Prêmio do Júri em Cannes.

Dheepan - O Refugio

2. DHEEPAN – O REFÚGIO [Dheepan, França, 2015], de Jacques Audiard (California).

Filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2015, um drama sobre imigrantes.

Winter Sleep

3. WINTER SLEEP [Kis Uykusu, Turquia/ França/ Alemanha, 2014], de Nuri Bilge Ceylan (Alpha Filmes/ Pandora).

Palma de Ouro em Cannes em 2014, mostrando que nosso circuito não dá a menor bola para o maior festival de cinema do mundo.

Vicio Inerente-05

4. VÍCIO INERENTE [Inherent Vice, EUA, 2014], de Paul Thomas Anderson (Warner).

O sempre interessante P.T. Anderson votando aos anos 1970, onde já esteve com Boogie Nights.

Whiplash - Em Busca da Perfeicao

5. WHIPLASH – EM BUSCA DA PERFEIÇÃO [Whiplash, EUA, 2014], de Damien Chazelle (Sony).

J.K. Simmons ganhou o Oscar, o Globo de Ouro, o SAG e o Bafta de ator coadjuvante. Foi um dos oscarizados mais populares de 2015 (foi indicado a melhor filme).

Selma

6. SELMA – UMA LUTA PELA IGUALDADE [Selma, Inglaterra/ EUA, 2014], de Ava DuVernay (Disney).

Indicado ao Oscar de melhor filme, vencedor do prêmio de melhor canção, conta uma história da luta por direitos civis nos EUA.

SICARIO Day 01

7. SICARIO – TERRA DE NINGUÉM [Sicario, EUA, 2015], de Denis Villeneuve (Paris).

Do mesmo diretor de Incêndios, tem como cenário a guerra anti-drogas na fronteira EUA-México.

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8. AMY [Amy, EUA/Inglaterra, 2015]. De Asif Kapadia.

Documentário vencedor do Oscar da categoria, retratando a complicada e talentosa cantora inglesa. Já passou na TV a cabo, nos canais GNT e Bis.

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9. DOIS DIAS, UMA NOITE [Deux Jours, Une Nuit, França/ Bélgica/ Itália, 2014], de Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne (Imovision).

Marion Cotillard concorreu ao Oscar de melhor atriz em 2015 por este filme dos irmãos Dardenne que versa sobre a crise econômica europeia.

Sufragistas

10. AS SUFRAGISTAS [The Suffragettes, Reino Unido, 2015], de Sarah Gavron (Universal).

O filme retrata a pioneira, perigosa e brutal luta feminista pelo voto na Inglaterra do começo do século XX.

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11. ENQUANTO SOMOS JOVENS [While We’re Young, EUA, 2014], de Noah Baumbach (Mares).

Um filme de Noah Baumbach (de Frances Ha) passou em JP em 2015: Mistress America. O outro, este, não.

Malala

12. MALALA [He Named Me Malala, Emirados Árabes/EUA, 2015], de Davis Guggenheim (Fox).

O filme é sobre a garota paquistanesa que o Talibã tentou matar porque ela quis estudar – e como ela se tornou um símbolo da educação para mulheres em regiões dominadas pelo grupo.

Mia Madre-02

13. MIA MADRE [Mia Madre, Itália, 2015], de Nanni Moretti (California).

Moretti ganhou o Prêmio do Júri Ecumênico em Cannes, e seu filme fez grande sucesso no festival. Acabou passando em JP este ano, na sessão de cinema de arte do Cinépolis Manaíra.

LMBrasileiros - A Estrada 47. Divulgação

14. A ESTRADA 47 [Brasil/ Itália/ Portugal 2013], de Vicente Ferraz (Europa).

Filmado na Itália, é um dos raros filmes nacionais que abordam a participação brasileira na II Guerra Mundial.

FOXCATCHER

15. FOXCATCHER – UMA HISTÓRIA QUE CHOCOU O MUNDO [Foxcatcher, EUA, 2014], de Bennett Miller (Sony).

Prêmio de melhor direção em Cannes e indicado a cinco Oscars. Steve Carrell concorreu a melhor ator no Oscar, no Globo de Ouro e no SAG.

Leviathan

16. LEVIATÃ [Leviathan, Rússia, 2014], de Andrey Zvyagintsev (Imovision).

O filme russo que mostra um cidadão em uma batalha legal contra um prefeito corrupto foi indicado ao Oscar de filme de língua não inglesa em 2015.

Idolo

17. ÍDOLO [Brasil, 2015], de Ricardo Calvet (Nossa/ Remake).

Documentário sobre Nilton Santos, lateral-esquerdo mítico da Seleção Brasileira e do Botafogo, conhecido como a “Enciclopédia”.

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18. INFÂNCIA [Brasil, 2015], de Domingos Oliveira (Forte Filmes).

Domingos revisita a própria infância, com Fernanda Montenegro no elenco.

Macbeth - Ambicao e Guerra

19. MACBETH: AMBIÇÃO & GUERRA [Macbeth, Inglaterra/ França/ EUA, 2015], de Justin Kurzel (Diamond).

Nova versão da peça de Shakespeare, desta vez com Michael Fassbender e Marion Cotillard liderando o elenco.

45 Anos

20. 45 ANOS [45 Years, Inglaterra, 2015], de Andrew Haigh (Imovision).

O drama de um casal de meia-idade (ela vê o sofrimento dele ao saber da morte de um amor antigo). Charlotte Rampling concorreu ao Oscar de melhor atriz este ano.

Mil e uma Noites - Volume 1

21. AS MIL E UMA NOITES – VOLUME 1 [Portugal/ Alemanha/ França/ Suíça, 2015], de Miguel Gomes (Tucuman).

O fime português é o primeiro de uma trilogia que faz um paralelo entre a história de Sherazade e a crise econômica portuguesa.

Amor Plastico e Barulho

22. AMOR, PLÁSTICO E BARULHO [Brasil, 2013], de Renata Pinheiro (Boulevard Filmes).

A história de uma rivalidade dentro do microuniverso da música brega. Maeve Jenkings ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Brasília.

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23. TIMBUKTU [Timbuktu, França, Mauritânia, 2014], de Abderrahmane Sissako (Imovision).

Indicado ao Oscar e ao Bafta de filme de língua não inglesa e vencedor de sete Césars, incluindo melhor filme.

Jia Zhang-Ke um Homem de Fenyang

24. JIA ZHANG-KE, UM HOMEM DE FENYANG [Brasil, 2015], de Walter Salles (Videofilmes).

Salles aborda a vida do cineasta chinês Jia Zhang-Ke.

Meia Hora e as Manchetes que Viram Manchete

25. MEIA HORA E AS MANCHETES QUE VIRAM MANCHETE [Brasil, 2014], de Angelo Defanti (Boulevard).

O bom humor do jornal popular carioca inspirou este documentário. Já passou ma TV a cabo, no Canal Brasil.

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26. CALIFÓRNIA [Brasil, 2015], de Marina Person (Vitrine Filmes).

O longa passeia pela juventude dos anos 1980 e a aurora da Aids. Acabou passando este ano no Cine Bangüê.

118 Dias

27. 118 DIAS [Rosewater, EUA, 2014], de Jon Stewart (Diamond).

O apresentador de talk shows dirigiu este filme sobre um jornalista detido pelo Irã e acusado de espionagem.

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28. O CLUBE [El Club, Chile, 2015], de Pablo Larraín (Imovision).

Do mesmo diretor de No, o filme toca no espinhoso tema do abuso sexual de crianças por parte de padres católicos – no caso, em uma pequena cidade litorânea chilena. Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim e indicado ao Globo de Ouro de filme de língua não inglesa.

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29. EU SOU INGRID BERGMAN [Jag ar Ingrid, Suécia, 2015], de Stig Bjorkman (Zeta Filmes).

Documentário sobre a atriz sueca que se tornou uma superestrela em Hollywoood, trocou tudo para viver um amor com o cineasta italiano Roberto Rossellini, fez parte do neorealismo italiano e depois voltou a Hollywood. Passou no Cine Bangüê este ano.

Woody Allen - Um Documentário

30. WOODY ALLEN – UM DOCUMENTÁRIO [Woody Allen: A Documentary, EUA, 2012], de Robert B. Weide (Bretz).

A trajetória artística e de vida de um dos grandes cineastas de todos os tempos. Muitas cenas de seus filmes e a inevitável polêmica envolvendo Mia Farrow. Já passou na TV a cabo: no HBO e no Cinemax.

Gemma Bovery

31. GEMMA BOVERY – A VIDA IMITA A ARTE [Gemma Bovery, França/ Inglaterra, 2014], de Anne Fontaine (Mares Filmes).

Baseado em um álbum em quadrinhos de Posy Simmonds, mostra uma inglesa casada na França, alvo do interesse de um padeiro que faz paralelos da vida dela com a quase homônima Madame Bovary. Teve algumas sessões em JP no Festival Varilux, mas não entrou em cartaz depois.

Que Viva Eisenstein

32. QUE VIVA EISENSTEIN! – 10 DIAS QUE ABALARAM O MÉXICO [Eisenstein in Guanajuato, México/ França/ Holanda/ Bélgica/ Finlândia, 2015], de Peter Greenaway (Esfera).

O muito particular cinema de Peter Greenaway aponta as lentes para o fundamental cineasta soviético Sergei Eisenstein e sua estadia no México, que deixou um filme inacabado (Que Viva México!).

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32. LIVRE [Wild, EUA, 2014], de Jean-Marc Vallée (Fox).

Reese Whiterspoon foi indicada ao Oscar, ao Globo de Ouro, ao Bafta e ao SAG de melhor atriz.

Memorias da Boca

33. MEMÓRIAS DA BOCA [Memórias da Boca, Brasil, 2015], de Alfredo Sternheim, Clery Cunha, José Mojica Marins, Mário Vaz Filho, Diomédio Piskator, Tony Ciambra, Diogo Gomes dos Santos, Valdir Baptista (Dist. Independente).

Vários cineastas contam histórias que se passam no reduto cinematográfico paulista. São oito episódios: três ficções e cinco documentários.

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34. PASOLINI [Pasolini, França/ Itália/ Bélgica, 2014], de Abel Ferrara (Imovision).

Outro cineasta muito particular que ganhou uma cinebiografia de um colega também muito particular. Chegado num submundo, Ferrara escala Willem Dafoe para viver o italiano em seu último dia.

Ultimo Cine Drive-in

35. O ÚLTIMO CINE DRIVE-IN [Brasil, 2014], de Iberê Carvalho (Vitrine).

Vencedor do júri da crítica no Festival de Gramado no ano passado, o filme (que se inspira em um drive-in que existe mesmo em Brasília) passou este ano em JP no Cine Bangüê.

Minha Querida Dama

36. MINHA QUERIDA DAMA [My Old Lady, Inglaterra/ França/ EUA, 2014], de Israel Horovitz (California).

Maggie Smith e Kevin Kline contracenam: ele herda um apartamento em Paris e a encontra morando lá.

Uivo da Gata

37. O UIVO DA GAITA [Brasil, 2013], de Bruno Safadi (Dist. própria).

O filme experimental mostra um triângulo amoroso com Leandra Leal e Mariana Ximenes.

Orfaos do Eldorado

38. ORFÃOS DO ELDORADO [Brasil, 2015], de Guilherme Coelho (Downtown/Paris).

Baseado no romance de Milton Hatoum, mostra um homem que volta para casa e assume o lugar do pai que morre. Com Daniel Oliveira e Dira Paes.

Taxi Teera

39. TAXI TEERÃ [Taxi, Irã, 2015], de Jafar Panahi (Imovision).

Vencedor do Urso de Ouro e do prêmio da crítica no Festival de Berlim em 2015. Um falso documentário em que Panahi dirige um táxi pela capital do Irã e conversa com os passageiros. Ele é diretor de O Balão Branco (1995) e Isto Não É um Filme (2011).

Amuleto

40. O AMULETO [Brasil, 2014], de Jefferson De (Downtown/Paris).

O diretor de Bróder entra no universo dos filmes de terror, com assassinatos não desvendados em uma pria e Bruna Linzmeyer e Maria Fernanda Cândido no elenco.

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41. CIDADE DE DEUS – 10 ANOS DEPOIS [Brasil, 2015], de Cavi Borges, Luciano Vidigal (Livres).

Com algum atraso (três anos), o bom documentário sobre o que aconteceu com o elenco de um dos grandes filmes nacionais de todos os tempos.

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42. O CLà[El Clan, Espanha/ Argentina, 2015], de Pablo Trapero (Fox).

A história de uma das gangues mais conhecidas da Argentina nos anos 1980. Melhor direção no Festival de Veneza e cinco prêmios da Academia Argentina.

Depois da Chuva

43. DEPOIS DA CHUVA [Brasil, 2013], de Cláudio Marques, Marília Hughes (Espaço Filmes).

A descoberta do contexto político para adolescente que viviam o fim da ditadura militar, em 1984. Três prêmios no Festival de Brasília, incluindo melhor ator, e melhor filme estrangeiro no Festival de Nova York.

Ponte Aerea

44. PONTE AÉREA [Brasil, 2015], de Júlia Rezende (Downtown/Paris).

O romance com Caio Blat e Letícia Colin, ele carioca e ela paulista. O filme brinca com as peculiaridades de Rio e São Paulo.

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45. JAMES BROWN [Get on Up, EUA/ Inglaterra, 2014], de Tate Taylor (Universal).

A cinebiografia do músico é do mesmo diretor de Histórias Cruzadas.

Diario de uma Camareira

46. O DIÁRIO DE UMA CAMAREIRA [Journal de une Femme de Chambre, França/ Bélgica, 2015], de Benoît Jacquot (Mares).

Com Léa Seydoux e o diretor de Adeus, Minha Rainha, o filme é uma refilmagem que teve versões em 1946 (de Jean Reoinr, com Paulette Goddard) e 1964 (de Luís Buñuel, com Jeanne Moreau).

Eden

47. EDEN [Eden, França, 2014], de Mia Hansen-Løve (Imovision).

O filme aborda o nascimento da cena da música eletrônica em Paris. Da diretora de Adeus, Primeiro Amor (2011).

Pequena Morte

48. A PEQUENA MORTE [The little death, Austrália, 2015], de Josh Lawson (California).

O bom humor pauta as bizarrices do desejo sexual de quatro casais que tentam se acertar no filme.

Noites Brancas no Pier

49. NOITES BRANCAS NO PÍER [Nuits Blanches sur la Jetée, França, 2014], de Paul Vecchiali (Supo Mungam).

Toda noite uma mulher aguarda o homem da sua vida em uma região portuária. Um homem que passa sempre por ali conversa com ela durante quatro noites e acaba se apaixonando. Baseado num conto de Dostoiévsky.

Vilanova Artigas - O Arquiteto e a Luz

50. VILANOVA ARTIGAS: O ARQUITETO E A LUZ {Brasil, 2014], de Laura Artigas e Pedro Gorski (Olé).

O importante arquiteto brasileiro completaria 100 anos em 2015 e ganhou um documentário sobre sua vida e obra.

MAIS RETROSPECTIVA 2015:
Meus melhores filmes de 2015

MAIS FILMES QUE NÂO PASSARAM…:
50 filmes que não passaram em João Pessoa em 2014

 

Cinderela - Da Cidade das Fábulas, com Amor

Cinderela – Da Cidade das Fábulas, com Amor (Cinderella – From Fabletown, with Love). EUA, 2009/2010. Roteiro: Chris Robinson. Ilustração: Shawn McManus. Panini Comics, 2015. 144 páginas.

Com ares de James Bond, Cinderela, agente secreta, estrela sua própria minissérie. Esse derivado da excelente série Fábulas é uma nova resenha escrita por mim para o Universo HQ. Confere lá. Um trecho:

“Como acontece muito em Fábulas, a personagem está bem distante de seu jeito de ser consagrado – neste caso, principalmente pelo longa-metragem animado clássico da Disney, de 1950. Há sempre referências a seu conto – ela é dona de uma loja de sapatos em Nova York –, mas Cinderela tem pouco de meiga e nada de indefesa”.

Está aí o trailer da nova versão de Ben-Hur, esta que tem Rodrigo Santoro como Jesus. O desafio não é pouco: escapar da pesada sombra do clássico de 1959, ainda recordista de Oscars (junto com Titanic e o terceiro O Senhor dos Anéis, todos com 11). É a terceira versão do romance de Lew Wallace (há uma muda, de 1925). Uma curiosidade é que o ator brasileiro até aparece bastante no trailer, se compararmos com a versão de 1959, que não mostrava o rosto de Cristo. A direção é do russo Timur Bekmambetov, de filmes muito ruins como O Procurado (2008) e Abraham Lincoln, Caçador de Vampiros (2012). Estreia no Brasil: 1º de setembro.

pedra-sobre-pedra

Ah, os anos 1990… Parecia que não havia limites para a nudez na TV. A prova é a abertura antológica de Pedra sobre Pedra (1992), com uma esplendorosa Mônica Fraga se confundindo com a paisagem de pedras e árvores do interior do Nordeste. E a música de Dominguinhos cantada por Fagner dita o ritmo seguido perfeitamente pelas imagens. Uma pérola.
Sem borda - 05 estrelas

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Soy Cuba o Mamute Siberiano

Soy Cuba, o Mamute Siberiano. Brasil, 2005. Direção: Vicente Ferraz. Documentário. Nos primeiros anos da Revolução Cubana, uma equipe cinematográfica soviética aporta na ilha para criar um filme épico sobre o país. Ferraz reconstitui com fartos depoimentos a história de Soy Cuba, o filme que acabou não agradando nem cubanos nem soviéticos e acabou esquecido por décadas, até ser resgatado do limbo por Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. A produção dirigida por Mikhail Kalatozov recebeu, desde então, os devidos elogios pelas belíssimas imagens (que o doc brasileiro usa à vontade).
Sem borda - 04 estrelas

Visto no Canal Curta!

O Homem-Aranha aparece. É só o que você precisa saber. Estreia no Brasil: 28 de abril.

top 10 - 03.08

Na foto está o top 10 da eleição até agora (com as estreias de janeiro a julho disponíveis para receber notas). Aparentemente, quase nenhuma mudança em relação à última classificação divulgada, mas há uma importante que a foto não revela: Mad Max – Estrada da FúriaDivertida Mente estão empatados, com média 4,666. A briga promete esquentar mais porque Que Horas Ela Volta? entra na votação agora na lista de agosto.

Veja a seguir as médias dos 32 filmes que alcançaram até agora o quórum de seis notas. Se você não votou, ainda pode. Se você votou, mas só depois viu algum filme para o qual deu “não vi”, pode voltar lá e acrescentar sua nota retroativa. Exerça seu dever cívico no 10º Melhores do Ano! No fim do post, os links para votar.

Mad Max – Estrada da Fúria – 4,666
Divertida Mente – 4,666
A História da Eternidade – 4,363
O Sal da Terra – 4,25
Casa Grande – 4,166

Ida – 4
Mapas para as Estrelas – 3,909
Cássia Eller – 3,888
O Jogo da Imitação – 3,884
Birdman ou a Inesperada Virtude da Ignorância – 3,851

Grandes Olhos – 3,75
Samba – 3,666
A Teoria de Tudo – 3,478
Kingsman – Serviço Secreto – 3,5
Homem-Formiga – 3,5

Para Sempre Alice – 3,466
Sniper Americano – 3,333
Entre Abelhas – 3,333
Branco Sai, Preto Fica – 3,285
Cinderela – 3,142

Chappie – 3
Os Pinguins de Madagascar – 3
Busca Implacável 3 – 3
Vingadores – Era de Ultron – 2,888
Um Santo Vizinho – 2,75

A Entrevista – 2,333
Minions – 2,333
Caminhos da Floresta – 2,272
Poltergeist – O Fenômeno – 2
O Destino de Júpiter – 1,875

Loucas pra Casar – 1,857
Cinquenta Tons de Cinza – 1,8

Você pode votar de três maneiras:

– Acesse o álbum de fotos na minha página no Facebook. Para cada mês, há uma foto com a lista dos filmes.
– Acesse o álbum de fotos na página do Boulevard do Crepúsculo no Facebook. Também há uma foto para cada mês.
– Ou acesse a página da votação no blog. Lá estão todas as listas.

O editor Sidney Gusman divulgou hoje as primeiras imagens de Papa Capim – Noite Branca, a 11ª Graphic MSP e a primeira de 2016. Para celebrar (mentira, eu já pretendia publicar isso antes), resolvi fazer meu top 10 da série até agora. É preciso duas observações. Primeiro, é claro que, se tem só 10, nenhuma ficou de fora. Segundo, o nível de todas vai, pra mim, de muito boas a excelente.

Top 10 Graphic MSP - Muralha

10. TURMA DA MATA – MURALHA (2015)

Com a pegada de uma HQ de ação e aventura, Muralha é interessante, tem bom ritmo e criou uma bom ambientação, mas acho que acabou se distanciando demais dos personagens originais, pouco reconhecíveis em seu novo formato. Muitos deles estão mais para clichês genéricos de personagens de filmes de ação (o que é evidenciado em muitos dos diálogos). A HQ é de Artur Fujita (roteiro), Roger Cruz (arte) e Davi Calil (cores).

 

 

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9. ASTRONAUTA – SINGULARIDADE (2014)

A segunda incursão de Danilo Beyruth pelo universo do Astronauta (com perdão do trocadilho) resolveu expandir sua versão, incluindo outros personagens. É uma ótima trama de ficção científica, mas minimizou-se aquilo que é uma das principais características do personagem:a solidão.

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8. PENADINHO – VIDA (2015)

A trama sensível de Paulo Crumbim e Cristina Eiko mistura elementos da ficção de horror com ecos de rock pesado e estética influenciada pelo mangá. A história usa os personagens de Mauricio de Sousa praticamente como eles são nos quadrinhos tradicionais.

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7. CHICO BENTO – PAVOR ESPACIAR (2013)

Esta pode ser a Graphic MSP que mais tem “a cara” de seu autor. É uma HQ muito do Gustavo Duarte, seguindo firme em seu estilo puramente visual (aqui abrindo exceções para alguns balões). Sendo assim, é um deleite para os olhos, com seus traços limpos e cartunescos e quadros cheios de detalhes e referências.

 

 

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6. BIDU – CAMINHOS (2014)

Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho optaram por uma “história de origem”: como Bidu e Franjinha se conheceram. Do ponto de vista do cãozinho, mas com a difícil missão de trazer os diálogos entre os bichos “traduzidos” em desenhos dentro dos balões, como em tantas histórias “mudas” do Mauricio. As onomatopeias muito integradas à ação são um charme a mais na narrativa.

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5. PITECO – INGÁ (2013)

Shiko fez uma bela adaptação do personagem pré-histórico de Mauricio, conseguindo muitas soluções ótimas para as referências originais. E construiu uma narrativa de ação que funciona muito bem, emoldurada por suas ilustrações deslumbrantes.

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4. TURMA DA MÔNICA – LAÇOS (2013)

Coim uma forte pegada Goonies, Vitor e Lu Cafaggi conta uma aventura com os quatro principais personagens de Mauricio. O resultado é exatamente o que se espera dos dois: humor e ternura combinando perfeitamente. Enquanto Vitor desenhou a ação “no presente”, colorida, Lu ficou com os fofíssimos flashbacks que imaginam como o quarteto se conheceu, praticamente ainda bebês.

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3. LOUCO – FUGA (2015)

A mais recentes das Graphic MSPs (até o lançamento de Papa-Capim – Noite Branca), a obra de Rogério Coelho ao mesmo tempo estabelece uma linha narrativa para o mais surrealista personagem do universo mauriciano (criado pelo irmão dele, Márcio) e subverte a narrativa (o personagem atravessa quadrinhos e ressignifica viradas de páginas). E ainda desenvolve metáforas metalinguísticas com a trajetória das próprias criações de Mauricio e do próprio selo Graphic MSP, servindo como o fechamento simbólico de um ciclo para as dez primeiras edições da série.

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2. ASTRONAUTA – MAGNETAR (2013)

A primeira das Graphic MSP é uma aula de como se pode fazer uma grande história de aventuras para todas as idades (coisa que DC e Marvel parecem ter esquecido há tempos). Danilo Beyruth, de quebra, tira proveito da maior característica do Astronauta, sua solidão estelar, e a leva a consequências inéditas para o personagem. E abre a trama já com uma reinvenção: um background do personagem, mostrando sua relação com o avô.

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1. TURMA DA MÔNICA – LIÇÕES (2015)

Os irmãos Vitor e Lu Cafaggi se superaram em Lições. Se Laços jogava a Turma da Mônica em uma aventura, Lições enfrenta desafios narrativos ainda maiores: é basicamente uma comédia dramática que se passa exclusivamente no cotidiano do quarteto. Os Cafaggi fazem de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali seus personagens e ao mesmo tempo não se afastam quase nada das criações originais de Mauricio de Sousa – um equilíbrio difícil. Os flashbacks de Lu estão mais integrados à narrativa “no presente” de Vítor. E, ao separar os personagens por boa parte da história, a trama reforça a união entre eles. E a página final é nada menos do que uma obra-prima.

No meio de um dos maiores faroestes de todos os tempos, o diretor Howard Hawks arrumou um tempo para aproveitar o talento dos dois cantores de seu elenco: o crooner Dean Martin e o astro jovem Ricky Nelson. Eles cantam “My rifle, my pony and me” e “Get along home, Cindy” e criam um momento de camaradagem entre os delegados que estão segurando um assassino na cadeia e aguentando a pressão da gangue que quer soltá-lo. Até o Walter Brennan acompanha, faltou só o John Wayne cantar também.

Onde Começa o Inferno. Rio Bravo. Estados Unidos, 1959. Direção: Howard Hawks. Elenco: John Wayne, Dean Martin, Angie Dickinson, Ricky Nelson, Walter Brennan.

Cena anterior: Cabaret.

Pois é, saiu o primeiro trailer para valer de As Caça-Fantasmas, que dá sequência à série 27 anos após o segundo e, até então, último filme. Como sabemos, nada de Pete, Egon, Ray e Winston, mas trata-se de uma equipe totalmente nova (e totalmente feminina). Melissa McCarthy parece estar muito bem, mas não sei ainda se levo fé no filme. Quase todos os atores do elenco original fazem pontas no novo filme, mas ainda não foi revelado se com os mesmos personagens ou não (no IMDb não consta nome dos personagens para esse atores especificamente). Ninguém também deixa claro se é uma sequência ou um recomeço de série. O trailer faz referência em texto ao filme original, mas as cenas não e o título, bem, é exatamente o mesmo do primeiro filme, o que seria no mínimo estranho para uma parte 3. Estreia no Brasil marcada para 15 de julho.

ATUALIZAÇÂO (13h): O diretor Paul Feig deu entrevistas hoje e deixou claro: é um reinício da série (apesar do texto do trailer se referir a Nova York sendo salva 30 anos atrás e falar em “novo time”).

Procurado Dory, a continuação de Procurando Nemo (2003), ganhou seu primeiro teaser trailer nacional (não sei qual a diferença desse pra um trailer mesmo). A animação segue um deslumbre, mas tudo ainda tem cara de repetição. Vamos ver. O filme, agora, é centrado na busca da peixinha que vive com falta de memória pela família que um dia esqueceu e da qual agora lembrou. Estreia no Brasil em 30 de junho.

88th Oscars®, Academy Awards, Telecast

Chris Rock arrebentou no monólogo de abertura desse Oscar. Não fugiu um segundo da polêmica, atirou para todo o lado (a falta de diversidade que existe mesmo, mas também para quem vê racismo em tudo). Meu amigo Luiz Joaquim, crítico de cinema pernambucano, fez uma bela análise em seu blog. De minha parte, aqui vai a transcrião completa do monólogo:

CHRIS ROCK (após o clipe com cenas dos filmes de destaque no ano passado): “Cara, eu contei pelo menos 15 negros nessa montagem! Estou aqui no Oscar, também conhecido como o Pessoas Brancas Choice Awards.

Você sabe, se eles indicassem os mestres de cerimônia, eu nem conseguiria esse emprego. Então vocês estariam assistindo ao Neil Patrick Harris agora.

Mas esta é o Oscar mais selvagem e mais louco para apresentar, porque temos toda essa polêmica. Não, não há indicados negros, você sabe, e as pessoas ficam dizendo “Chris, você deve boicotar. Chris, você devia cair fora. Você devia cair fora”.

Repare que só desempregados te dizem para sair de alguma coisa, tá sabendo? Ninguém com um emprego nunca te diz para se demitir.

Então, eu pensei em cair fora. Eu pensei nisso pra valer. Mas, eu pensei, eles fariam o Oscar de qualquer jeito. Eles não vão cancelar o Oscar porque eu saí. Entendem? E a última coisa que eu preciso é perder outro emprego para o Kevin Hart, ok?

Eu não preciso disso. Kev, bem ali – Kev faz filmes rápido. Todo mês. Estrelas pornô não fazem filmes tão rápido.

Agora o negócio é o seguinte: por que estamos protestando? A grande questão: por que neste Oscar? Por que neste Oscar, entende?

É o 88º Oscar.É o 88º Oscar, o que significa que toda esta coisa de nenhum indicado negro aconteceu, pelo menos, 71 outras vezes. Ok?

Você tem que entender que isso aconteceu nos anos 1950, nos anos 1960 – você sabe, nos anos 1960, num desses anos, Sidney não colocou um filme na rua. Tenho certeza de que não havia indicados negros em alguns desses anos. Vamos dizer, 1962 ou 1963, e os negros não protestaram.

Por quê? Porque nós tínhamos coisas reais para protestar naquele tempo, tá sabendo? Tínhamos coisas reais para protestar; você sabe, a gente estava muito ocupado sendo estuprado e linchado para se preocupar com quem ganhou melhor fotografia.

Você sabe, quando sua avó está pendurada em uma árvore, é realmente difícil se importar com o melhor curta documentário estrangeiro.

Mas o que aconteceu este ano? O que aconteceu? As pessoas enlouqueceram. Spike ficou puto – ficou puto, e Jada ficou furiosa, e Will ficou louco. Todo mundo ficou puto, sabe?

Jada ficou furiosa! Jada diz que não vem, em protesto. E eu: “Mas ela não faz uma série de TV?

Jada vai boicotar o Oscar… Jada boicotar o Oscar é como eu boicotar a calcinha da Rihanna. Eu não fui convidado.

Oh, esse é um convite em que eu não recusaria.

Mas eu entendo, não estou reclamando. Eu entendo sua fúria. Jada furiosa porque seu homem Will não foi indicado por Um Homem entre Gigantes. Eu entendo, eu entendo.

De verdade. Eu entendo, eu entendo. Você ficou louca – não é justo que Will tenha estado tão bem e não tenha sido indicado.

 

Sim, você está certa. Também não é justo que Will tenha recebido 20 milhões de dólares para As Loucuras de James West, ok?

Essas coisas, você sabe (com o gesto de que se equlibram)… Este ano, o Oscar, as coisas vão ser um pouco diferentes. As coisas vão ser um pouco diferentes no Oscar. Este ano, na parte do In Memoriam, vai ser só pessoas negras que levaram tiros da polícia quando estavam indo pro cinema.

É, é. Eu disse isso. Tá certo?

Ei, se você quiser indicado negros todo ano, precisa apenas ter categorias para negros. Isso é o que você precisa. Você precisa ter categorias negras.

Você já faz isso com homens e mulheres. Pense nisso: não há nenhuma razão real para que haja uma categoria para homem e outra para mulher em atuação.

Qual é? Não há motivo. Não é atletismo.

Você não tem que separá-los. Sabe, o Robert De Niro nunca disse: “É melhor eu ir mais devagar nessa atuação, assim a Meryl Streep pode me alcançar”.

Não, de jeito nenhum, cara! Se você quer negros todo ano no Oscar, apenas tenha categorias negras como o melhor amigo negro.

Está certo. “E a vencedora, pelo 18º ano consecutivo é Wanda Sykes. Este é 18º Oscar Negro da Wanda”.

Mas aqui está a verdadeira questão. A pergunta que todo mundo realmente quer saber, todo mundo no mundo quer saber é: Hollywood é racista? Hollywood é racista?

Você sabe, isso é um … você tem que ir nesse assunto do jeito certo.

É racista de queimar cruzes? Não.

É racista de me-traz-uma-limonada? Não, não, não, não.

É um tipo diferente de racista. Olha, eu lembro de uma noite em que eu estava em um evento para arrecadar fundos para o presidente Obama. Muitos de vocês estavam lá. Eu e toda a Hollywood.

Estávamos todos lá. E tinha cerca de quatro negros lá: eu, hã, vamos ver, Quincy Jones, Russell Simmons, Questlove. Você sabe, os suspeitos de sempre, certo? E cada ator negro que não estava trabalhando.

Desnecessário dizer que Kev Hart não estava lá. Ok? Então, em certo momento você vai tirar uma foto com o presidente, e, você sabe, enquanto eles estão acertando o enquadramento, você consegue ter um momento com o presidente.

Eu disse algo como “Sr. Presidente, está vendo todos esses escritores e produtores e atores? Eles não contratam negros, e eles são os brancos mais legais do mundo! Eles são liberais! Diga ‘x’!”.

Tá certo. Hollywood é racista? Você tem toda a razão: Hollywood é racista. Mas não a racista a que você cresceu acostumado.

Hollywood é um fraternidade de moças racista.

É como “Nós gostamos de você, Rhonda, mas você não é uma Kappa”.

É assim que Hollywood é.

Mas as coisas estão mudando. As coisas estão mudando.

Temos um Rocky negro este ano. Algumas pessoas o chamam de Creed. Eu chamo de “Rocky Negro”.

E isso é uma grande, inacreditável afirmação. Quer dizer, porque Rocky se passa em um mundo onde os atletas brancos são tão bons quanto os atletas negros.

Rocky é um filme de ficção científica. Há coisas que aconteceram em Guerra nas Estrelas, que são mais críveis do que coisas que aconteceram em Rocky, ok?

Mas, ei, nós estamos aqui para honrar atores. Estamos aqui para honrar atores, estamos aqui para honrar filmes.

Há um monte de injustiças, muitas injustiças. Uma das maiores injustiças ninguém está falando: meu ator favorito no mundo é Paul Giamatti.

Paul Giamatti, pra mim, é o maior ator do mundo. Pense sobre o que Paul Giamatti fez nos últimos dois anos.

No ano passado, ele esteve em 12 Anos de Escravidão – ​​odeia pessoas negras. Este ano, ele está em Straight Outta Compton – ama pessoas negras.

Ano passado, ele estava gritando com Lupita; este ano, ele está chorando no funeral de Eazy-E.

Isso é que é versatilidade. Ben Affleck não consegue fazer isso.

O que eu estou tentando dizer é, você sabe, não se trata de boicotar coisa alguma. É só que queremos oportunidade. Queremos que atores negros tenham as mesmas oportunidades que os atores brancos.

É isso aí. Não apenas uma vez. Leo recebe um grande papel todo ano e, você sabe, todo mundo, todos vocês, têm grandes papeis o tempo todo.

Mas o que acontece com os atores negros?

Olha para o Jamie Foxx. Jamie Foxx é um dos melhores atores do mundo, cara. Jamie Foxx estava tão bom em Ray que foram ao hospital e tiraram da tomada os aparelhos do verdadeiro Ray Charles. É como “Nós não precisamos de dois deles!”. Não, cara.

Sabe, nem tudo é sobre raça, cara. Outro grande tema de hoje à noite é – alguém me disse isso – que você não está mais autorizado a perguntar às mulheres o que eles estão vestindo.

Há essa coisa toda, “Pergunte mais coisas a ela. Você tem que perguntar mais”. Você sabe, é como, você pergunta outras coisas aos homens.

Nem tudo é sexismo, nem tudo é racismo.

Eles perguntam mais coisas aos homens porque os homens estão todos vestindo a mesma roupa, ok? Cada cara lá está vestindo exatamente a mesma coisa.

Você sabe, se George Clooney aparecesse com um smoking verde-limão, e um cisne saindo da bunda dele, alguém perguntaria: “O que você está vestindo, George?”

Ei, bem-vindos ao 88º Oscar. É, obrigado.

Você quer diversidade? Temos diversidade: por favor, deem as boas vindas a Emily Blunt e alguém ainda mais branca, Charlize Theron!”.

Veja o vídeo com a abertura legendada aqui.

 

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