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Eu adorei o A Noite que Mudou o Pop, documentário sobre a produção de “We are the world” na Netlix. As muitas imagens de bastidores e do processo de gravação são fascinantes, detalhadas e reveladoras. É um deleite e minha crítica está aqui. Mas fiquei com uma questão misteriosa na cabeça.

Simplesmente nem mencionam os improvisos solos de Stevie Wonder e Ray Charles na parte final da música, um dos momentos que acho mais legais da canção. Por quê?

Detalham a gravação do solo do Bruce Springsteen e depois é como se o trabalho todo tivesse acabado. “Pronto, já temos os solos que precisamos”. Mas a canção ainda tem simplesmente o Stevie Wonder e o Ray Charles (o Stevie, inclusive, em dueto com o solo que Springsteen aparece gravando).

Eles gravaram em outro dia, então? Se foi isso, por que o filme não diz? Se não, por que não há registro ou menção dessa parte do trabalho no filme?

Se os solos de Stevie e Ray foram pensados e gravados depois, quem pensou neles? Acharam que falta alguma coisa? Os dois que se ofereceram para gravar?

Se foram gravados depois, por que o filme não conta essa parte? Porque imagens existem (veja no final). O filme quis manter uma mística de que tudo foi gravado naquela madrugada, com todo mundo junto, e, na verdade, como esses dois pedaços não foram feitos assim, omitiram isso?

Bom, são várias questões, na verdade. Ficam aí no ar porque possivelmente isso está documentado em algum canto, alguma matéria antiga, sei lá, mas eu não sei.

A parte que eu menciono começa em 4min20seg no clipe oficial, depois do improviso solo do Bob Dylan. Em seguida, os bastidores da parte de Ray Charles e de Stevie Wonder.

Os bastidores do solo de Stevie Wonder (depois combinado com o de Bruce Springsteen, como um dueto):

E os bastidores do solo do Ray Charles:

Tudo começou no dia 1º de janeiro de 1988, à 1h05 da madrugada.

Naquela noite, após a virada do ano, estava em casa quando a Globo terminou sua programação do réveillon e deu início ao seu primeiro filme do ano: Cantando na Chuva.

Como todo mundo, acho, eu também gostava de assistir a filmes. Aquela história: quando criança, minha mãe me levava para ver os filmes dos Trapalhões no cinema, e eu os revia na TV, quando a Globo passava os filmes do grupo nas férias do programa. Eu me lembro de pedir muito à minha mãe para ver As Aventuras da Turma da Mônica em 1982 (“Quando passar na Praça Saenz Peña a gente vai”, ela respondeu. E fomos, no América ou no Carioca). E de ter visto alguns filmes que me marcaram no Supercine, na Globo: Superman – O Filme (1978) em 1984; Superman II (1980), Os Três Mosqueteiros (1973) e A Vingança de Milady (1974) em 1985…

Mas isso mudou a partir de 1988, quando eu tinha 14 anos. Uma série de coisas aconteceram ao longo daquele ano que mudaram minha percepção sobre o cinema. Passei a verdadeiramente amar a sétima arte e a querer saber cada vez mais.

Porta aberta para o cinema clássico no ano novo

Naquela virada de ano de 1987 para 1988 foi a primeira vez que assisti a Cantando na Chuva (1952). Essa experiência mudou tudo. Até hoje é meu filme preferido. E, a partir dele, percebei que, de onde tinha saído este, deveria ter outras maravilhas. Descobri aí o cinema clássico americano e, depois, os clássicos de outras cinematografias, outros estilos, outros artistas.


Programação dos filmes da TV no Estadão de 31 de dezembro de 1987 destaca Cantando na Chuva

Na programação de filmes daquela época na TV aberta (aliás, só tinha TV aberta), organizada na Globo pelo lendário Paulo Perdigão, o cinema clássico tinha lugar garantido e de honra. Ainda passavam na Sessão da Tarde (até o final de 1989) e o Cineclube exibia filmes legendados na segunda, no fim de noite. Lá em casa ainda não tinha videocassete, então a TV aberta foi onde descobri muitos grande filmes ao longo dos anos.

Mas para a virada do ano sempre era reservado algum filé, com raras exceções. E com especial predileção para musicais. A Noviça Rebelde (1965) foi o primeiro filme da Globo em 1989, O Mágico de Oz (1939) abriu os trabalhos em 1990, e a comédia A Corrida do Século (1965) estrelou a primeira madrugada de 1991. Foi assim até a virada de 2002 para 2003, quando a Globo passou a programar literalmente qualquer filme para a ocasião. Deixou de ser uma ocasião especial.

Curso de cinema nas segundas à noite

Em março, a Globo jogou sua cartada para enfrentar a concorrência de Jô Soares, que havia trocado a emissora pelo SBT e levado para lá seu humorístico Viva o Gordo (rebatizado como Veja o Gordo). A arma foi a Tela Quente: a sessão de filmes das segundas à noite foi lançada em 7 de março de 1988.


Matéria do Jornal do Brasil de 1º de março de 1988, sobre o lançamento da Tela Quente

Hoje a sessão é meio desprezada pela Globo, chegando a programar até episódios-piloto de séries exibidas na Globoplay e telefilmes produzidos por suas afiliadas, mas naquele começo a artilharia era pesadíssima. Quase toda segunda entravam em cena grandes sucessos ainda inéditos na TV (alguns com mais de um década de lançados no cinema). Olha só as primeiras 10 semanas:

7/3: O Retorno de Jedi (1983). 14/3: Os Caçadores da Arca Perdida (1981). 21/3: Rocky III (1982). 28/3: Alien, o 8º Passageiro (1979). 4/4: Comando para Matar (1985). 11/4: Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan (1982). 18/4: Tudo por uma Esmeralda (1984). 25/4: Tubarão III (1983). 2/5: Inimigo Meu (1985).

E o primeiro ano da Tela Quente ainda teve A Honra do Poderoso Prizzi (1986), O Feitiço de Áquila (1985), Um Tira da Pesada (1984), Banzé no Oeste (1974), Janela Indiscreta (1954), A Rosa Púrpura do Cairo (1985), Um Espírito Baixou em Mim (1984), Vestida para Matar (1980), Os Caça-Fantasmas (1984), 007 – Os Diamantes São Eternos (1971) e O Enigma da Pirâmide (1985), entre outros!

Nem tudo era bom, claro, mas era praticamente um curso às segundas à noite. Não tenho como mensurar o tanto de grandes filmes que vi pela primeira vez na Tela Quente.

Primeira vez sozinho no cinema

Em julho de 1988, eu peguei o dinheirinho que eu tinha juntado dos lanches que não comi na escola, peguei um ônibus, desci na Lagoa, subi a ladeira até o Cine Municipal e comprei o ingresso para Mestres do Universo (1987 não era raro filmes demorarem meses para estrear).

É, o filme do He-Man. Foi o primeiro filme que assisti sozinho no cinema, sem minha mãe me levar.


Capa do Caderno 2 do Estadão em 30 de junho de 1988 destaca a estreia de Mestres do Universo

Eu sei, eu sei, bem que podia ter sido um filme melhor. Mas, enfim, foi esse: a aventura espacial da Cannon que adaptava do jeito mais fuleira do mundo o desenho animado que todo mundo assistia no Xou da Xuxa.


Propaganda no Correio da Paraíba, em 21 de julho de 1988

Ter ido pela primeira vez ao cinema sozinho destravou outra fase da minha cinefilia. Começou minha vida independente no cinema. Naquele ano de 1988 teve mais umas idas, lembro de Uma Cilada para Roger Rabbit (1988), Irmãos Gêmeos (1988) e de Loucademia de Polícia V (1988). Foi o esquenta para 1989, o ano de Batman (1989), 007 Permissão para Matar (1989), Indiana Jones e a Última Cruzada (1989), Os Caça-Fantasmas II (1989), Corra que a Polícia Vem Ai! (1988). Um garoto de 15 anos começando a amar o cinema não poderia pedir mais.

O esplendor das revistas sobre cinema

Além dos filmes em si, havia as leituras. A saudosa revista Set, da Editora Abril, estava ainda em seu primeiro ano. Lançada em julho de 1987, era um mergulho mensal no mundo do cinema. Era bonita e elegante naqueles primeiros anos, equilibrando bem uma postura pop com cinefilia de verdade.


Revistas Set de 1988

Trazia o roteiro dos lançamentos nos cinemas e nas videolocadoras (um mercado então em ascensão). Tinha espaço garantido para o cinema clássico, seja em resenhas com destaque nas novidades em VHS ou seções reservadas ao tema (como a Mitos ou a Filmoteca; meses depois viria a coluna do Luiz Nazário sobre cinema mudo, chamada Tempos Modernos).


Revistas Cinemin de 1987 e 1989

Também descobri nessa época a Cinemin, da Ebal, mais cinéfila ainda e de linguagem “menos jovem”, digamos assim. Era em preto-e-branco, e mais quadrada na apresentação das suas matérias. Mas isso não importava por quem era ávido por saber mais sobre o cinema numa época sem internet. Cinemin era uma delícia de ler. O conteúdo, capitaneado por Fernando Albagli, tinha ainda mais espaço ao cinema clássico.

O título Cinemin existia na Ebal de Adolfo Aizen desde os anos 1950, mas publicava quadrinizações de filmes. Essa fase informativa foi de 1982 a 1993 e deixou saudades em qualquer cinéfilo que se preze.


Revistas Video News de 1989

Nessa época já havia também a Vídeo News, da Editora Três. Ela já estava na praça desde 1982, mas no começo seus assuntos principais eram técnicos: as filmadoras, os videocassetes no mercado, etc. Eram os equipamentos que estrelavam as capas da revista. Gradativamente ela começou a falar também dos lançamentos em vídeo. E ali por volta de 1987, 1988, já estava dando a capa para os novos filmes estreando do cinema.

Mas acho que Vídeo News só fui conhecer mesmo em 1989 nas bancas. Ainda tenho as mais antigas que comprei.

Guias de vídeo eram o IMDb da época

Como leitor cinéfilo outro elemento fundamental do ano de 1988 foi a primeira edição do Guia de Vídeo da Nova Cultural. Lançado no final de 1987, o livro trazia 3.400 filmes com ficha técnica, sinopse e rápidos comentários. Um dicionário de filmes, um IMDb antes da internet.


Propaganda na revista Set, em 1987

Eu li muito esse livro na antiga biblioteca do Sesc. Conheci ali o nome de vários filmes importantes que depois assisti quando a TV aberta exibiu ou que, poucos anos depois, fui encontrando nas locadoras da cidade.


Propaganda na revista SEt, em 1988

No final de 1988, foi lançada a edição 1989. Essa eu comprei numa banca (sim, esses guias eram lançados em bancas de jornal) e foi meu companheiro fiel na minha educação cinematográfica pelo ano seguinte. Essa e as edições que vieram anualmente depois. Comprei todo ano as novas edições até, pelo menos, a de 1993. Hoje sou um feliz proprietário de um edição 1990.

Mas sempre em busca das edições 1988 e 1989…

Clássico no réveillon, ótimos sucessos modernos na TV, primeira ida ao cinema sozinho, revista de cinema, primeiro guia de vídeo. Tudo isso há 35 anos, em 1988, o ano em que me tornei um cinéfilo.

20 – AS HORAS (The Hours)
Onde ver: DVD, Claro Vídeo, Apple TV/ iTunes.

As histórias e dilemas de três mulheres de épocas diferentes, interconectadas pelo romance Sra. Dalloway – sendo uma delas a própria autora do romance, Virginia Woolf. Um dramão apoiado na força de um elenco excelente, começando por seu trio protagonista, que ganhou em conjunto o prêmio de melhor atriz no Festival de Berlim. Nicole Kidman, de prótese no nariz, ganhou o Oscar de melhor atriz.
Estados Unidos/ Reino Unido/ França/ Canadá/ Alemanha. Direção: Stephen Daldry. Roteiro: David Hare, baseado em romance de Michael Cunningham. Elenco: Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep, Ed Harris, Miranda Richardson, John C. Reilly, Toni Collette, Allison Janney, Claire Danes, Jeff Daniels.

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19 – SINAIS (Signs)
Onde ver: DVD, blu-ray, Star Plus.

Uma ficção científica com ecos de Guerra dos Mundos que também é uma parábola sobre a fé. Tudo do ponto de vista intimista de uma família: os alienígenas invasores são vistos por pouco mais de um minuto no filme. Um grande exercício de causar medo com o não visto.
Estados Unidos. Direção e roteiro: M. Night Shyamalan. Elenco: Mel Gibson, Joaquin Phoenix, Rory Culkin, Abigail Breslin, Cherry Jones, M. Night Shyamalan.

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18 – MINORITY REPORT – A NOVA LEI (Minority Report)
Onde ver: DVD, blu-ray, Amazon Prime Video, HBO Max, Now, Globoplay, Claro Vídeo, Google Play/ YouTube Filmes, Microsoft Store.

Num futuro em que os criminosos são presos antes mesmo de cometerem o crime, um policial investe contra o sistema quando é acusado. O sistema pode ser falho? Spielberg põe o tema palpitante em debate, enquanto monta uma sociedade futurista fascinante, criada com a ajuda de especialistas.
Estados Unidos. Direção: Steven Spielberg. Roteiro: Scott Frank e Jon Cohen, baseado em livro de Phillip K. Dick. Elenco: Tom Cruise, Colin Farrell, Samantha Morton, Max von Sydow, Tim Blake Nelson, Peter Stormare.

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17 – MADAME SATÃ
Onde ver: DVD, Now.

Vigoroso e ousado retrato de um dos personagens mais emblemáticos da Lapa carioca das décadas de 1920 e 1930. Foi a revelação tanto do diretor quanto de seu protagonista. Lázaro Ramos e Marcélia Cartaxo ganharam os Grande Prêmio Cinema Brasil de melhor ator e atriz.
Brasil/ França. Direção: Karim AÏnouz. Roteiro: Karim AÏnouz, Marcelo Gomes, Sérgio Machado e Maurício Zacharias. Elenco: Lázaro Ramos, Marcélia Cartaxo, Flávio Bauraqui, Fellipe Marques, Renata Sorrah, Emiliano Queiroz, Gero Camilo, Karine Teles.

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16 – O SENHOR DOS ANÉIS – AS DUAS TORRES (The Lord of the Rings – The Two Towers)
Onde ver: DVD, blu-ray, HBO Max, Now, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

O capítulo do meio da saga baseada em J.R.R. Tolkien mantém o tom épico do primeiro filme, com histórias paralelas e equilibrando melhor a grandiloquência. O destaque foi a maior participação do Gollum, que marcou os personagens criados por captura de movimento.
Nova Zelândia/ Estados Unidos. Direção: Peter Jackson. Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Stephen Sinclair e Peter Jackson, baseado em livro de J.R.R. Tolkien. Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Sean Astin, John Rhys-Davies, Cate Blanchett, Orlando Bloom, Liv Tyler, Hugo Weaving, Andy Serkis (em captura de movimento), Christopher Lee, Miranda Otto, Karl Urban.

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15 – EMBRIAGADO DE AMOR (Punch-Drunk Love)
Onde ver: DVD, HBO Max, Now, Oi Play, Claro Vídeo, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

Um romance à moda de Paul Thomas Anderson, mais sobre personagens que sobre uma história. Porém desta vez não um painel, mas um filme centrado em um protagonista, um sujeito que precisa enfrentar suas limitações sociais. Quando Anderson disse em Cannes que seu filme seguinte seria com Adam Sandler, pensaram que era uma piada. Ele voltou lá com o filme e ganhou o prêmio de melhor direção.
Estados Unidos. Direção e roteiro: Paul Thomas Anderson. Elenco: Adam Sandler, Emily Watson, Philip Seymour Hoffman, Luís Guzmán, Mary Lynn Rajskub.

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14 – ADAPTAÇÃO (Adaptation)
Onde ver: DVD, Now, Oldflix, Claro Vídeo, Apple TV/ iTunes.

O roteirista Charlie Kaufman se colocou como personagem e inventou um irmão gêmeo para si mesmo, mostrando seu desespero em tentar adaptar um romance para um roteiro. Kaufman subverteu o processo e, em vez de adaptar o livro, criou uma fantasia existencialista sobre a própria adaptação, colocando a escritora como personagem da história, tudo de maneira muito exagerada.
Estados Unidos. Direção: Spike Jonze. Roteiro: Charlie Kaufman, baseado em livro de Susan Orlean. Elenco: Nicolas Cage, Tilda Swinton, Meryl Streep, Chris Cooper, Curtis Hanson, Judy Greer, Maggie Gyllenhaal, Brian Cox, John Cusack, John Malkovich.

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13 – LILO & STITCH (Lilo & Stitch)
Onde ver: DVD, blu-ray, Disney Plus.

Numa época em que a animação por computador vinha cada vez mais se tornando dominante no mercado, Lilo & Stitch foi um canto do cisne para os longas de animação feitos à mão em Hollywood. História esperta, personagens cativantes e um visual deslumbrante com cenários pintados com aquarela (o primeiro desde Dumbo, 1941). O filme equilibra a aventura de um pequeno alienígena destruidor com o drama de duas irmãs tentando superar a morte dos pais.
Estados Unidos. Direção e roteiro: Dean DeBlois e Chris Sanders. Vozes na dublagem original: Daveigh Chase, Chris Sanders, Tia Carrere, David Ogden Stiers, Kevin McDonald, Ving Rhames, Jason Scott Lee. Vozes na dublagem brasileira: Bianca Salgueiro, Márcio Simões, Mareliz Rodrigues, Jorge Vasconcellos, Cláudio Galvan, Ettore Zuim.

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12 – O INVASOR
Onde ver: DVD, Apple TV/ iTunes, YouTube.

Paulo Miklos foi uma revelação como ator como o assassino profissional contratado por dois sócios para dar cabo de um terceiro e que começa a chantageá-los e se infiltrar na boa vida dos contratantes. Grande suspense policial, baseado em um romance que Marçal Aquino ainda nem tinha terminado.
Brasil. Direção: Beto Brant. Roteiro: Marçal Aquino, Beto Brant e Renato Ciasca, baseado em romance de Aquino. Elenco: Marco Ricca, Alexandre Borges, Paulo Miklos, Mariana Ximenes, Malu Mader, Chris Couto, Sabotage.

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11 – HOMEM-ARANHA (Spider-Man)
Onde ver: DVD, blu-ray, Netflix, HBO Max, Now, Globoplay, Telecine Play, Starz, Claro Vídeo, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

O primeiro filme do personagem foi um dos pioneiros da atual onda de aventuras de super-heróis no cinema. Muito inspirado no tom e na estrutura de Superman O Filme, acerta no estilo da comédia romântica, aposta em humanizar os personagens e não fazer deles caricaturas e possui um excelente Willem Dafoe como o vilão (com especial destaque para o diálogo dele com seu alter ego no espelho).
Estados Unidos. Direção: Sam Raimi. Roteiro: David Koepp, baseado nos quadrinhos criados por Stan Lee e Steve Ditko. Elenco: Tobey Maguire, Willem Dafoe, Kirsten Dunst, James Franco, Rosemary Harris, Cliff Robertson, J.K. Simmons, Bruce Campbell, Elizabeth Banks, Octavia Spencer, Macy Gray, Lucy Lawless.

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10 – EM NOME DE DEUS (The Magdalene Sisters)
Onde ver: DVD, Amazon Prime Video, Claro Vídeo, YouTube (dublado).

Nos anos 1960, três garotas enfrentam um sistema cruel e opressivo de asilos católicos na Irlanda para mulheres “problemáticas” (estupradas, mães solteiras, ou mesmo apenas o interesse de rapazes ao redor). Submetidas a todo tipo de humilhação e castigos, elas eram obrigadas a trabalhar no que ficou conhecido como as lavanderias Magdalene. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza, o filme se inspirou em um documentário e ajudou a expor esse sistema brutal.
Reino Unido/ Irlanda. Direção e roteiro: Peter Mullan. Elenco: Geraldine McEwan, Anne-Marie Duff, Nora-Jane Noone, Dorothy Duffy.

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9 – CHICAGO (Chicago)
Onde ver: DVD, blu-ray, HBO Max, Globoplay, Telecine Play, Claro Vídeo, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

O desafio de transpor para o cinema um musical de teatro de narrativa muito rebuscada foi vencido ao colocar os números musicais como delírios da personagem principal: Roxie Hart (Renée Zellweger), que quer ser famosa nos palcos, mas, ao invés disso, consegue notoriedade por ter matado o marido. Na prisão, ela disputa a manchetes de jornal com Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones), estrela que também é uma assassina. A atmosfera dos anos 1920, excelente música, visualmente inspirado, assim como o elenco. Oscar de melhor filme.
Estados Unidos/ Alemanha/ Canadá/ Reino Unido. Direção: Rob Marshall. Roteiro: Bill Condon, baseado no musical de palco de Bob Fosse e Fred Ebb, por sua vez baseado na peça de Maurine Dallas Watkins. Elenco: Reneé Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Richard Gere, Queen Latifah, Christine Baranski, John C. Reilly, Taye Diggs, Ekaterina Chtchelkanova, Lucy Liu, Mya, Dominic West, Chita Rivera.

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8 – HERÓI (Ying Xiong)
Onde ver: DVD, Paramount Plus, Oi Play, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

Até então conhecido por dramas de belíssimas imagens, Zhang Yimou não economizou no esplendor visual em sua primeira incursão no cinema de artes marciais. Cores vivas, lutas misturadas com balé e superpoderes de heróis chineses.
China/ Hong Kong. Direção: Zhang Yimou. Roteiro: Li Feng, Zhang Yimou e Wan Bing. Elenco: Jet Li, Tony Chiu-Wai Leung, Maggie Cheung, Zhang Ziyi.

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7 – O PIANISTA (The Pianist)
Onde ver: DVD, blu-ray, YouTube (dublado).

O polonês Roman Polanski revisita os horrores do nazismo em seu país a partir da história de um pianista judeu que perde tudo na II Guerra Mundial e tenta simplesmente sobreviver. O diretor combinou a adaptação da história real, com suas próprias memórias de infância. Ganhou o César de melhor filme, direção e melhor ator, mesmo sem ser falado em francês. Palma de Ouro em Cannes e foi premiado com os Oscars de melhor direção e ator.
França/ Polônia/ Alemanha/ Reino Unido. Direção: Roman Polanski. Roteiro: Ronald Harwood, baseado em livro de Wladyslaw Szpilman. Elenco: Adrien Brody, Emilia Fox, Michal Zebrowski, Maureen Lipman, Frank Finlay.

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6 – TIROS EM COLUMBINE (Bowling for Columbine)
Onde ver: DVD, YouTube (legendado; dublado).

A tragédia da escola Columbine, uma das tantas em que estudantes abriram fogo contra colegas, é o ponto de partida para o documentário dissecar a relação dos Estados Unidos com as armas de fogo. Para defender seu ponto de vista, Moore começa ganhando uma arma de um banco por abrir uma conta, leva uma vítima para contestar uma loja de departamentos que vende armas e expõe outros absurdos. Oscar de melhor documentário e vencedor de um prêmio especial em Cannes.
Estados Unidos/ Canadá/ Alemanha. Direção e roteiro: Michael Moore.

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5 – ÔNIBUS 174
Onde ver: DVD, Telecine Play.

Um assaltante mantém reféns passageiros dentro de um ônibus, na hora do rush no Rio de Janeiro, sob a mira de câmeras que transmitem tudo ao vivo para todo o país. O documentário examina em detalhes o antes, durante e depois do evento, os personagens, o frenesi da mídia, as decisões da ação policial e faz reviver todo o horror do momento culminante em que tudo deu errado.
Brasil. Direção: José Padilha. Roteiro: Braulio Mantovani e José Padilha.

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4 – EDIFÍCIO MASTER
Onde ver: DVD, Telecine Play, Looke, YouTube.

Eduardo Coutinho leva sua fina arte de entrevistar pessoas comuns para dentro de um edifício superpopuloso em Copacabana, revelando as histórias muito humanas e diversas que habitam o local. Melhor documentário e melhor diretor no Grande Prêmio Cinema Brasil e melhor documentário no Festival de Gramado.
Brasil. Direção e roteiro: Eduardo Coutinho.

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3 – PRENDA-ME SE FOR CAPAZ (Catch Me If You Can)
Onde ver: DVD, blu-ray, Amazon Prime Video, HBO Max, Now, Globoplay, Telecine Play, Claro Vídeo, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

Um falsário adolescente dando seguidos bailes no agente do FBI que o persegue, se passando por um médico, um advogado, um piloto de avião. Spielberg extrai o melhor dessa história real inacreditável e a embala na irresistível atmosfera dos anos 1960 e muito bom humor. E ainda tem uma sequência de créditos de abertura estupenda, uma arte já quase perdida nessa época.
Estados Unidos. Direção: Steven Spielberg. Roteiro: Jeff Nathason, baseado em livro de Frank Abagnale Jr. e Stan Redding. Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Christopher Walken, Martin Sheen, Nathalie Baye, Amy Adams, Jennifer Garner, Ellen Pompeo, Elizabeth Banks.

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2 – FALE COM ELA (Hable con Ella)
Onde ver: DVD, Netflix, Mubi, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes.

Dois homens que ficam amigos ao cuidarem cada um de uma mulher em coma profundo. No entanto, cada um deles possui uma história pessoal com a respectiva enferma. Almodóvar se consolidou como um mestre do melodrama, um contador de histórias de personagens e suas dores e contradições, lidando com suas escolhas ou com os acasos da vida. Indo e voltando do passado e dando saltos no tempo e combina as vidas dessas quatro pessoas e seus destinos. Ele também homenageia artistas queridos e cria um curta-metragem erótico de ficção científica antológico.
Espanha. Direção e roteiro: Pedro Almodóvar. Elenco: Javier Cámara, Darío Grandinetti, Leonor Watling, Rosario Flores, Mariola Fuentes, Geraldine Chaplin, Pina Bausch, Elena Anaya, Paz Vega, Caetano Veloso.

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1 – CIDADE DE DEUS
Onde ver: DVD, blu-ray, Globoplay, Telecine Play, Paramount Plus, Oi Play, Claro Vídeo.

No equilíbrio entre o realista e o estilizado, começando pela perseguição à galinha fugitiva, que emenda com a marca do pênalti nos anos 1960, Cidade de Deus conta a história da ascensão do crime em uma comunidade carioca de maneira vibrante, inteligente, sofisticada e inventiva. Desfila vários personagens, com diferentes graus de protagonismo, mas todos interessantes e atraentes. Combina uma violência às vezes chocante com um bom humor às vezes surpreendente. E narra capítulos dentro da história de forma antológica, como “a história da Boca dos Apês”, em que anos se passam dentro de um apartamento a partir de um mesmo ponto de vista da câmera. Uma obra magistral, que teve quatro indicações ao Oscar (incluindo melhor direção) e venceu o Grande Prêmio Cinema Brasil..
Brasil/ França/ Alemanha. Direção: Fernando Meirelles. Co-direção: Kátia Lund. Roteiro: Bráulio Mantovani, baseado em livro de Paulo Lins. Elenco: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino, Phellipe Haagensen, Douglas Silva, Jonathan Haagensen, Matheus Nachtergaele, Seu Jorge, Alice Braga, Roberta Rodrigues, Darlan Cunha, Thiago Martins, Graziella Moretto, Gero Camilo, Charles Paraventi.

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OUTRAS LISTAS DE MELHORES:

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NOTA: A percepção sobre os filmes pode mudar com o tempo. Esta é a minha percepção agora, limitada ao que vi, naturalmente — esta lista pode mudar à medida em que for revisitando alguns filmes ou assistir a outros que ainda não conheço deste ano específico.

Haya Harareet, em “Ben-Hur” (1959)

A atriz Haya Harareet, a Esther de Ben-Hur (1959), morreu ontem, dia 3, na Inglaterra, aos 89 anos. Nascida na Palestina, em 1931, ela começou a se destacar em concursos de beleza e fez seu primeiro filme em Israel: Colina 24 Não Responde… (1955). Quatro anos depois, estava no principal papel feminino de Ben-Hur, filmado em boa parte na Itália, onde Haya fez alguns filmes antes de encerrar sua curta carreira como atriz de cinema: seu último longa, o oitavo, é de 1964 (ela ainda apareceu em um curta britânico de 1974). Ela ainda co-escreveu o roteiro de Todas as Noites às Nove (1967), dirigido por seu segundo marido, Jack Clayton, com quem passou a morar na Inglaterra.

Em novembro de 2013, eu tive a alegria de entrevistar o Daniel Azulay para o Correio da Paraíba. Ele estava lançando um curso de desenho on line e se preparava para comemorar os 40 anos da sua Turma do Lambe-Lambe. Ele morreu na sexta passada, após uma luta contra a leucemia de ter contraído o coronavírus.

Segue aqui o resultado daquele nosso papo, onde ele fala de sua trajetória e de como desenhar pode ajudar na formação das crianças. “A coisa mais fascinante da vida é a imaginação. A criança não pode ficar presa a uma coisa só, como um animal amestrado“.

Daniel Azulay

Desenhando uma vida

Daniel Azulay há décadas se dedica a incentivar crianças a desenhar; agora, lança um curso virtual e se prepara para comemorar os 40 anos da Turma do Lambe-Lambe

Ele está há muito tempo afastado da televisão, mas sua figura ainda é sinônimo de desenhar para muita gente que assistia ao programa A Turma do Lambe-Lambe nos anos 1970 e 1980, na TVE e na Bandeirantes. Ao telefone, conversando com o CORREIO, Daniel Azulay logo lembra que esteve em Campina Grande nos anos 1980 com o show de seus personagens.

Ele nunca esteve parado, na verdade: manteve oficinas de desenho, um projeto social e, agora, lança um curso de desenhos com vídeos pela internet justamente o que era uma das grandes atrações de seu programa. “A televisão foi uma semente que germinou e deu frutos”, conta.

O Diboo (www.diboo.com.br) está sendo anunciado como o primeiro curso online de desenho voltado para o público infantil lançado no Brasil, aproveitando a metodologia que Azulay aperfeiçoou em mais de 30 anos de trabalho, nos quais ele sempre tentou desmistificar a ideia de que, para desenhar, é preciso essa coisa indefinível chamada talento.

“É como dizer que, para ler e escrever, a criança precisa ser intelectual”, diz. “Desde que o mundo é mundo, o homem se comunica pela imagem”.

Além disso, ele tenta promover o desenho e, por tabela, o estímulo da imaginação – como forma de sociabilizar a criança.

“Hoje, se os pais não cuidarem, a criança vai ficar sem relacionamento social, rapaz!”, afirma. “Num aeroporto, vi uma mãe e três filhos e ninguém conversava com ninguém. O desenho aproxima e liberta a pessoa, rapaz”.

E fala dos games eletrônicos: “Não pode ficar escravo de coisa nenhuma, muito menos de um equipamento. É preciso estimular a imaginação, fazer esportes e desfrutar de tudo – inclusive da tecnologia. É só os pais terem vontade e dedicação. Não pode abandonar ou terceirizar o garoto. O tempo dele é precioso”.

TEMPLATE_IMPAR.inddA turma do Lambe-Lambe – com personagens como a galinha Xicória, a vaca Gilda, a coruja Professor Pirajá, o elefante Bufunfa, os garotos Piparote, Ritinha, Damiana e Pita, nomes familiares para muita gente – vai completar 40 anos em 2014 e Daniel Azulay prepara a comemoração. Os personagens surgiram em tiras de jornal, o que os levou à TV. Chegou a ter mais de 100 produtos licenciados, lembra o desenhista. No programa, Azulay contracenava com suas criações e ensinava a desenhar e a montar brinquedos com objetos de casa, a sucata doméstica. O sucesso na TV rendeu uma revista em quadrinhos pela Editora Abril.

“Vai sair um almanaque de 100 páginas pela Ediouro”, adianta. “E estamos com o projeto de um livro, um musical e um filme”. Com a TV a cabo em busca de programação nacional e canais inteiros dedicados à criança, poderia pintar o regresso da Turma do Lambe-Lambe à TV, mas Azulay garante que não planeja isso. “A produção de TV é muito trabalhosa. Eu tenho mil atividades”, conta. “E as emissoras hoje buscam uma audiência fácil e rápida. A TV aberta, então, tem uma programação muito pouco criativa. Falta aparecer a cara da criança na TV”.

Turma do Lambe-LambeEle esteve de volta à TV em 1996, com a Oficina de Desenho Daniel Azulay, que fez sucesso por quatro anos na Band-Rio e depois passou a ser transmitido em cadeia nacional. Na TV paga, ele ainda desenvolveu um programa para o canal pago Futura em 2004 e 2005, Azuela do Azulay, que foi premiado no Japão. E a Turma do Lambe-Lambe ainda voltou na TV Rá-Tim-Bum em 2006 e 2007.

Daniel Azulay também desenvolveu nestes anos um trabalho com arte contemporânea premiado: chegou a receber uma carta do presidente do MoMA, de Nova York. “Tem muito elemento da infância, do inconsciente. ‘Funny faces'”, diz. Esse trabalho também pode ser visto no site oficial do desenhista.

O que continua impressionando em Daniel Azulay, mesmo por telefone, é que suas mil atividades parecem ser um reflexo de uma hiperatividade que sempre o deixou parecido com seus próprios desenhos. “Adoraria fazer um show aí. Você não me dá os contatos de alguns produtores para a gente conversar?”, emenda.

“A coisa mais fascinante da vida é a imaginação”, filosofa. “A criança não pode ficar presa a uma coisa só, como um animal amestrado”.

Através de seus personagens e seus cursos, Daniel Azulay fez parte da vida de inúmeras crianças, ajudando a ampliar sua sensibilidade e a fazer a imaginação de cada uma sair de suas mentes e ganharem traços no papel. E continua fazendo.

* Matéria publicada no Correio da Paraíba, em 22 de novembro de 2013.

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Terry Jones

Em um dia perdido lá nos anos 1980 ou começo dos 1990, eu peguei na Globo o filme Monty Python e o Cálice Sagrado. Sabia que era algo que eu não deveria perder, porque os videoguias da Nova Cultural já haviam me alertado, com suas cinco estrelas e comentários do filme. E, muitas risadas de cair lágrimas depois, um mundo novo havia se descortinado: o do nonsense iconoclasta do Monty Python.

Como parte do grupo, Terry Jones foi um dos roteiristas e atores principais do filme. Não só isso, mas ele também co-dirigiu, junto com Terry Gilliam, outro integrante do sexteto.

A história conta que houve desavenças entre os dois na função. Gilliam era mais focado nos aspectos técnicos. Jones, na comédia.

Segundo consta, numa das exibições-teste, Jones notou que as risadas da plateia diminuíam quando música estava tocando junto às piadas. Ele, então, voltou à montagem e tirou a trilha musical dos momentos-chave das piadas.

E nunca se esqueceu disso para os filmes seguintes. Ele é que passou a assinar sozinho os dois filmes seguintes do grupo: A Vida de Brian (1979) e O Sentido da Vida (1983).
Em Brian, ele também criou seu grande papel no cinema como ator: a mãe de Brian.

Obrigado por tudo, Terry Jones!

Guerra dos Sexos - 1983 - 02

Por um ou dois segundos, a câmera mostra o nada. Logo, alguém entra na imagem de baixo pra cima, em close, e solta alguma expressão de surpresa tipo: “Como assim??” ou “Mas não é possível!”. Era o personagem sentado e levantando, atônito.

A repetição desse efeito narrativo deve ter sido a primeira vez que eu notei um toque de diretor numa novela. Era Jorge Fernando.

Um rei numa fase gloriosa das novelas das sete. Um cara que, associado a Sílvio de Abreu escrevendo, firmou a pura comédia como gênero nas telenovelas. Ele, claro, passeou por outros horários e estilos, mas foi aí que ele me marcou. Algumas das minhas novelas preferidas foram dirigidas por ele, a saber:

1 – GUERRA DOS SEXOS (1983/1984). Escrita por Sílvio de Abreu. A audácia de reunir os monstros sagrados Paulo Autran e Fernanda Montenegro numa comédia rasgada, com direito àquela antológica e inacreditável cena pastelão do café da manhã estrelando dois ícones do mais sério teatro nacional. Genial.

2 – QUE REI SOU EU? (1989), Escrita por Cassiano Gabus Mendes. Uma volta satírica às novelas tipo Gloria Magadan, misturando comédia, aventura e fantasia. Lembro que Jorge usou muito os espelhos, principalmente nas cenas de monólogo.

3 – A PRÓXIMA VÍTIMA (1995). Escrita por Sílvio de Abreu. Uma combinação do folhetim com o suspense, onde o cinéfilo Sílvio de Abreu passeou à vontade.

4 – CAMBALACHO (1986). Escrita por Sílvio de Abreu. Outro clássico da comédia na TV, novamente com Fernanda Montenegro. Agora, ao lado de Guanfrancesco Guarnieri, como uma dupla de trambiqueiros.

5 – VAMP (1991/1992). Escrita por Antônio Calmon. Uma novela aloprada, que, em certo momento, tinha vampiro, fantasma, anjo, o escambau. E alopração o Jorge Fernando abraçava e transformava muitas vezes em clássico.

MENÇÃO HONROSA: RAINHA DA SUCATA (1990). Escrita por Sílvio de Abreu. Depois dos sucessos das sete, a dupla autor/diretor foi responsável pela novela nas oito que celebraria os 25 anos da Globo. Fizeram uma novelona com um elencão, sem medo do melodrama, mas com personagens inesquecíveis (a Dona Armênia de Aracy Balabanian, o galã Fagundes fazendo aquele professor gago) e teve aquela cena sensacional do suicídio de Laurinha Figueroa, inspirado em “Amar Foi Minha Ruína”: o corpo caindo do alto do prédio, enquanto a filha brilhava cantando “Cabaret” no palco da casa noturna que ficava no térreo.

  • Jorge Fernando morreu na noite de domingo, 27/10, aos 64 anos.

Buffy a Caca-Vampiros - 01

31 de julho, há 25 anos: Estreia, em 1992, o filme Buffy, a Caça-Vampiros. Estrelado por Kristy Swanson, o filme deu origem, cinco anos depois, a uma bem-sucedida série de TV homônima, que teve sete temporadas e foi estrelada por Sarah Michelle Gellar. Joss Whedon, roteirista e depois criador da série, não gostou do resultado no cinema e não assumiu o filme como canônico quando a história foi para a TV.

Bergman e Antonioni

30 de julho, há 10 anos: Morrem no mesmo dia, em 2007, os cineastas Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni. Ambos são considerados entre os mais importantes diretores da sétima arte, com obras extremamente pessoais. O sueco Bergman discutiu a dor humana, a existência de Deus, a opressão religiosa, a arte em filmes como O Sétimo Selo (1957), Morangos Silvestres (1957), Persona (1966), Gritos e Sussurros (1972), Sonata de Outono (1978) e Fanny & Alexander (1982). O italiano Antonioni ficou conhecido como o cineastas da incomunicabilidade, por obras como A Aventura (1960), A Noite (1961), O Eclipse (1962), Blow Up – Depois Daquele Beijo (1966) e Profissão: Repórter (1975).

Reflections_Supremes

29 de julho, há 50 anos: É lançado, em 1967, o single Reflections, o primeiro a trazer o nome Diana Ross & The Supremes, novo nome da banda The Supremes, ressaltando o protagonismo de Diana. É o último single do trio a ter a voz de Florence Ballard, que o gravou antes de ser demitida do grupo, no dia 1º. Nas apresentações ao vivo que viriam a seguir, Cindy Birdsong já estaria efetivada como integrante do trio feminino da Motown.

Marcel Duchamp

28 de julho, há 130 anos: Nasce, em 1887, o pintor e escultor francês Marcel Duchamp. Após começar a carreira artística pela pintura, ele passa para a escultura, passando pelo pós-impressionismo, o cubismo e o dadaísmo. Marcaria a história com o conceito de “readymade”: levar um objeto do cotidiano para o ambiente da arte, inaugurando e pondo em questão toda uma nova visão sobre o que é a arte. Começou por colocar uma roda de bicicleta em seu estúdio, em 1913. Mas a obra em questão foi “A fonte”, um urinol enviado sem qualquer alteração a um concurso em 1917. Foi rejeitado, mas a provocação gera debate até hoje: foi eleita, em 2004, a mais influente obra de arte do século XX por um corpo de 500 artistas e historiadores.

10 000 Maniacs

27 de julho, há 30 anos: É lançado, em 1987, o disco In My Tribe, da banda americana 10.000 Maniacs. É o primeiro álbum de grande sucesso do grupo formado em 1981 e o disco em que buscaram um acento mais pop. Ainda com a vocalista original e compositora Natalie Merchant, que ficou no grupo até 1993, o álbum tem músicas que marcaram a história da banda, como “What’s the matter here?” e “Like the weather”. Está na lista de 100 melhores discos dos anos 1980, da revista Rolling Stone.

jason-statham-7a

26 de julho, há 50 anos: Nasce, em 1967, o ator inglês Jason Statham. Um dos principais astros de filmes de ação no mundo atualmente, ele teve uma parceria de sucesso com o diretor Guy Ritchie, em filmes como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998). Estrelou a série Carga Explosiva (2002/ 05/ 08), o ótimo Efeito Dominó (2008) e participa das franquias Os Mercenários (2010/ 12/ 14) e Velozes e Furiosos (2013/ 15/ 17).

Matt LebLanc

25 de julho, há 50 anos: Nasce, em 1967, o ator e produtor americano Matt LeBlanc. Para sempre conhecido por interpretar o conquistador bobalhão Joey Tribbiani no seriado Friends (1994-2004), LeBlanc não obteve o mesmo sucesso ao levar o personagem para uma série própria, Joey (2004-2006). Depois de cinco anos sem atuar, voltou bem ao interpretar a si mesmo na série Episodes, que terá sua quinta temporada e pelo qual ganhou o Globo de Ouro de ator em série de comédia ou musical, em 2012. Foi indicado cinco vezes ao Globo de Ouro (duas por Friends, um por Joey e duas por Episodes) e sete vezes ao Emmy (três por Friends, quatro por Episodes).

La Bamba-02

24 de julho, há 30 anos: Estreia, em 1987, o filme La Bamba, dirigido pelo americano Luis Valdez. O filme é uma cinebiografia do astro adolescente do rock Ritchie Valens, de carreira meteórica. Em sete meses de carreira emplacou três grandes hits: “La bamba”, “Come on, let’s go” e “Donna”, mas morreu ainda aos 17 anos em um acidente de avião, com Buddy Holly e The Big Bopper, tragédia que ficou conhecida como “o dia em que a música morreu”. No filme, Valens é interpretado por Lou Diamond Phillips.

Redação

23 de julho, há 3 anos: Morre, em 2014, aos 87 anos, o romancista, ensaísta, poeta e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna. Mentor do Movimento Armorial, uma busca por criar uma arte erudita a partir dos elementos culturais populares nordestinos e influências ibéricas, Ariano se tornou familiar principalmente por duas obras: a peça Auto da Compadecida (1955) e o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971). Renovou seu público com as aulas-espetáculo em que contava histórias e dava sua opinião sobre diversos assuntos em palestras pelo Brasil.

Albert Brooks

22 de julho, há 70 anos: Nasce, em 1947, o ator, comediante, roteirista, diretor Albert Brooks. Ele escreveu, dirigiu e estrelou filmes como Problemas Modernos (1981), Um Visto para o Céu (1991) e A Musa (1999). Como ator, teve destaque em Nos Bastidores da Notícia (1987), pelo qual foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante, e Drive (2011), pelo qual recebeu vários prêmios de associações de críticos. É também a voz do Marlin, o peixe-palhaço que busca desesperadamente o filho em Procurando Nemo (2003) e em Procurando Dory (2016).

Apettite for destruction

21 de julho, há 30 anos: É lançado, em 1987, o disco Appetite for Destruction, do grupo americano de rock Guns’n’Roses. É o álbum de estreia da banda, que não fez muito sucesso de saída, mas depois se tornou um campeão de vendas. Várias faixas se consagraram como clássicos do grupo, como “Sweet child o’mine”, “Welcome to the jungle” e “Paradise City”.

 

 

Vaclav Havel 1992

20 de julho, há 25 anos: Renuncia à presidência da Tchecoslováquia, em 1992, o escritor Vaclav Havel. Ele havia sido eleito em 1989 e decidiu renunciar após a declaração de independência da Eslováquia. Candidatou-se, então, à presidência da nova República Tcheca e venceu em 1993, sendo re-eleito em 1998 e permanecendo no cargo até 2003. Como escritor, Havel lançou livros de poesia, ficção, peças de teatro dos anos 1950 aos anos 2000 e foi um líder que pregou a resistência pela não violência contra a ditadura no país. Morreu em 2011.

Clementina de Jesus

19 de julho, há 30 anos: Morre em 1987, aos 86 anos, a cantora fluminense Clementina de Jesus, uma das vozes mais emblemáticas do samba. Embora nascida na cidade de Valença, mudou-se com a família para o bairro de Oswaldo Cruz, onde viu o surgimento da Portela. Após se casar, mudou-se para a Mangueira. Após trabalhar por 20 anos como doméstica, foi descoberta pelo poeta e compositor Hermínio Bello de Carvalho participando em 1965 do histórico show Rosa de Ouro, que uniu novos talentos e veteranos do samba que estavam escanteados. Além de cinco discos solo, fez participações em outros e dividiu Gente da Antiga (1968) com Pixinguinha e João da Baiana.

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