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O RETORNO DE JEDI
ou STAR WARS – EPISÓDIO VI: O RETORNO DE JEDI
⭐⭐⭐⭐⭐
Diário de filmes 2024: 15
Onde ver (em 09/02/2024) – Mídia física: DVD e blu-ray (da Fox). Streaming: Disney Plus. Aluguel ou compra digitais: Google Play/ YouTube Filmes.

Drama familiar no espaço

O terceiro capítulo da trilogia original de Guerra nas Estrelas (ou, vá lá, Star Wars) costuma ter narizes torcidos até pelos fãs da série. Existe uma turma que nunca engoliu os ewoks, uma certa repetição envolvendo uma nova Estrela da Morte a ser destruída e até já li comparações com clichês de novelas no que diz respeito às revelações de laços familiares até então mantidos em segredo.

Mau humor das pessoas à parte, O Retorno de Jedi completou 40 anos como uma aventura sólida e divertida, sem se levar tão a sério, o que sempre foi bom para o universo de Star Wars.

É cheio de grandes sequências, como o resgate de Han Solo das garras de Jabba, the Hutt, logo no começo. Há a perseguição nas motos voadoras na lua de Endor. Ou o vertiginoso ataque à nova Estrela da Morte, com Lando Calrissian comandando a Millenium Falcon. E o confronto moral entre o pai vilão e o filho herói que deseja, mais do que derrotá-lo, salvá-lo.

De certa forma, O Retorno de Jedi parece pretender voltar a uma nota mais para cima e despretensiosa após o episódio anterior terminar com derrotas para os heróis. Os ewoks entram nisso, mas também é possível fazer deles um paralelo com os vietnamitas lutando contra o império invasor, coisa vivida ainda poucos anos antes.

O filme é tão bom, que nem o próprio George Lucas conseguiu atrapalhar. As mudanças que ele foi fazendo nos anos seguintes causa um sério problema aqui: a inserção da imagem de Hayden Christensen como o fantasma de Anakin Skywalker na cena final, em vez da de Sebastian Shaw, que é o Darth Vader que aparece quando se retira a máscara.

Além da falta de respeito com Shaw, isso não faz o menor sentido para quem começa Star Wars pela trilogia clássica (que é como deve ser) e se depara com uma figura que não apareceu em O Retorno de Jedi e nem nos dois filmes anteriores.

Para quem tem a edição dupla em DVD da Fox, pelo menos, sempre se pode assistir à versão original, sem as mudanças digitais.

Return of the Jedi ou Star Wars – Episode VI: Return of the Jedi. Estados Unidos, 1983. Direção: Richard Marquand. Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, James Earl Jones (voz), David Prowse, Sebastian Shaw, Billy Dee Williams, Ian McDiarmid, Anthony Daniels, Peter Mayhew, Kenny Baker, Fran Oz (voz), Alec Guinness, Warwick Davis.

O IMPÉRIO CONTRA-ATACA
ou STAR WARS – EPISÓDIO V: O IMPÉRIO CONTRA-ATACA
ou STAR WARS – O IMPÉRIO CONTRA-ATACA
⭐⭐⭐⭐⭐
Diário de filmes 2024: 1
Onde ver (em 05/01/2024) – Mídia física: DVD (da Fox e da Disney), blu-ray (da Disney). Streaming: Disney Plus.

Urgente e sensacional

Há alguns anos, escolho para primeiro filme do ano um que eu ame muito. Desta vez a escolha caiu sobre o capítulo do meio da trilogia original de “Guerra nas Estrelas”, porque combinou de Arthur ter visto o primeiro no fim do ano passado (e, vale sempre a pena frisar, começamos como todo mundo deveria começar: pelo “Guerra nas Estrelas” original).

O filme é o que parece ter menos sofrido com as alterações digitais feitas por George Lucas ao longo dos anos, ao sabor dos sucessivos relançamentos em diversas mídias. Não que não haja, apenas o filme foi mais poupado de más intervenções que “Guerra nas Estrelas” (ou, vá lá, “Uma Nova Esperança”) e “O Retorno de Jedi”.

Assim, o filme flui sem sobressaltos, aproveitando-se de que a ambientação e os personagens principais já estavam apresentados no anterior para dividir a história em duas subtramas que vão se encontrar lá na frente. Enquanto Luke Skywalker vai em busca do antigo mestre jedi Yoda para continuar seu treinamento, seus amigos Han Solo, Leia, Chewbacca e C-3PO são caçados implacavelmente pelo Império espaço afora.

É mais do que nunca o espírito dos velhos seriados de cinema de Flash Gordon. “Nossos heróis escaparão? Veja na próxima semana!”. Isso está no DNA de Star Wars (além das adições que a gente sabe dos faroestes, filmes de samurai de Akira Kurosawa, capa-e-espadas, etc). Porém no primeiro filme ainda não havia a certeza de que haveria sucesso e, a partir dele, continuações. Então, havia ali um fechamento da trama em algum nível: se não houvesse outro filme, aquela história estava encerrada e pronto. Agora, não havia dúvidas de que o terceiro filme viria, então houve o conforto de deixar o final em aberto mesmo, deixando o público em suspenso até o que viria ser O Retorno de Jedi. Mas o “veja na próxima semana” virou “veja daqui a três anos”.

O final reflete o que é O Império Contra-Ataca: tudo é intenso, urgente, veloz e sensacional, começando com a história em andamento, terminando com a história em andamento e culminando naquela que é uma das maiores revelações da história do cinema, arruinada por algum novato que decida se iniciar pela trilogia-prelúdio.

Estados Unidos, 1980. Direção: Irvin Kershner. Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, James Earl Jones (voz), Alec Guinness, Billy Dee Williams, Anthony Daniels, David Prowse, Kenny Baker, Frank Oz (voz e manipulação de boneco), Peter Mayhew, Jeremy Bulloch, Julian Glover, Clyde Revill (voz), Treat Williams.

Há exatamente 35 anos estreava a Tela Quente!

A então nova sessão de filmes da Globo ocupava a faixa de segunda, após a novela, para bater de frente com a estreia de Jô Soares no SBT. O humorista tinha trocado de emissora naquele ano e estrearia o Veja o Gordo, que era o Viva o Gordo com outro nome na casa nova.

A Globo não brincou em serviço e lançou a nova sessão em 7 de março de 1988 com O Retorno de Jedi. Nas semanas seguintes, naquele primeiro mês, foi de Os Caçadores da Arca Perdida, Rocky III e Alien, o Oitavo Passageiro.

A Tela Quente foi de uma importância vital na minha cinefilia. Pra mim, 1988 foi um ano muito especial. Vi Cantando na Chuva na madrugada do ano novo, abrindo as portas do cinema clássico. Lia na biblioteca do Sesc o Video Guia 1988, da Nova Cultural, e aprendi sobre inúmeros filmes. A revista Set havia sido lançada no segundo semestre de 1987. E comecei a ir sozinho ao cinema.

Entre tudo isso, em março veio a Tela Quente. Nela assisti pela primeira vez muitos sucessos que marcaram minha vida de adolescente. Só naquele 1988, houve Os Caça-Fantasmas, Jornada nas Estrelas II e III, O Feitiço de Áquila, Um Tira da Pesada, Um Espírito Baixou em Mim, Banzé no Oeste, O Enigma da Pirâmide e meu primeiro James Bond, 007 – Os Diamantes São Eternos, entre outros.

E filmes de prestígio como A Rosa Púrpura do Cairo, Vestida para Matar e o naquela época já clássico Janela Indiscreta.

Assistir grandes filmes na segunda à noite virou um hábito que só ajudou a amar o cinema.

Por isso, pra mim, essa data é importante. 1988 marca os 35 anos da minha cinefilia e a Tela Quente é elemento importante dela.

20 – O HOMEM ELEFANTE (The Elephant Man)
Onde ver: DVD, blu-ray (em O Essencial de David Lynch).

Em preto-e-branco, David Lynch impõe um clima de horror gótico à história real do homem deformado que tenta mostrar, na Inglaterra vitoriana, que nada mais é que um ser humano.
Reino Unido/ Estados Unidos. Direção: David Lynch. Roteiro: Christopher De Vore, Eric Bergren e David Lynch, baseado em livros de Frederick Treves e Ashley Montagu. Elenco: John Hurt, Anthony Hopkins, Anne Bancroft, John Gielgud, Freddie Jones, Wendy Hiller.

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19 – GAIJIN – OS CAMINHOS DA LIBERDADE
Onde ver: YouTube.

Tizuka Yamasaki conta a saga de um grupo de famílias japonesas que vêm tentar a vida trabalhando em uma fazenda brasileira. A dureza da imigração, geralmente contada em lentes cor-de-rosa em outras produções.
Brasil. Direção: Tizuka Yamasaki. Roteiro: Jorge Durán e Tizuka Yamasaki. Elenco: Kyoko Tsukamoto, Antônio Fagundes, Jiro Kawarazaki, Gianfrancesco Guarnieri, Álvaro Freire, Clarisse Abujamra, José Dumont, Louise Cardoso, Carlos Augusto Strasser.

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18 – EM ALGUM LUGAR DO PASSADO (Somewhere in Time)
Onde ver: DVD, Claro Vídeo, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes.

Um filme romântico que marcou uma geração, com o Superman Reeve voltando de novo no tempo por amor. Desta vez, em sua melhor tentativa de ter uma carreira além do super-herói, ele é um personagem que vence as barreiras cronológicas para encontrar a mulher que vê numa pintura (a lindíssima Jane Seymour).
Estados Unidos. Direção: Jeannot Szwarc. Roteiro: Richard Matheson, baseado em seu romance. Elenco: Christopher Reeve, Jane Seymour, Christopher Plummer, Teresa Wright.

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17 – GENTE COMO A GENTE (Ordinary People)
Onde ver: DVD, Microsoft Store, Apple TV/ iTunes.

Robert Redford não se escalou como ator na sua estreia na direção. Preferiu ficar só atrás das câmeras para contar a história de uma família que tenta se recuperar a morte de um filho. Amor, desamor, incomunicabilidade, depressão e um desempenho bem sensível de Timothy Hutton. Ganhou o Oscar de filme, direção e Hutton, de maneira absurda, o de ator coadjuvante quando é o protagonista do filme.
Estados Unidos. Direção: Robert Redford. Roteiro: Alvin Sargent e Nancy Dowd (não creditada), baseado em romance de Judith Guest. Elenco: Timothy Hutton, Mary Tyler Moore, Donald Sutherland, Judd Hirsch, Elizabeth McGovern, M. Emmet Walsh, Dinah Manoff.

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16 – MEMÓRIAS (Stardust Memories)
Onde ver: DVD, Apple TV/ iTunes.

Depois de evocar Bergman em Interiores (1978), Woody Allen voltou-se para Fellini em Memórias: um diretor de cinema em crise às voltas com questões de seu passado. Mas com seus toques típicos de humor, como no encontro com alienígenas que aparecem e não só não trazem nenhuma resposta para os dilemas da humanidade como ainda dizem que gostam dos filmes dele “mas dos antigos, mais engraçados”.
Estados Unidos. Direção e roteiro: Woody Allen. Elenco: Woody Allen, Charlotte Rampling, Jessica Harper, Marie-Christine Barrault, Tony Roberts, Daniel Stern.

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15 – GLORIA (Gloria)
Onde ver: DVD.

Gloria é, aparentemente, um trabalho mais comercial do grande nome pioneiro do cinema independente: John Cassavettes. Um filme policial nas ruas de Nova York, protagonizado por uma mulher dura na queda que protege relutantemente um garoto que tem provas contra mafiosos e teve a família assassinada. O diretor foca principalmente no relacionamento entre essas duas figuras muito diferentes. Não me surpreenderia que tivesse inspirado Central do Brasil (1998).
Estados Unidos. Direção e roteiro: John Cassavettes. Elenco: Gena Rowlands, John Adames, John Finnegan.

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14 – AGONIA E GLÓRIA (The Big Red One)
Onde ver: DVD, blu-ray.

O histórico diretor Samuel Fuller não aparecia assinando um filme no cinema desde 1969. Mas o retorno foi triunfal: Fuller levou suas memórias da II Guerra ao cinema. E com sua filosofia particular a respeito: um grupo de soldados com missões a cumprir e que não têm tempo nem espaço para dramalhões e questões sobre o horror das guerras. Para isso, ninguém melhor que Lee Marvin para o papel principal.
Estados Unidos. Direção e roteiro: Samuel Fuller. Elenco: Lee Marvin, Mark Hamill, Robert Carradine, Bobby Di Cicco, Kelly Ward, Stéphane Audran.

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13 – O ÚLTIMO METRÔ (Le Dernier Metro)
Onde ver: DVD, Mubi.

Mais II Guerra, desta vez no cotidiano de uma companhia teatral em Paris, cujo chefe, judeu, está foragido dos nazistas. Na verdade, está escondido no porão do teatro e comanda a companhia em segredo através de sua esposa atriz. Requintada produção de Truffaut, com Deneuve divina e muito carinho pela arte dos palcos.
França. Direção: François Truffaut. Roteiro: François Truffaut e Suzanne Schiffman, com diálogos também de Jean-Claude Grumberg. Elenco: Catherine Deneuve, Gérard Depardieu, Jean Poiret, Jean-Louis Richard.

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12 – COMO ELIMINAR SEU CHEFE (9 to 5)
Onde ver: DVD (em Sessão Anos 80 – Vol. 4).

Lily Tomlin, Dolly Parton e Jane Fonda formam o grande trio que se une para a vingança contra o chefe que abusa de diferentes maneiras delas e das demais funcionárias. Por baixo da eficiente comédia, está a representação das agruras enfrentadas pela mulher no mercado de trabalho.
Estados Unidos. Direção: Colin Higgins. Roteiro: Colin Higgins e Patricia Resnick, baseado em argumento de Resnick. Elenco: Jane Fonda, Dolly Parton, Lily Tomlin, Dabney Coleman, Sterling Hayden, Marian Mercer.

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11 – KAGEMUSHA – A SOMBRA DO SAMURAI (Kagemusha)
Onde ver: DVD, blu-ray, Telecine Play, Looke, Oi Play, NetMovies.

O grande mestre Akira Kurosawa teve Coppola e George Lucas como produtores executivos para este épico suntuoso sobre um ladrão que é sósia do chefe de um clã e acaba sendo levado a assumir o posto com a morte do titular. E vai se confundindo com o papel, enquanto os eventos levam a uma gigantesca batalha, um evento real ocorrido em 1575.
Japão/ Estados Unidos. Direção: Akira Kurosawa. Roteiro: Masato Ide e Akira Kurosawa. Elenco: Tatsuya Nakadai, Tsutomo Yamasaki, Ken’ichi Hagiwara.

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10 – SUPERMAN II – A AVENTURA CONTINUA (Superman II)
Onde ver: o original em DVD, blu-ray, Looke, Apple TV/ iTunes, Google Play/ YouTube Filmes; o Richard Donner’s Cut em blu-ray (na coleção Superman the Motion Picture Anthology), HBO Max, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

Começou a ser filmado junto com Superman O Filme (1978), teve mudança de diretor, mudança de roteiro, de tom, ator que protestou e se recusou a voltar… Mais transtornos que os causados pelos três kryptonianos que chegam à Terra para atazanar a vida do Super-Homem e fazê-lo “se ajoelhar perante Zod”. Mas ninguém pensou nisso na época, na plateia: apenas curtiu um filme vibrante, mais para o escapismo que para o tom épico do primeiro filme. Em 2006, foi lançada uma versão que aproveitava as cenas cortadas e reduzia um pouco do humor excessivo (o chamado “Richard Donner’s Cut”): ficou ainda melhor.
Estados Unidos/ Reino Unido/ Canadá. Direção: Richard Lester (não creditado na edição de 2006), Richard Donner (não creditado na edição de 1980). Roteiro: Mario Puzo, David Newman e Leslie Newman, com Tom Mankiewicz (não creditado), argumento de Puzo baseado em personagens de Jerry Siegel e Joe Shuster. Elenco: Christopher Reeve, Gene Hackman, Margot Kidder, Terence Stamp, Sarah Douglas, Susannah York (apenas na edição de 1980), Jackie Cooper, Jack O’Halloran, Valerie Perrine, Ned Beatty, E.G. Marshall, Clifton James, Marc McClure, Marlon Brando (apenas na edição de 2006).

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9 – FAMA (Fame)
Onde ver: DVD, HBO Max, HBO Go, Apple TV/ iTunes.

As aspirações artísticas de alunos de uma escola de artes dramáticas de Nova York. A narrativa acompanha o período na escola da matrícula à formatura, como um painel ou uma crônica, sem um protagonista. Vários jovens carismáticos, ótimos momentos musicais (mesmo que não haja números musicais tradicionais). Entre os temas: dilemas artísticos, os problemas familiares, a relação com os professores, decisões equivocadas, medos, questões sociais. Rendeu uma série de TV que durou de 1982 a 1987 e teve alguns atores do filme repetindo seus papéis.
Estados Unidos. Direção: Alan Parker. Roteiro: Christopher Gore. Elenco: Irene Cara, Barry Miller, Gene Anthony Ray, Lee Currieri, Paul McCrane, Maureen Teefy, Antonia Franceschi, Laura Dean, Gene Anthony Ray.

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8 – PIXOTE A LEI DO MAIS FRACO
Onde ver: DVD, Globoplay, YouTube.

Hector Babenco aparece no começo do filme fazendo uma introdução sociológica sobre as comunidades pobres das periferias brasileiras. De quebra, apresenta seu ator protagonista, o pequeno Fernando Ramos da Silva, oriundo daquela comunidade. Como Pixote, ele se agiganta numa odisseia marginal comovente com diversos degraus, como uma passagem por um reformatório e a relação com uma prostituta (Marília Pêra, em grande desempenho). Visto hoje, é impossível adicionar ao filme a camada do trágico fim do ator, que participou de alguns assaltos, e acabou morto aos 19 anos por policiais (demitidos depois por fraude processual, nesse caso em particular).
Brasil. Direção: Hector Babenco. Roteiro: Hector Babenco e Jorge Durán, baseado em livro de José Louzeiro. Elenco: Fernando Ramos da Silva, Gilberto Moura, Jorge Julião, Edilson Lino, Marília Pêra, Jardel Filho, Rubens de Falco, Elke Maravilha, Toni Tornado, Beatriz Segall, Ariclê Perez.

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7 – VESTIDA PARA MATAR (Dressed to Kill)
Onde ver: DVD, blu-ray (em De Palma Essencial), Apple TV/ iTunes.

Um dos grandes exemplares de Brian de Palma em seu modelo homenagem-a-Hitchcock. Uma garota de programa testemunha um crime e começa a ser perseguida pela assassina misteriosa. A vítima é Angie Dickinson, cliente do psicanalista vivido por Michael Caine. Nancy Allen, linda demais, é a prostituta, em seu melhor momento no cinema. Os ecos de Psicose (1960) são muito fortes – tem até cena do chuveiro.
Estados Unidos. Direção e roteiro: Brian De Palma. Elenco: Michael Caine, Nancy Allen, Keith Gordon, Angie Dickinson, Dennis Franz.

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6 – OS IRMÃOS CARA DE PAU (The Blues Brothers)
Onde ver: DVD, blu-ray, Oi Play, Claro Vídeo, Google Play/ YouTube Video.

Personagens de um quadro do Saturday Night Live, a banda The Blues Brothers lançou um disco em 1978 e protagonizou seu próprio filme dois anos depois. Com John Landis no leme, o filme reuniu um dream team do blues em participações (Aretha Franklin, Ray Charles, James Brown, Cab Calloway, John Lee Hooker), numa história louquíssima em que a banda é reunida para a missão divina de salvar um orfanato, fugindo da polícia, valentões caipiras e neonazistas. Kathleen Freeman (histórica coadjuvante dos filmes de Jerry Lewis), a supermodelo Twiggy e até Steven Spielberg também fazem pontas.
Estados Unidos. Direção: John Landis. Roteiro: John Belushi e Dan Aykroyd. Elenco: John Belushi, Dan Aykroyd, Cab Calloway, John Candy, James Brown, Carrie Fisher, Henry Gibson, Ray Charles, Aretha Franklin, Kathleen Freeman, John Lee Hooker, Pee-Wee Herman, Twiggy, Frank Oz, Steven Spielberg, Chaka Khan, Murphy Dunne, Tom Malone, Matt Murphy, Steve Cropper, Donald Dunn, Willie Hall, Lou Marini, Alan Rubin, Charles Napier, John Landis.

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5 – BYE BYE BRASIL
Onde ver: DVD, Globoplay, Looke, YouTube.

Uma odisseia bufa pelo interiorzão do Brasil, seguindo uma trupe de artistas pé-de-chinelo: a Caravana Rolidei e seus tipos pitorescos, liderados pelos personagens de José Wilker e Betty Faria. Um road movie mambembe, tão mambembe quanto o próprio país que ele desbrava.
Brasil. Direção: Carlos Diegues. Roteiro: Carlos Diegues e Leopoldo Serran. Elenco: José Wilker, Betty Faria, Fábio Jr., Zaira Zambelli, Príncipe Nabor, Carlos Kroebber, Joffre Soares.

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4 – O ILUMINADO (The Shining)
Onde ver: DVD, blu-ray, HBO Max, Globoplay, Telecine Play, Now, Looke, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store.

Stephen King, autor do livro original, já reclamou da versão de Stanley Kubrick para o cinema. Problema dele. O filme é envolvente, tem um clima de desconforto realçado também pelo uso da steady-cam pelos corredores do hotel vazio (e, no fim, pelo labirinto). E cenas que extraem as vísceras de seus atores, principalmente Jack Nicholson e Shelley Duvall.
Reino Unido. Direção: Stanley Kubrick. Roteiro: Stanley Kubrick e Diane Johnson, baseado em romance de Stephen King. Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd, Scatman Crothers, Barry Nelson.

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3 – APERTEM OS CINTOS! O PILOTO SUMIU… (Airplane!)
Onde ver: DVD, Amazon Prime Vídeo, Claro Vídeo, Apple TV/ iTunes, Microsoft Store, YouTube Filmes.

“Precisamos pousar o avião. Esta mulher precisa ser levada a um hospital”. “Hospital?! Mas o que é??”. “É um prédio grande e branco com pacientes, mas isso não é importante agora”. Apertem os Cintos! é uma joia brilhante e aloprada, que pega um filme-catástrofe metido a sério de 1957 (Entre a Vida e a Morte) e o refilma como a mais louca das comédias até então. Os atores interpretam todos com a maior seriedade os diálogos mais absurdos e os trocadilhos mais infames. É uma esculhambação genial. Leia mais.
Estados Unidos. Direção e roteiro: Jim Abrahams, David Zucker, Jerry Zucker, baseado em roteiro anterior de Hall Bartlett, John C. Champion e Arthur Hailey. Elenco: Robert Hays, Julie Hagerty, Leslie Nielsen, Lloyd Bridges, Peter Graves, Robert Stack, Kareem Abdul-Jabbar, Lorna Patterson.

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2 – O IMPÉRIO CONTRA-ATACA ou STAR WARS – EPISÓDIO V: O IMPÉRIO CONTRA-ATACA (The Empire Strikes Back ou Star Wars Episode V: the Empire Strikes Back)
Onde ver: DVD, blu-ray, Disney Plus.

Qual terá sido a reação das primeiras plateias do segundo Guerra nas Estrelas à cena capital do filme, “Não, Luke. Eu sou seu pai”? O capítulo do meio da primeira trilogia é, praticamente um consenso, o melhor da série. Passa a maior parte do tempo dividido em duas subtramas: Han Solo, Leia e os andróides fugindo do Império; e Luke Skywalker encontrando o mestre Yoda para virar de vez um jedi. Muito bem equilibrado entre movimento e emoção.
Estados Unidos. Direção: Irvin Kershner. Roteiro: Leigh Brackett e Lawrence Kasdan, com argumento de George Lucas. Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Alec Guinness, Billy Dee Williams, Anthony Daniels, David Prowse, Kenny Baker, Peter Mayhew, Jeremy Bulloch, Julian Glover, Treat Williams. Vozes: James Earl Jones, Frank Oz, Clyde Revill.

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1 – TOURO INDOMÁVEL (Raging Bull)
Onde ver: DVD, blu-ray, Telecine Play, Google Play/ YouTube Filmes, Apple TV/ iTunes.

Diz que Scorsese foi assistir a uma luta de boxe e ficou apavorado: “Não tenho a menor ideia de como filmar esse negócio!”. Era a preparação para Touro Indomável, projeto para onde foi praticamente empurrado pelo velho amigo Robert De Niro. De alguma forma, ele encontrou seu jeito. Em preto-e-branco, com a câmera dentro do ringue, sangue e suor, a explosão de violência como válvula de escape de um homem patético e confuso que só consegue se expressar através justamente da violência.
Estados Unidos. Direção: Martin Scorsese. Roteiro: Paul Schrader e Mardik Martin, com Joseph Carter e Peter Savage, baseado na autobiografia de Jake LaMotta. Elenco: Robert De Niro, Cathy Moriarty, Joe Pesci, Frank Vincent, Nicholas Colasanto, John Turturro, Martin Scorsese.

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OUTRAS LISTAS DE MELHORES:

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NOTA: A percepção sobre os filmes mudam com o tempo. Esta é a minha percepção agora, limitada ao que vi, naturalmente — esta lista pode mudar à medida em que for revisitando alguns filmes ou assistir a outros que ainda não conheço deste ano específico

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HAN SOLO (Ron Howard, 2018)
½
Diário de Filmes 2019: 18

Fazer um filme sobre o passado de um personagem tão mítico quanto Han Solo – com outros criadores e outro elenco – é praticamente pedir pra perder. Dificilmente vai se chegar à altura da representação original (no caso, Harrison Ford na trilogia original de Guerra nas Estrelas). Dito isso, não é um filme ruim. É uma aventura honesta e com boa dose de diversão. Mas seria ótimo se fosse tão inspirado quanto os posters setentistas da divulgação do filme.

Star Wars - Os Ultimos Jedi - 32

Daisy Ridley e Mark Hamill: ela é a protagonista

STAR WARS – OS ÚLTIMOS JEDI
Sem borda - 04 estrelas

Passagem de bastão

por Renato Félix

Na sua origem, a saga Star Wars é uma colcha de retalhos de referências. Aos antigos seriados de cinema de Flash Gordon dos anos 1930,  a filmes japoneses de samurai, a faroestes e filmes de capa-e-espada da Hollywood clássica. A trilogia original é bem isso e, agora, ela própria é uma fonte de referências. E, assim, na nova trilogia, do qual Star Wars – Os Últimos Jedi (2017) é o novo capítulo,  a série faz referência principalmente a si mesma.

Assim, qualquer razoável iniciado em Star Wars vai encontrar ecos de episódios passados por todo o novo filme (como já acontecia em O Despertar da Força, 2015, o filme anterior). Desde o começo em alta voltagem com uma batalha espacial, visto antes em Ataque dos Clones (2002), ao muitos elementos e situações que citam diretamente O Retorno de Jedi (1983). Ou na busca por um mestre distante e há muito isolado, vista em O Império Contra-Ataca (1980).

O segundo filme desta nova trilogia também reafirma que os grandes personagens clássicos não são os protagonistas: são, na verdade, um forte apoio para os novos rostos. Sim, Luke Skywalker (Mark Hamill) está de volta e tem alguns grandes momentos reservados a ele, mas seu principal papel é encaminhar Rey (Daisy Ridley) nas artes jedi. O filme, e isso é ainda mais claro que em O Despertar da Força, é uma passagem de bastão.

Uma parte considerável do filme se detém nos esforços de Rey para convencer Luke a sair da toca e ajudar a Resistência, em vias de ser erradicada. Enquanto Luke tem sua crise com o passado e suas crenças, ela tem diálogos à distância com seu grande inimigo, Kylo Ren (Adam Driver), um recurso dramático muito bem conduzido.

A trama se separa em dois outros núcleos dramáticos: em um, a General Leia (Carrie Fisher) precisa conduzir a fuga da Resistência, acossada pelas forças da Primeira Ordem, e domar a impetuosidade de seu melhor piloto, Poe (Oscar Isaac, que ganha mais espaço); no outro, Finn (John Boyega) e uma nova personagem, Rose (Kelly Marie Tran), vão a um planeta-cassino à procura de um decodificador para ajudar a despistar a Primeira Ordem.

Nesse segmento, aparecem umas pequenas tintas políticas. Rose aponta o dedo para aquela elite, afirmando que “ninguém ganha tanto dinheiro assim se não for com a guerra”.  Comentários sociais que vão reverberar nos belos momentos finais do filme.

A sequência também serve ao (lento) desenvolvimento do personagem de Boyega e introduz o de Benicio del Toro, um malandro pouco confiável, mas com uma visão de mundo bem-vinda a Star Wars.

A saga sempre se banhou na maniqueísmo, contrapondo um lado claramente bom e outro claramente mau. Ao conduzir a história, George Lucas procurou borrar essas fronteiras em O Retorno de Jedi (1983) ao tratar da redenção de Darth Vader e, desajeitadamente, na trilogia-prelúdio, ao narrar a queda de Anakin Skywalker.

Mas derrapou feio quando sua sanha revisionista mudou, em 1997, a cena em que Han Solo atira a sangue-frio e à traição no caçador de recompensas Greedo, em Guerra nas Estrelas (1977). Lucas não resistiu à tentação de “desborrar” a fronteira, primeiro fazendo Solo “atirar depois” e, depois, “atirar ao mesmo tempo”.

DJ, o personagem de Del Toro, em certo momento rouba a nave de um comerciante de armas, de quem tanto os vilões da Primeira Ordem quanto os mocinhos da Resistência usaram os serviços. Um tímido, mas eloquente, tom de cinza em uma saga que prima pelo preto no branco.

O filme tem momentos de visual arrebatador (principalmente a luta na sala vermelha e o combate no planeta coberto de sal) e humor (em situações inesperadas, inclusive). Também contraria um artifício narrativo tradicional na série, que é ignorar o fato de que o som não se propaga no espaço para gerar mais emoção nos combates espaciais. Desta vez, em uma cena chave (envolvendo a sempre ótima Laura Dern), o diretor Rian Johnson optou por retirar o som e gerar a emoção pela ausência dele.

Parênteses: O fato de que cinemas tiveram que colocar avisos para que a plateia soubesse que isso é de propósito faz pensar a que ponto de emburrecimento chegou uma parcela do público dos cinemas. Fecha parênteses.

E, algo que faz diferença tanto em como o filme foi feito quanto como ele é assistido, Os Últimos Jedi marca a despedida de Carrie Fisher.

A atriz morreu em dezembro de 2016, cerca de um ano antes da estreia do filme. Mas já tinha filmado todas as suas cenas para Os Últimos Jedi. O filme, então, e a plateia minimamente informada são conscientes o tempo todo dessa despedida. Não dá para não ter atenção sobre como Leia é tratada e como o filme resolveu ou não seu desfecho na trama.

Há outras coisas, mas isso, sem dúvida, tornou a experiência de Os Últimos Jedi diferente.

Star Wars – Os Últimos Jedi. Star Wars – The Last Jedi. EUA, 2017. Direção: Rian Johnson. Elenco: Daisy Ridley, Mark Hamill, Adam Driver, John Boyega, Oscar Isaac, Carrie Fisher, Anthony Daniels, Gwendoline Christie, Benicio del Toro, Laura Dern. Voz: Frank Oz. Em captura de movimento: Lupita Nyong’o, Andy Serkis.

* Versão estendida da crítica publicada no Correio da Paraíba, em 20/12/2017

Harrison Ford

13 de julho, 75 anos: Nasce, em 1942, o ator americano Harrison Ford. Um dos atores mais populares de todos os tempos, estrelando duas das franquias de maior sucesso do cinema: Star Wars (como Han Solo, aparecendo em quatro filmes) e Indiana Jones (no papel-título, também em quatro filmes). Também protagonizou outros filmes importantes, como Blade Runner, o Caçador de Andróides (1982) e A Testemunha (1985).

Coluna Cinemascope (#15). Correio da Paraíba, 28/12/2016.

guerra-nas-estrelas-19

“Guerra nas Estrelas” (1977)

A Força da princesa

por Renato Félix

Eram os meados dos anos 1970 e a ideia de princesa ainda era a da mocinha de vestido longo presa em uma torre à espera do cavaleiro que iria salvá-la e com quem ela invariavelmente casaria. Ou da mocinha pobre encontrada (e salva) por um príncipe que se casaria com ela. E aí apareceu Carrie Fisher.

Ela própria uma princesa na corte de Hollywood (filha da atriz Debbie Reynolds e do cantor Eddie Fisher), também aparece como princesa, a Leia Organa de Guerra nas Estrelas (1977) e suas continuações. Naquele primeiro filme da série, ela foi demolindo o estereótipo: peitava Darth Vader logo no começo, e, presa, assistia seu planeta ser explodido e era torturada (mas não revelava a informação que os vilões queriam).

E quando o cavaleiro aparecia em sua cela para salvá-la, ela é quem tomou as rédeas da situação: tomou a arma e explodiu uma parede, dizendo “Alguém tem que salvar nossas peles”. Em O Retorno de Jedi (1983), escravizada e humilhada por Jabba naquele biquíni de metal, matou ela mesma o gangster na operação de fuga dos rebeldes.

Leia, naqueles anos 1970 e 1980, era o contrário do que uma princesa parecia dever ser. Comandava operações militares, tinha espírito de liderança, não levava desaforo para casa. Uma grande personagem, personificada de maneira eterna em Carrie Fisher, que nos deixou ontem.

Hoje até o Disney Channel tenta desfazer a imagem de princesa que a própria Disney consolidou dos anos 1930 aos 1950. Com o slogan “Sou princesa, sou real”, tenta vender a ideia de que ser princesa é lutar por seus ideais e para realizar seus sonhos e tal. Bonitinho, mas quarenta anos antes, Carrie Fisher já era a princesa que representava isso.

FOTO: Guerra nas Estrelas (1977)

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O Dia dos Pais foi domingo, mas a lista ainda vale: dez grandes pais no cinema. A quem observar que alguns na lista não são pais biológicos, me adianto: não me importa.

Kramer vs Kramer - 04

Justin Henry e Dustin Hoffman, em “Kramer vs. Kramer”

10 – TED KRAMER, Dustin Hoffman em Kramer vs. Kramer (1979)

Abandonado pela mulher, Ted precisa se redescobrir como pai: não só aprendendo a cuidar do filho, mas também a se conectar emocionalmente com a criança. O título diz respeito tanto a uma batalha posterior pela custódia quanto à convivência entre pai e filho.

Natal-felicidade

James Stewart e Donna Reed em “A Felicidade Não Se Compra”

9 – GEORGE BAILEY, James Stewart em A Felicidade Não Se Compra (1946), de Frank Capra

A vida fez George abdicar de seus sonhos de aventuras e viagens pelo mundo. Em seu pior momento, um anjo mostra o que ele teria a perder se não existisse – como seus quatro filhos.

Retorno de Jedi-33

Mark Hamill e David Prowse, em “O Retorno de Jedi”

8 – DARTH VADER, David Prowse e voz de James Earl Jones em O Retorno de Jedi (1983), de Richard Marquand

Ok, a grande frase “Não, Luke. Eu sou seu pai” é do filme anterior, O Império Contra-Ataca (1980), mas é no terceiro filme da trilogia original de Guerra nas Estrelas onde a relação pai-filho se desenvolve: Luke Skywalker vai ao encontro de Darth Vader para sua missão mais difícil: tentar resgatá-lo do lado negro da Força.

Menina de Ouro

Clint Eastwood e Hilary Swank em “Menina de Ouro”

7 – FRANKIE DUNN, em Menina de Ouro (2004), de Clint Eastwood

Velho dono de uma academia, Frankie não quer treinar a iniciante boxeadora Maggie. Quando acaba cedendo contrariado, pouco a pouco ela ocupa o lugar da filha de quem Frankie está afastado há tanto tempo.

Vida E Bela - 08

Roberto Benigni e Giorgio Cantarini em “A Vida É Bela”

6 – GUIDO, em A Vida É Bela (1997), de Roberto Benigni

Em um campo de concentração nazista, Guido faz de tudo para que seu filho pequeno não perceba o ambiente de atrocidades que os rodeia. Vai criando fantasias e jogos e se mantém firme. Até o fim.

FINDING NEMO, Nemo, Marlin, 2003, (c) Walt Disney/courtesy Everett Collection

“Procurando Nemo”

5 – MARLIN, voz de Albert Brooks em Procurando Nemo (2003), de Andrew Stanton

Traumatizado com uma tragédia pessoal, Marlin supera todos os seus medos para cruzar o oceano em busca do filho sequestrado. Enfrenta tubarões, pega carona em tartarugas-marinhas, escapa de ser engolido por uma baleia. E supera seu maior medo: deixar o filho enfrentar o mundo.

Sol E para Todos - 22

Mary Badham e Gregory Peck em “O Sol É para Todos”

4 – ATTICUS FINCH, em O Sol É para Todos (1962), de Richard Mulligan

É pelo olhos de seus filhos que assistimos ao advogado viúvo Atticus Finch defender um negro da acusação de estupro em uma cidade racista. Scout, que narra o filme como uma memória de adulta, e Jem vivem dias de amadurecimento sob a orientação do personagem eleito pelo AFI o maior herói do cinema americano.

Poderoso Chefao - 27

Al Pacino e Marlon Brando, em “O Poderoso Chefão”

 

3 – VITO CORLEONE, em O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola

“Um homem que não passa tempo com sua família pode nunca ser um homem de verdade”. “Eu trabalhei a minha vida inteira, eu não me desculpo por isso, para cuidar da minha família. E eu me recusei a dançar para todos aqueles figurões. Essa é a minha vida, eu não me desculpo por isso”. São palavras de Don Vito Corleone, um gangster, mas um pai capaz de desejar uma vida fora do crime para seu filho Michael ou de comover ao chorar perante o corpo do filho Sonny.

Ladroes de Bicicleta-05

Lamberto Maggiorani e Enzo Staiola em “Ladrões de Bicicleta”

2 – ANTONIO RICCI, em Ladrões de Bicicleta (1948), de Vittorio de Sica

Uma das obras máximas do neo-realismo italiano é uma história de pai e filho. Antonio precisa da bicicleta para trabalhar, mas ela é roubada. Ele percorre Roma com o filho Bruno na tentativa de encontrá-la. Eles se apoiam e se estranham, mas ninguém é imune ao momento em que ele desaba na frente do garoto e a relação dos dois é redefinida.

Antes do primeiro colocado, algumas menções honrosas: Clayton Poole, Jerry Lewis em Bancando a Ama-Seca (1958); Daniel Hillard, Robin Williams em Uma Babá Quase Perfeita (1993); Henry Jones, Sean Connery em Indiana Jones e a Última Cruzada (1989); Thomas Dunson, John Wayne em Rio Vermelho (1948); Mustafa, voz de James Earl Jones em O Rei Leão (1994); Ed Bloom, Ewan McGregor e Albert Finney em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003); Adam Trask, Raymond Massey em Vidas Amargas (1955); Shukichi Hirayama, Chisu Ryu em Era uma Vez em Tóquio (1953), de Yasujiro Ozu

Garoto-03

Jackie Coogan e Charles Chaplin, em “O Garoto”

1 – CARLITOS, em O Garoto (1921), de Charles Chaplin

Um garoto quebra uma vidraça. Logo depois, “por coincidência”, surge na rua um vidraceiro pronto para fazer o conserto e, claro, receber por ele. O vidraceiro é Carlitos. Logo se vê que o garoto, claro, está com ele. Tão desprotegido quanto o próprio vagabundo, que o encontrou ainda bebê, abandonado numa lixeira, e o criou (a seu modo). Chaplin amava tanto à comédia quanto o melodrama e que cena quando o serviço social vem arrancar o filho de seus braços, em imagens inundadas de lágrimas e amor.

Pelo jeito, o mundo de Guerra nas Estrelas vai ser mesmo onipresente por muito tempo. Mal saímos de Star Wars – O Despertar da Força e já saiu o primeiro trailer de Rogue One – A Star Wars Story, o primeiro derivado (para o cinema) da série criada por George Lucas (mas só se não contarmos a animação Star Wars – Clone Wars, piloto da série de TV, mas que passou no cinema). Rogue One se passa pouco antes do Guerra nas Estrelas original (rebatizado depois como Uma Nova Esperança, blá-blá-blá), com uma equipe de rebeldes encarregada de roubar os planos da arma definitiva do Império: a Estrela da Morte, uma estação espacial armada com poder para destruir um planeta inteiro. Com Felicity Jones (de A Teoria de Tudo), Madd Mikkelsen (de A Caça) e Forest Whitaker (Oscar de melhor ator por O Último Rei da Escócia). Estreia no Brasil: 16 de dezembro.

A seguir, os meus melhores filmes de 2015, apenas entre os que estiveram em cartaz nos cinemas de João Pessoa. Antes, como em todo ano, a numeralha em torno do circuitão pessoense.

– 163 filmes estiveram em cartaz nos cinemas de João Pessoa em 2014 (419 estrearam no Brasil, segundo o levantamento da Abraccine). É um a menos que no ano passado, pertinho do recorde de 2007 (165), marca de antes do fechamento do primeiro multiplex do MAG. O Boulevard faz esse acompanhamento desde 2006.

– A participação do cinema brasileiro foi de 25,76% dos filmes em cartaz, só um pouco menor que no ano passado, quando chegou a 26,8%, melhor marca desde que começamos a contar. Em números brutos, são 42 este ano contra 44 em 2014. Em 2013, foram 32.

Divertida Mente

Raiva, Nojinho, Alegria, Medo e Tristeza: confusão de sentimentos

1 – DIVERTIDA MENTE, de Pete Docter

A Pixar deu uma aula de emoção dentro da mente de uma pré-adolescente. Acompanha ao mesmo tempo a vida dessa menina cujo mundo vira de cabeça para baixo quando a família se muda de cidade e suas emoções básicas personificadas. Tudo vira uma bagunça quando a Alegria e a Tristeza somem da sala de comando. O lance genial é justamente descobrir a beleza e a importância da Tristeza na vida de todos nós. Crítica no Boulevard

Que Horas Ela Volta

Camila Mardila e Regina Casé: filha e mãe que pensam diferente

2 – QUE HORAS ELA VOLTA?, de Anna Muylaert

Conseguiu combinar algo dificílimo no cinema brasileiro: a crítica social e o drama de personagens que conquistam o espectador. Regina Casé lembra a grande atriz que é como a Val, empregada em uma casa rica, que recebe a filha que vai prestar o vestibular. A outra mentalidade da moça, que não se acha inferior a ninguém, sacode a vida de patrões e empregados e ajuda o filme a colocar em xeque uma herança social incômoda . Crítica no Boulevard

Birdman ou a Inesperada Virtude da Ignorancia

Michael Keaton e a sombra dele mesmo o atormentando

3 – BIRDMAN (OU A INESPERADA VIRTUDE DA IGNORÂNCIA), de Alejandro González Iñarritu

O falso plano-sequência único (construído a partir de diversos planos-sequência de verdade e efeitos visuais) é de embasbacar. Mas além disso o filme transpira a angústia de seu protagonista e possui grandes interpretações de todo o elenco (Michael Keaton, Edward Norton e Emma Stone à frente) para um mergulho na necessidade e perigos de fazer arte.

Daisy Riodley, John Boyega (e BB8): filme confia (e faz bem em confiar) nos novos personagens

Daisy Ridley, John Boyega e BB-8 sustentam muito bem o filme

4 – STAR WARS – O DESPERTAR DA FORÇA, de J.J. Abrams

Com cerca de meia hora já adentradas do episódio VII de Guerra nas Estrelas, o espectador pode se dar conta de que nenhum dos personagens clássicos apareceu ainda e ele está acompanhando apenas as aventuras do novos rostos da série (Daisy Ridley, John Boyega, Adam Driver e, claro, o andróide BB-8). Um início corajoso que compensa muito uma rendição excessiva à trilogia original na repetição de certas situações. No fim, há um equilíbrio admirável entre essa herança que nos fez esquecer a trilogia-prelúdio e esperar ansiosamente pelo que o futuro reserva. Crítica no Boulevard

Mad Max - Estrada da Fúria-08

5 – MAD MAX – ESTRADA DA FÚRIA, de George Miller

É incrível pensar que, 30 anos depois, a franquia Mad Max voltaria com o mesmo diretor e uma disposição de se reinventar radicalmente. Semelhante ao segundo filme, o personagem principal é metido em uma situação onde ele é quase testemunha: a fuga de mulheres usadas como reprodutora pelo líder de uma cidade que detém o poder através da posse de um líquido precioso. O que nos anos 1980 era a gasolina, refletindo a crise do petróleo, agora é água. As fugitivas são lideradas por uma feroz Charlize Theron com um braço só. A trama se resume a uma gigantesca fuga sobre rodas pelo deserto, uma estilizada ode ao movimento com o visual alucinado do qual Miller é mestre. Diário de filmes no Boulevard

Pequeno Principe-2015-05

6 – O PEQUENO PRÍNCIPE, de Mark Osborne

Em geral, a decisão de dividir a história original com uma atual, sobre uma garotinha adultizada pela mãe e que conhece seu vizinho, um velho aviador, seria de torcer o nariz. Mas a verdade é que a nova história se alimenta bem do conto de Saint Exupèry e visualmente o filme acerta muito ao separar a animação digital para a nova história e o stop-motion para a trama do livro. E ainda há trilha irrestistível, com canções de Camille.

Mistress America-12

7 – MISTRESS AMERICA, de Noah Baumbach

Em geral, a decisão de dividir a história original com uma atual, sobre uma garotinha adultizada pela mãe e que conhece seu vizinho, um velho aviador, seria de torcer o nariz. Mas a verdade é que a nova história se alimenta bem do conto de Saint Exupèry e visualmente o filme acerta muito ao separar a animação digital para a nova história e o stop-motion para a trama do livro. E ainda há a trilha irresistível, com canções de Camille.

Perdido em Marte

8 – PERDIDO EM MARTE, de Ridley Scott

Não é de hoje que Hollywood é fascinada com a paisagem marciana. E Scott não deixa de usar o que pode dessa paisagem em um filme que também se arrisca e acerta ao passar um tempo considerável apenas com Matt Damon em cena. O bom humor de seu personagem faz não só sua vida menos difícil como ajuda também o espectador nessa travessia.

 

Conto da Princesa Kaguya-04

9 – O CONTO DA PRINCESA KAGUYA, de Isao Takahata

A história da princesinha que nasce em um broto de bambu e é encontrada por um lavrador é contada por delicadeza ímpar nessa produção do Studio Ghibli. Um dos filmes mais bonitos do ano.

Ponte dos Espioes-10

10 – PONTE DOS ESPIÕES, de Steven Spielberg

No auge da guerra fria, o advogado de uma companhia de seguros é jogado dentro de uma trama em que precisa defender um espião soviético capturado nos EUA e depois negociar sua troca por outro, americano, preso na Alemanha Oriental. A recriação de um clima paranoico dos dois lados e descobrir a humanidade no “inimigo” são alguns dos méritos desse thriller.

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MAIS RETROSPECTIVA 2015

Daisy Riodley, John Boyega (e BB8): filme confia (e faz bem em confiar) nos novos personagens

Daisy Ridley, John Boyega (e BB8): filme confia (e faz bem em confiar) nos novos personagens

Estrelas-04 e meia juntas-site

Nostalgia com um pé no futuro

Renato Félix

Os fãs puderam, enfim, relaxar (ou ficar ainda mais animados): Star Wars – O Despertar da Força é um legítimo seguidor da trilogia original da série Guerra nas Estrelas e não guarda qualquer maior relação estética com a trilogia-prelúdio. É uma realização impressionante nesse ponto: 32 anos após O Retorno de Jedi (1983), chega a ser estranho assistir algo inédito e que soa ao mesmo tempo tão familiar.

Aos não-fãs (e até aos desconfiados e maltratados por terem se iniciado na série pela trilogia-prelúdio), vale a aposta de ir ao cinema: Star Wars – O Despertar da Força é pautado em novos personagens que encaram a história original como uma lenda, algo de que apenas ouviram falar. É com isso que o filme dialoga muito bem com quem só conhece a série de ouvir o papo dos amigos que a curtem ou das zilhões de referências que aparecem por aí o tempo todo, de comerciais de TV a pegadinhas do Programa Silvio Santos.

O Despertar da Força é um grande acerto também em diversos outros aspectos. J.J. Abrams parece ter nascido para comandar esse projeto. Ele próprio já tinha feito os dois Star Trek que dirigiu soarem mais como Guerra nas Estrelas do que como a série original Jornada nas Estrelas. Se George Lucas achava que tinha limitações tecnológicas quando produziu a trilogia original (1977-83) e que não as tinha mais quando produziu, escreveu e dirigiu a trilogia-prelúdio (1999-2005), se refestelando mais do que devia nos efeitos digitais, Abrams compreende que as “limitações” dos anos 1970 e 1980 sempre foram, de fato, uma vantagem.

Assim, o novo filme minimiza os efeitos digitais em prol do uso de maquetes e efeitos realizados no set sempre que possível.  Foi uma opção que fez diferença e valeu a pena. Com isso, o novo Star Wars retorna a um futuro “velho”, meio sucateado, nos confins da galáxia e que parece mais real.

Outro acerto é o investimento na construção de novos personagens muito bons. Tanto a catadora de lixo Rey (Daisy Ridley) quanto o stormtrooper desertor Finn (John Boyega) e o novo vilão, Kylo Ren (Adam Driver), são complexos e funcionam muito bem. São mais complexos, na verdade, que os protagonistas da trilogia original, que sempre foram bastante arquetípicos. Mesmo Leia (Carrie Fisher), que renegava o estereótipo da princesa a ser salva, mas acabava sendo arquetípica para o outro lado.

O filme confia nesses personagens, nessa nova geração. Quando Han Solo entra em cena, O Despertar da Força já começou há algum tempo e, sem perceber, o espectador está acompanhando apenas personagens novos, com grandes possibilidades de estar totalmente envolvido pela trama e sem dar pela falta dos medalhões até então. Mas os astros vêm e o filme dá a cada um uma entrada solene em cena.

Abrams teve a nobreza e esperteza de convocar Lawrence Kasdan para acompanhá-lo no roteiro. Roteirista do melhor filme da série, O Império Contra-Ataca (1980), ele certamente também fez diferença. O filme entrega e sonega informação ao espectador com muita destreza. Constrói uma bela aventura sem se preocupar em ser explicadinho, leva a atenção do espectador para onde quer e, no fim, boa parte dos personagens continua com histórias não reveladas, guardadas para os próximos episódios.

Como não se trata de Lost, Abrams não terá infindáveis episódios para criar mistérios e, depois, não saber como resolvê-los. O que ele fez é colocar as pulgas nas orelhas dos espectadores, que passaram a especular o que este ou aquele personagem representa. E manter um pouco da aura de mistério que foi parte importante da divulgação de O Despertar da Força.

O principal deles era a respeito da maneira como seria a participação de Mark Hamill como Luke Skywalker. Não por acaso, a primeira frase do letreiro incial é “Luke Skywalker está desaparecido”. Boa parte da trama deste sétimo episódio gira em torno da busca por ele, o último jedi. A Primeira Ordem (o que restou do Império) e a Resistência (liderada pela ex-princesa e agora general Leia, vivida de novo por Carrie Fisher) querem encontrá-lo.

É a essa trama que os novos personagens são jogados depois de se conhecerem. Ao lado disso, muito da trama repete passos de Guerra nas Estrelas (1977; rebatizado desnecessariamente a partir de 1999 como Star Wars – Uma Nova Esperança) e O Retorno de Jedi (1983). Nisso, o filme aposta em um caminho mais fácil, de identificação imediata com os velhos fãs maltratados com a trilogia-prelúdio.

Mas há que considerar que o espírito original da série era esse mesmo: Guerra nas Estrelas revisitava os seriados de Flash Gordon dos anos 1930 (que passavam em episódios no cinema sempre com o “continua na próxima semana” no final), os filmes japoneses de samurais, os capa-e-espada e os faroestes clássicos. Nada mais natural, portanto, que o novo Star Wars remeter à sua própria versão de quase 40 anos antes.

O que importa é que a combinação disso com os novos personagens e as ligações entre eles funcionou bem demais. É um grande retorno, mas dando um significativo passo à frente.

Star Wars – O Despertar da Força. Star Wars – The Force Awakens. Estados Unidos, 2015. Direção: J.J. Abrams. Elenco: Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Harrison Ford, Mark Hamill, Carrie Fisher, Adam Driver, Lupita Nyong’o, Andy Serkis, Peter Mayhew, Gwendoline Christie, Anthony Daniels, Kenny Baker, Max von Sydow, Simon Pegg, Warwick Davis.

(ampliado do texto publicado no Correio da Paraíba, em 19/12/2015)

O que entra na quinta, o que fica até quarta e o que continua em cartaz nos cinemas paraibanos (João Pessoa, Campina Grande e Patos).

Star Wars - O Despertar da Força - cartaz

JOÃO PESSOA

Entram quinta em JP:
– ‘STAR WARS – O DESPERTAR DA FORÇA’ (Cinépolis Manaíra [2D leg, 3D leg, 2D dub, 3D dub]; Cinespaço MAG [2D leg, 2D dub, 3D leg, 3D dub]; Cinesercla Tambiá [2D dub, 3D dub]; Cinépolis Mangabeira [3D leg, 3D dub])

Pré-estreia em JP:
– ‘ALVIN E OS ESQUILOS – NA ESTRADA’ (Cinépolis Manaíra [2D dub], diariamente; Cinespaço MAG [2D dub], diariamente; Cinesercla Tambiá [2D dub], diariamente; Cinépolis Mangabeira [2D dub], diariamente)

Só até quarta em JP:
– ‘A VISITA’ (Cinesercla Tambiá [2D dub])
– ‘HOTEL TRANSILVÂNIA 2’ (Cinépolis Manaíra [2D dub]; Cinesercla Tambiá [2D dub])
– ‘AWAKE – A VIDA DE YOGANANDA’ (Cinespaço MAG [2D leg])
– ‘O PRESENTE’ (Cinesercla Tambiá [2D dub])

Continuam em JP:
– ‘DÍVIDA DE HONRA’ (Cinépolis Manaíra [2D leg])
– ‘JOGOS VORAZES – A ESPERANÇA: O FINAL’ (Cinépolis Manaíra [2D leg, 2D dub]; Cinespaço MAG [2D leg]; Cinesercla Tambiá [2D dub]; Cinépolis Mangabeira [2D dub])
– ‘NO CORAÇÃO DO MAR’ (Cinépolis Manaíra [3D leg, 3D dub]; Cinesercla Tambiá [2D dub]; Cinépolis Mangabeira [2D dub])
– ‘OLHOS DA JUSTIÇA’ (Cinépolis Manaíra [2D leg]
– ‘PEGANDO FOGO’ (Cinépolis Manaíra [2D leg]; Cinespaço MAG [2D leg]; Cinépolis Mangabeira [2D dub])
– ‘BEM CASADOS’ (Cinépolis Manaíra [2D em port]; Cinesercla Tambiá [2D em port]; Cinépolis Mangabeira [2D em port])
– ‘TUDO QUE APRENDEMOS JUNTOS’ (Cinépolis Manaíra [2D em port])
– ‘TERRA DE MARIA’ (Cinépolis Manaíra [2D leg])
– ‘O REINO GELADO 2’ (Cinépolis Mangabeira [3D dub], apenas sábado e domingo)
– ‘QUARTO DE GUERRA’ (Cinépolis Manaíra [2D dub]; Cinépolis Mangabeira [2D dub])
– ‘O ÚLTIMO CAÇADOR DE BRUXAS’ (Cinesercla Tambiá [2D dub])
– ‘VICTOR FRANKENSTEIN’ (Cinesercla Tambiá [2D dub])

 

CAMPINA GRANDE (Cinesercla Partage)

Entram quinta em CG:
– ‘STAR WARS – O DESPERTAR DA FORÇA’ [3D leg, 2D dub, 3D dub]

Pré-estreia em CG:
– ‘ALVIN E OS ESQUILOS – NA ESTRADA’ [2D dub], diariamente

Só até quarta em CG:
– ‘A VISITA’ [2D dub]
– ‘O PRESENTE’ [2D leg, 2D dub]
– ‘O REINO GELADO 2’ [2D dub]

Continuam em CG:
– ‘JOGOS VORAZES – A ESPERANÇA: O FINAL’ [2D dub]
– ‘NO CORAÇÃO DO MAR’ [2D dub]
– ‘BEM CASADOS’ [2D em port]
– ‘VICTOR FRANKENSTEIN’ [2D dub]

 

PATOS (Cine Guedes)

Entra quinta em Patos:
– ‘STAR WARS – O DESPERTAR DA FORÇA’ [3D dub]

Pré-estreia em Patos:
– ‘ALVIN E OS ESQUILOS – NA ESTRADA’ [2D dub], diariamente

Só até quarta em Patos:
– ‘JOGOS VORAZES – A ESPERANÇA: O FINAL’ [3D dub]
– ‘NO CORAÇÃO DO MAR’ [3D dub]
– ‘O REINO GELADO 2’ [3D dub]

Continuam em Patos:
– ‘COMO SOBREVIVER A UM ATAQUE ZUMBI’ [2D dub]

 

 

 

 

REMÍGIO (Cine RT)

O cinema está em manutenção

A revista britânica Empire anunciou suas capas para a edição especial de Star Wars – O Despertar da Força. São seis e, como sempre, a revista bota pra quebrar nesse quesito. Confira e clique em cada uma para ampliar.

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Saiu o novo trailer de Star Wars – O Despertar da Força e continua parecendo tudo certo. Os personagens (os novos e os velhos conhecidos) aparecem um pouco mais e todos compõem bem. Boto fé nos novos protagonistas (fora que ter uma mulher e um negro como protagonistas, sim, corrige um desleixo histórico da série). Por enquanto é muito bom ver o velho clima de Guerra nas Estrelas de volta. Não vai ser por falta de devoção: a gente sabe que J.J. Abrams, o diretor, ama a série (afinal, praticamente transformou seus dois Jornada nas Estrelas em Guerra nas Estrelas). A estreia no Brasil é em 17 de dezembro.

Houve um tempo em que se dizia que nenhuma continuação era superior ao original (só O Poderoso Chefão 2 – Parte 2O Império Contra-Ataca, o que sempre é discutível, mas era o que se dizia). Hoje já existem muitas partes 2 melhores que a parte 1, mas parece que sobre as partes 3 alguma maldição acontece. O senso comum costuma apedrejá-las (pergunte o que o pessoal acha de Homem-Aranha 3Homem de Ferro 3X-Men – O Confronto Final, por exemplo – em tempo: gosto dos três).

Então vamos a um top 10 de partes 3 que burlam isso aí. São filmes bem aceitos por público em geral e pela crítica e, às vezes, até melhores que o original.

"Star Wars – A Vingança dos Sith"

“Star Wars – A Vingança dos Sith”

10 – STAR WARS – A VINGANÇA DOS SITH (2005)

A segunda trilogia da série Guerra nas Estrelas é cheia de problemas e o próprio A Vingança dos Sith tem alguns bem sérios. Mas é inegável que também é bastante superior aos dois primeiros e possivelmente o único que realmente não faz feio com relação à trilogia original. RT: 80%.

"De Volta para o Futuro – Parte III"

“De Volta para o Futuro – Parte III”

9 – DE VOLTA PARA O FUTURO – PARTE III (1990)

Filmado simultaneamente com a parte II, tem uma diferença razoável com relação aos anteriores por se passar quase inteiramente no velho oeste. Acaba então se tornando uma deliciosa paródia do gênero. E faz isso muito bem, além de também cumprir muito bem o papel de encerrar a história. RT: 73%.

"O Ultimato Bourne"

“O Ultimato Bourne”

8 – O ULTIMATO BOURNE (2007)

Os dois primeiros filmes já são muito bons, mas o terceiro realmente fecha com chave de ouro a trilogia. Paul Greengrass está muito inspirado nas cenas de perseguição e de luta e no ritmo das revelações que vão aparecendo para elucidar a história do agente que, no primeiro filme, começa desacordado e perseguido por colegas sem saber o motivo. RT: 93%.

"Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban"

“Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”

7 – HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN (2004)

Para o terceiro filme da série, houve uma mudança de direção: saiu o burocrático Chris Columbus e entrou o mexicano Alfonso Cuarón, que imprimiu mudanças visíveis: reduziu muito o ar glamouroso e de conto-de-fadas da escola de bruxaria e nos brindou com a sequência antológica em que Harry fica frente a frente com Sirius Black e outra, a da volta no tempo. Nenhum filme que veio depois conseguiu superá-lo (talvez o sétimo dos oito, mas a discutir). RT: 91%.

"O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei"

“O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei”

6 – O SENHOR DOS ANÉIS – O RETORNO DO REI (2003)

A trilogia O Senhor dos Anéis foi filmada numa tirada só, mas a edição foi um de cada vez. Isso deve ter ajudado o diretor Peter Jackson a corrigir problemas a cada passo e controlar, por exemplo, sua tendência ao exagero. Ou isso, ou o exagero se justifica pelo clímax gigante que é o capítulo final da saga. RT: 95%.

"007 – Operação Skyfall"

“007 – Operação Skyfall”

5 – 007 – OPERAÇÃO SKYFALL (2012)

Ok, ok, sabemos que Skyfall é o 23º filme da série James Bond. Mas desde que 007 – Cassino Royale reiniciou a série em 2006, então podemos entender o filme como o terceiro dessa nova fase (fizemos isso também com A Vingança dos Sith, oras). E o sentimento foi de “até que enfim!”. Depois de um ótimo filme que tinha pouco do James Bond que o cinema consagrou e um segundo que nem era muito bom, nem era muito Bond, este conseguiu ser excelente e fazer Daniel Craig envergar bastante da autoparódia que acompanhava o agente desde Sean Connery. Além disso, há a fotografia sensacional de Roger Deakins e sacadas como colocar a M de Judi Dench como a principal bondgirl do filme. RT: 92%.

Indiana Jones e a Ultima Cruzada-26

“Indiana Jones e a Última Cruzada”

4 – INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA (1989)

Steven Spielberg achou o segundo filme da série muito sombrio (gente tendo o coração arrancado do peito… aquelas coisas), então caprichou na comédia em A Última Cruzada. O golpe de mestre foi escalar Sean Connery como o pai de Indy (fazia todo o sentido, já que de certa forma James Bond foi o “pai” de Indiana Jones). Como o original, aqui também tivemos uma corrida apostada contra os nazistas por um tesouro bíblico. RT: 88%.

"Toy Story 3"

“Toy Story 3”

3 – TOY STORY 3 (2010)

Parecia ser difícil superar o excelente segundo filme, de 1999. Além disso, o terceiro filme surgia sob a sombra de puro oportunismo (detentora dos direitos, a Disney ia tocá-lo sozinha quando a Pixar estava para deixar a parceria com o estúdio). Mas Pixar conseguiu surpreender e entregar, 11 anos depois, uma continuação melhor ainda, que vira um filme de prisão, chega no limite do suspense para um filme infantil e com um final de deixar o coração apertado. RT: 99%.

"Três Homens em Conflito"

“Três Homens em Conflito”

2 – TRÊS HOMENS EM CONFLITO (1966)

É a terceira parte da trilogia do Homem sem Nome, de Sergio Leone. Os anteriores – Por um Punhado de Dólares (1964) e Por uns Dólares a Mais (1965) – foram eclipsados por esta ciranda de trapaças e violências entre o bom (Clint Eastwood), o mau (Lee Van Cleef) e o feio (Eli Wallach). Seria o máximo do western spaghetti, não fosse Era uma Vez no Oeste (1968), do próprio Leone. RT: 97%.

"007 contra Goldfinger"

“007 contra Goldfinger”

1 – 007 CONTRA GOLDFINGER (1963)

Em Goldfinger, James Bond finalmente estava completo como o personagem que se tornaria um dos mais conhecidos do universo da ficção (muito mais do que na literatura). Os dois filmes anteriores contribuíram muito para isso (principalmente o segundo, Moscou contra 007, de 1963), mas aqui todos os elementos chegaram ao ponto ideal: um vilão megalomaníaco, capangas magistrais, bondgirls de tirar o fôlego, cenas antológicas (a beldade que morre folheada a ouro, o raio laser que corta a mesa em direção a 007) e a autoparódia, o não-se levar-muito-a-sério (no começo do filme, Bond sai do mar de escafandro e já tem um smoking por baixo). Ainda é o melhor dos até agora 23 filmes de Bond. RT: 96%.

Minha querida amiga Katiuscia me mandou o link para este comercial. Imagina se eu não ia querer essa fantasia quando criança!

Adendo: Começando por este, o blog Nerdices, do site da Superinteressante, elencou os dez melhores comerciais estrelados por Darth Vader. A Força está com ele!

Diane Keaton em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa"

Diane Keaton em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”

Diane Keaton em "À Procura de Mr. Goodbar"

Diane Keaton em “À Procura de Mr. Goodbar”

1 – DIANE KEATON, por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa e por À Procura de Mr. Goodbar

Anteriormente em Musas retroativas: 3ª em 1972, por Sonhos de um Sedutor e por O Poderoso Chefão; 4ª em 1973, por Dorminhoco; 3ª em 1974, por O Poderoso Chefão – Parte II; 1ª em 1975, por A Última Noite de Boris Gruschenko. Posteriormente em Musas retroativas: 10ª em 1979, por Manhattan; 19ª em 1981, por Reds.

Musa, musa mesmo foi Diane Keaton em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa: Woody Allen até batizou o filme com o sobrenome real da atriz (Diane Hall virou Annie Hall). Com seu visual superparticular que ditou moda na época e bom humor, ela teve uma interpretação que conquistou a Academia e rendeu um Oscar. Mas deve ter ajudado a atuação dramática e ousada de À procura de Mr. Goodbar. Nas outras posições da lista, o domínio de estreantes (lembre-se que a lista corre de trás para a frente): nada menos que 15 musas nunca tinham aparecido nas listas. Apesar da ausência de brasileiras, há uma variedade grande de nacionalidades: americanas, uma italiana, duas inglesas, uma francesa e até uma atriz nascida nas Filipinas (Cristina Raines) e duas suecas (Agnetha e Anni-Frid, do grupo Abba, que estrelou um filme em 1977).

Laura Antonelli em “Esposamante”

2 – LAURA ANTONELLI, por Esposamante

Anteriormente em Musas retroativas: 9ª em 1973, por Malícia.

Barbara Bach em “007, o Espião que Me Amava”

3 – BARBARA BACH, por 007, o Espião que Me Amava

Agnetha Falkstog e Anni-Frid Lyngstad em “Abba – the Movie”

4 – AGNETHA FALKSTOG, por Abba – The Movie

Raquel Welch em “O Príncipe e o Mendigo”

5 – RAQUEL WELCH, por O Príncipe e o Mendigo

Anteriormente em Musas retroativas: 1ª em 1966, por Um Milhão de Anos Antes de Cristo e por Viagem Fantástica; 13ª em 1967, por O Diabo É Meu Sócio; 7ª em 1973, por Os Três Mosqueteiros; 6ª em 1974, por A Vingança de Milady.

Carole Bouquet em “Esse Obscuro Objeto do Desejo”

6 – CAROLE BOUQUET, por Esse Obscuro objeto do Desejo

Posteriormente em Musas retroativas: 2ª em 1981, por 007 – Somente para Seus Olhos.

Jane Fonda em “Julia”

7 – JANE FONDA, por Julia

Anteriormente em Musas retroativas: 5ª em 1965, por Dívida de Sangue; 8ª em 1966, por Caçada Humana; 3ª em 1967, por Descalços no Parque; 1ª em 1968, por Barbarella; 5ª em 1969, por A Noite dos Desesperados; 4ª em 1971, por Klute – O Passado Condena; 19ª em 1972, por Tout Va Bien. Posteriormente em Musas retroativas: 2ª em 1978, por Amargo Regresso; 15ª em 1979, por Síndrome da China e por O Cavaleiro Elétrico; 13ª em 1981, por Num Lago Dourado e por Amantes & Finanças.

Teri Garr em “Alguém Lá em Cima Gosta de Mim”

Teri Garr em "Contatos Imediatos do Terceiro Grau"

Teri Garr em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”

8 – TERI GARR, por Alguém Lá em Cima Gosta de Mim e por Contatos Imediatos do Terceiro Grau

Anteriormente em Musas retroativas: 2ª em 1974, por O Jovem Frankenstein.

Anni-Frid Lyngstad em “Abba – The Movie”

9 – ANNI-FRID LYNGSTAD, por Abba – The Movie

Cristina Raines em “Os Duelistas”

10 – CRISTINA RAINES, por Os Duelistas

Angela Molina em “Esse Obscuro Objeto do Desejo”

11 – ANGELA MOLINA, por Esse Obscuro Objeto do Desejo

Leslie Browne em “Momento de Decisão”

12 – LESLIE BROWNE, por Momento de Decisão

Olivia Hussey em “Jesus de Nazaré”

13 – OLIVIA HUSSEY, por Jesus de Nazaré

Anteriormente em Musas retroativas: 3ª em 1968, por Romeu & Julieta.

Karen Lynn Gorney em “Os Embalos de Sábado à Noite”

14 – KAREN LYNN GORNEY, por Os Embalos de Sábado à Noite

Melinda Dillon em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”

15 – MELINDA DILLON, por Contatos Imediatos do Terceiro Grau

Meryl Streep em “Julia”

16 – MERYL STREEP, por Julia

Posteriormente em Musas retroativas: 12ª em 1978, por O Franco-Atirador; 17ª em 1979, por Manhattan e por Kramer vs. Kramer; 10ª em 1982, por A Escolha de Sofia.

Sally Field em “Agarra-me se Puderes”

17 – SALLY FIELD, por Agarra-me Se Puderes

Sarah Douglas em “O Mundo que o Tempo Esqueceu”

18 – SARAH DOUGLAS, por O Mundo que o Tempo Esqueceu

Posteriormente em Musas retroativas20ª em 1978, por Superman – O Filme.

Carrie Fisher em “Guerra nas Estrelas”

19 – CARRIE FISHER, por Guerra nas Estrelas

Anteriormente em Musas retroativas: 12ª em 1975, por Shampoo. Posteriormente em Musas retroativas: 11ª em 1980, por O Império Contra-Ataca e por Os Irmãos Cara de Pau; 2ª em 1983, por O Retorno de Jedi.

Charlotte Rampling em “Orca, a Baleia Assassina”

20 – CHARLOTTE RAMPLING, por Orca, a Baleia Assassina

Anteriormente em Musas retroativas: 15ª em 1972, por Henrique VIII e Suas Seis Mulheres; 12ª em 1974, por O Porteiro da NoitePosteriormente em Musas retroativas: 20ª em 1980, por Memórias.

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